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Reabertura de fronteiras na Europa é tudo menos pacifica. França e Espanha entram em conflito

 

O governo espanhol anunciou ontem que todos os recém-chegados do exterior estarão sujeitos a uma quarentena obrigatória de 14 dias, a começar já esta sexta-feira, dia 15 de Maio. A medida inclui também os viajantes vindos de França, que terão de ficar em confinamento nos seus hotéis ou casas, podendo sair apenas para comprar bens essenciais, ou por motivos de saúde, avança a imprensa internacional.

 

 

Esta situação provocou um conflito entre os dois países, com França a responder, dizendo que aplicaria medidas semelhantes caso Espanha prosseguisse com o plano indicado. A retaliação, segundo fonte oficial do Palácio do Eliseu, aplica-se a todos os países que restringirem o acesso aos cidadãos franceses.

 

 

«Espanha decidiu impor uma medida de quarentena. Não sabíamos, descobrimos, não tomámos medidas de quarentena em respeito a Espanha. Não o faríamos aos nossos parceiros europeus, vamos actuar com reciprocidade», refere a mesma fonte.

 

As retaliações surgem numa altura em que a Comissão Europeia divulgou directrizes para a abertura das fronteiras, que passam por reabrir grande parte do espaço Schengen, a tempo do Verão, uma época muito procurada por turistas, numa tentativa de salvar o sector de turismo da União Europeia, responsável por metade do mercado turístico global.

 

 

Embora a recuperação da indústria de viagens seja essencial para Bruxelas, a UE não tem o poder de ditar a política de fronteiras, apenas pode pedir aos seus membros que sigam as suas propostas. No final, cada estado é responsável pelas suas próprias regras.

 

A comissária para os Assuntos Internos, Ylva Johansson, já tinha dito aos eurodeputados na semana passada que a Comissão ia recusar aberturas selectivas de fronteira, mas tal afirmação não impediu os Estados-membros de criar as suas próprias medidas, como foi o caso de Espanha.

 

 

Contudo, o país vizinho não foi o único a criar medidas para as fronteiras contrariando a UE, o Reino Unido também o fez. O primeiro-ministro Boris Johnson dispensou os passageiros franceses do regime de quarentena de 14 dias no país, ao contrário do que a UE tinha estipulado, que o país devia colocar em quarentena todas as pessoas que chegam de todos os estados-membros.

 

Por sua vez, a Alemanha vai abrir quatro das suas fronteiras com França, Suíça, Áustria e Luxemburgo, até  ao dia 15 de Junho. As fronteiras holandesa e belga já se encontram abertas, com as autoridades locais a realizar verificações pontuais nos passageiros vindos desses países. No entanto, as viagens entre a Polónia, a República Checa e a Alemanha continuam proibidas até 15 de Junho.

 

Na Áustria, onde o coronavírus está praticamente controlado, o chanceler Sebastian Kurz disse na quarta-feira que a fronteira com a Alemanha vai reabrir dentro de um mês. Um dia antes, o responsável referiu que os controlos ao longo da fronteira suíça do país também serão levantados em poucos dias.

 

 

 

 

 

Portugal presente na reunião convocada por Berlim para debater restrições nas viagens europeias

 

 

 

 

Portugal vai participar na segunda-feira(18 de Maio) na reunião convocada pela Alemanha para debater um futuro levantamento das restrições nas viagens entre países europeus impostas por causa da pandemia da covid-19, disse hoje, fonte da diplomacia portuguesa.

 

A fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros precisou que Portugal será representado pelo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.

 

A Alemanha anunciou hoje que tinha decidido convocar vários parceiros da União Europeia (UE) para um “diálogo” sobre possíveis medidas a adotar para um futuro levantamento das restrições nas viagens entre países do espaço europeu impostas por causa da crise sanitária do novo coronavírus.

 

A iniciativa foi anunciada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão, pasta tutelada por Heiko Maas.

 

 

As agências internacionais divulgaram hoje à tarde que a reunião, prevista para a próxima segunda-feira e que irá decorrer em formato virtual, ia contar com a participação de representantes de Espanha, Itália, Croácia, Malta, Grécia e Áustria, descritos como os destinos turísticos europeus preferenciais dos cidadãos alemães.

 

 

O grande objetivo da chanceler alemã, Angela Merkel, é ter, caso a evolução da pandemia o permita, uma normalização total do espaço europeu de livre circulação (Schengen) a partir de 15 de junho.

 

Esta intenção foi expressa pela própria líder alemã numa intervenção no parlamento (Bundestag) na passada quarta-feira, no mesmo dia em que o governo federal alemão anunciou uma redução progressiva dos controlos fronteiriços, numa primeira fase, com a Suíça, Luxemburgo, Dinamarca, França e Áustria.

 

 

Também na passada quarta-feira, a Comissão Europeia lançou as recomendações para a gradual retoma das viagens na UE e para reabertura das fronteiras internas do espaço comunitário, pensando na retoma de dois dos setores mais afetados pelo impacto da pandemia, Turismo e Transportes, com perdas que ascendem aos milhares de milhões de euros.

 

 

 

 

TPT com: Reuters//AFP//AI//Simone Silva/ExecutiveDigest//MadreMedia/Lusa//15 Mai 2020

 

 

 

 

 

 

 

Coronavírus já fez mais de 300 mil mortos e mais de 4,5 milhões de infectados em todo o mundo

 

De acordo com os dados recolhidos pela agência de notícias francesa, já morreram pelo menos 302.489 pessoas e há mais de 4.454.090 infetados em 196 países e territórios desde o início da epidemia, em dezembro de 2019 na cidade chinesa de Wuhan.

 

 

A AFP alerta que o número de casos diagnosticados reflete apenas uma fração do total real de infeções, já que um grande número de países está a testar apenas os casos que requerem tratamento hospitalar. Entre esses casos, pelo menos 1.554.500 foram considerados curados.

 

Os Estados Unidos, que registaram a primeira morte ligada à covid-19 no início de fevereiro, são o país mais afetado em termos de número de mortes e casos, com 85.906 óbitos em 1.417.889 casos.

 

 

Pelo menos 246.414 pessoas foram declaradas curadas pelas autoridades dos Estados Unidos.

 

Depois dos Estados Unidos, os países mais afectados são o Reino Unido, com 33.614 óbitos em 233.151 casos, a Itália com 31.368 óbitos (223.096 casos), a Espanha com 27.459 óbitos (230.183 casos) e a França com 27.425 óbitos (178.870 casos).

 

A China (excluindo os territórios de Hong Kong e Macau), onde a epidemia começou no final de dezembro, contabilizou oficialmente um total de 82.933 casos (quatro novos entre quinta-feira e hoje), incluindo 4.633 mortes e 78.209 recuperações.

 

A Europa totalizou 163.128 mortes para 1.839.657 casos, Estados Unidos e Canadá 91.482 mortes (1.491.290 casos), América Latina e Caraíbas 25.662 mortes (451.556 casos), Ásia 11.581 mortes (331.194 casos), Médio Oriente 7.956 mortes (256.960 casos), África 2.554 mortes (75.078 casos) e Oceânia 126 mortes (8.363 casos).

 

 

Esta avaliação foi realizada com dados recolhidos pela AFP junto de autoridades de saúde e informações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

 

 

 

 

 

 

 “O mundo mudou e nós temos de mudar” dando a volta à pandemia

 

 

 

 

 

Nos tempos que correm, muitas foram as empresas que se viram na impossibilidade de manter, pelo menos temporariamente, os seus negócios. Seja porque as medidas de segurança não o permitiam, como no caso dos restaurantes ou do turismo rural, seja porque as prioridades do consumidor português se alteraram e os seus hábitos de consumo também. Para fazer face ao “novo normal”, algumas dessas empresas decidiram reinventar-se, criando novos negócios ou, simplesmente, adaptando o negócio a esta nova realidade.

 

Com o fecho dos restaurantes, a Zomato sentiu a necessidade de se readaptar às novas necessidades. Esta é uma aplicação que permite pesquisar espaços para comer e beber, ver a opinião de outras pessoas sobre os mesmos, consultar as ementas online, fotografias dos pratos e do espaço e deixar a sua própria opinião. Este modelo de negócio assente na publicidade paga por restaurantes deixou de fazer sentido no imediato.

 

 

Segundo Miguel Alves Ribeiro, Country Manager [responsável pela empresa em Portugal], num universo de 26 mil restaurantes presentes entre Lisboa, Porto e Algarve, hoje são 5 mil aqueles que se mantêm em funcionamento, em regime de take away.

 

 

Em termos tecnológicos, o ajuste foi simples. A aplicação já permitia reservar online, consultar menus e efetuar pagamentos através da app, medidas que rapidamente perceberam que poderiam ser uma mais valia face às novas exigências do setor. Surgem, assim, as soluções Takeaway e Contactless By Zomato, que permitem, como nos relata a empresa, “o regresso aos restaurantes favoritos, com o menor contacto possível”. Atualmente, são mais de 300 os estabelecimentos associados a esta funcionalidade da aplicação.

Numa demonstração de apoio à restauração e como estratégia de médio-longo prazo, a empresa retirou aos restaurantes qualquer comissão, mantendo apenas fees bancários. O objetivo é ajudar o setor a manter-se, garantido assim o maior número possível de clientes ativos no futuro.

 

 

O futuro, e a terceira fase, passará por ajudar os restaurantes na abertura prevista para 18 de maio, tal como terá sido decretado com o levantamento do estado de emergência.

 

 

Para além de um reforço na utilização da tecnologia de reservas online, a Zomato aposta na criação de ementas digitais para reduzir elementos físicos de elevado contacto e pagamentos através da aplicação, reduzindo também uma fonte de contacto frequente.

 

 

Paralelamente, enquanto implementa estas medidas de apoio ao setor, a Zomato reforçou também o seu conteúdo digital. Para manter a ligação entre a gastronomia, a restauração e os utilizadores da aplicação, foi criada uma newsletter, enviada duas vezes por semana, e reinventado o conteúdo partilhado nas redes sociais. Desta forma, a Zomato partilha com os seus utilizadores receitas para fazer em casa, sugestões de chefes, eventos e muitas outras informações de relevância para este universo. Isto permitiu-lhes a associação a marcas e, assim, uma rentabilização de plataformas e ferramentas de que já dispunham.

 

 

 

 

 

Azeite Castelo de Marvão

 

 

 

 

 

“O mundo mudou, o consumo mudou, nós temos de mudar.” Foi isto que pensou António Picado Nunes, do Azeite Castelo de Marvão, quando começou a ver canceladas as reservas no seu espaço dedicado ao olivoturismo.

 

 

Esta empresa não é nova. Criada em 1953 pelo avô do actual responsável, para a marca Azeite Castelo de Marvão a necessidade de se reinventar não é uma novidade. Criada inicialmente para comercializar azeite a granel, nos anos 90, viu as suas vendas caírem com novas exigências do mercado. Com o intuito de manter a tradição familiar, António chega mesmo a desistir do curso de arquitectura para seguir Gestão e Marketing. Em 2006 deixa o modelo das vendas granel e cria uma marca enquanto constrói um novo lagar. Esta primeira tentativa de reinvenção não foi feliz. A penetração de uma nova marca num mercado tão consolidado como o do azeite em Portugal não se revelou tarefa fácil. Mais uma vez, foi necessário repensar o negócio. É então que surge a ideia de explorar o olivoturismo.

 

O olivoturismo era, até a chegada de medidas de confinamento no âmbito da pandemia Covid-19, um dos grandes segmentos de turismo em Portugal, que permitia aos turistas conhecer e acompanhar todo o processo de produção do azeite, da apanha da azeitona até à prensagem no lagar, finalizando, claro, na degustação do produto. Este investimento incluiu a reconstrução de um lagar antigo, transformando-o em museu. Neste modelo de negócio, o Azeite Castelo de Marvão oferecia experiências que podiam ir de 2 a 50 pessoas e, também, a realização de eventos, tais como casamentos, batizados ou festas de empresas.  Destas experiências resultava também a aquisição de alguns produtos, como o azeite e outros produtos locais. É por isso que a reinvenção dos tempos do coronavírus acaba por surgir de forma natural. Se por um lado as reservas turísticas foram sendo canceladas, por outro, começaram a surgir pedidos para a aquisição desses mesmos produtos.

 

 

Ciente das dificuldades que as grandes superfícies estavam a revelar nas entregas, com o aumento de solicitações de produtos da zona e com o objetivo de ajudar os seus fornecedores a manter-se e a escoar produto, António percebe a necessidade de criar uma loja online. Na loja vendem-se azeite, produtos hortícolas biológicos, vinho e cerveja artesanal e iguarias como as Queijadinhas da Tia Luísa. As entregas efetuam-se num máximo de 48 horas, colmatando uma necessidade que se revelava premente.

 

 

A procura não tardou e, se, por um lado permitiu a manutenção de postos de trabalho, por outro, também obrigou a uma re-adaptação de uma equipa habituada a trabalhar para o  turismo e que agora arregaça as mangas para preparar encomendas, realizar faturação e garantir um apoio ao cliente agora feito à distância.

 

 

 

 

“360imprimir – 360hyper”

 

 

 

 

 

A “360imprimir” é conhecida como uma gráfica online. Na verdade, a 360imprimir é uma plataforma online que reúne os serviços de várias gráficas e outros fornecedores e permite aos clientes adquirir vários dos produtos  de que precisa numa só loja. Este modelo de negócio não é novo, conhecidas como marketplaces, são já vários os mercados online que reúnem vários fornecedores numa única plataforma. Neste caso, a diferença está nos produtos, que são especificamente de materiais gráficos e de marketing para comércio e no envolvimento da plataforma na transação, uma vez que ao contrário de muitas outras plataformas, bem conhecidas, a 360imprimir responsabiliza-se totalmente pela venda.

 

 

Isto para explicar que a experiência com mercados online já existia. Focados nas vendas a empresas, também as suas vendas sofreram um impacto causado pelo novo coronavírus, pelo que sentiram a necessidade de procurar alternativas ao modelo de negócio.

 

 

A crescente procura por parte de clientes particulares por alternativas às grandes superfícies que apresentavam largos prazos de entrega, deu-lhes o mote. Criar uma nova plataforma com produtos de supermercado.

 

A ideia de criar o 360hyper surgiu a 20 de março. Reorganizaram-se equipas, criou-se um site, procuraram-se parceiros. Em 15 dias, o serviço estava a funcionar e a fazer entregas em menos de 4 horas.

 

 

Criar um novo modelo de negócio, um novo site e encontrar novos parceiros implicou muitas horas extra e uma dose extra de resiliência. Desde pessoal dos recursos humanos a analisar a concorrência até aos fundadores trabalharem mais de 30 horas seguidas, sem dormir, os esforços não foram poupados. E valeu a pena. O segundo grande desafio foi ver o número de encomendas — que nos dois primeiros dias aproximava-se da centena — triplicar ao terceiro dia, recebendo mais de 400 encomendas.

 

 

A par com este serviço de supermercado online, na 360imprimir podem ainda encontrar-se, atualmente, os materiais de proteção necessários para este retorno à possível normalidade, tais como, máscaras, viseiras, luvas, divisórias de proteção, etc., e também os materiais necessários para que os restaurantes possam retomar a atividade em regime de takeaway, tais como sacos de papel e embalagens para transporte da comida.

 

 

O futuro, agora, passa por melhorar o serviço, encontrar mais parceiros e incluir comida já preparada pronta a cozinhar, congelada e fresca.

 

 

 

 

 

Supper Stars

 

 

 

 

 

“O melhor restaurante em casa”. Esta é a premissa da empresa Supper Stars, uma marca que oferece serviços de Chef em casa. Chefs estes que garantem a compra dos ingredientes, a preparação dos mesmos, o serviço e ainda arrumam tudo antes de sair.

 

Este tipo de serviço tem três segmentos: particulares que contratam o Chef para cozinhar em sua casa; empresas que utilizavam serviços de workshop e team building; e turistas que queriam viver uma experiência gastronómica durante a sua estadia.

 

 

Com a situação que vivemos e as limitações que a Covid-19 trouxe, qualquer um destes segmentos se ressentiu. A incerteza de se poder receber alguém estranho em casa, durante os tempos de confinamento, as empresas que passaram a ter os seus trabalhadores em teletrabalho e o turismo que passou a estar bastante limitado e quase inexistente.

 

 

A empresa que, até à data, apresentava um crescimento de 100%, ano após ano, não só viu as solicitações diminuírem, como teve que proceder a reembolsos de reservas entretanto canceladas. Afinal de contas, estas eram experiências que implicavam, à partida, pessoas juntas.

 

 

Tiago Ribeiro, um dos fundadores, conta que, nem assim se sentiram derrotados. Ainda que não pudessem ser óbvias, rapidamente procuraram novas soluções.

 

Numa altura em que todos parecem estar online, também as experiências gastronómicas poderiam recorrer a essa solução. Tiago acredita que, mesmo através de um ecrã, a gastronomia terá sempre esse poder de fazer com as pessoas se sintam conectadas e o poder de criar memórias coletivas. Com sugestões para festas de anos, atividades de equipas e workshops online com os diferentes Chefs a partir das suas cozinhas, surge assim uma boa alternativa àquilo que não nos é permitido fazer hoje em dia e surge também uma oportunidade à empresa, cujo objetivo em 2020 já era o do crescimento internacional.

 

 

Com Chefs de todo mundo e que comunicam em múltiplas línguas, a empresa que já estava presente em Portugal, Espanha e Inglaterra, e prestes a abrir em Itália, pode agora através de um clique chegar a qualquer ponto do Mundo.

 

 

Para além desta aposta no online, a Supper Stars desenvolveu também o serviço de entrega em casa. Os mesmo Chefs, o mesmo sabor, em sua casa — uma vez que não contempla a experiência in loco do Chef — a um preço mais acessível.

 

 

Com o levantamento de algumas restrições já a verificar-se, a empresa irá agora a continuar o serviço original com algumas limitações, quer de higiene, quer de número e distanciamento de pessoas, mas, a pouco e pouco, já poderá voltar às vossas casas.

 

 

 

TPT com: AFP//EPA/José Coelho//N.N./Lusa//Startup/Portugal// 15 de Maio de 2020

 

 

 

 

 

 

Bruxelas dá quatro meses a Portugal para alterar a legislação sobre a questão da elisão fiscal

 

No quadro do pacote de processos de infração instaurados aos Estados-membros por infrações ao direito europeu, o executivo comunitário anunciou hoje que solicitou a Portugal e ao Luxemburgo que alterem as respetivas leis de transposição da diretiva (lei comunitária) anti-elisão fiscal, adotada em 2016.

 

 

A Comissão Europeia deu hoje um prazo de quatro meses a Portugal para transpor corretamente a lei comunitária contra a elisão fiscal, por considerar que a legislação nacional adotada é inadequada a nível da regra da limitação dos juros.

 

No quadro do pacote de processos de infração instaurados aos Estados-membros por infrações ao direito europeu, o executivo comunitário anunciou hoje que solicitou a Portugal e ao Luxemburgo que alterem as respetivas leis de transposição da diretiva (lei comunitária) anti-elisão fiscal, adotada em 2016.

 

 

“Ambos os Estados-membros utilizam a possibilidade de isentar instituições financeiras das regras de limitação dos juros previstas na diretiva anti-elisão fiscal. No entanto, os respetivos diplomas legais nacionais vão além das isenções permitidas e preveem dedutibilidade ilimitada de juros para efeitos de Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC), incluindo as entidades de titularização, que não se qualificam como ’empresas financeiras’ ao abrigo da diretiva”, aponta a Comissão Europeia.

 

 

Bruxelas adverte que se os dois países não actuarem em conformidade nos próximos quatro meses passará ao segundo e último passo do processo de infração antes de um eventual recurso ao Tribunal de Justiça da União Europeia.

 

 

 

 

Acentuam-se os problemas na Europa. A “potente” Alemanha pode ter redução de 100 mil milhões de euros nas receitas fiscais

 

 

 

 

 

A pandemia de covid-19 deve levar a uma redução de quase 100 mil milhões de euros nas receitas fiscais alemãs este ano, segundo uma estimativa publicada hoje pelo ministro das Finanças, Olaf Scholz.

 

 

“Em comparação com a estimativa de outubro, espera-se que a entrada de impostos fique 98,6 mil milhões de euros abaixo do esperado”, indicam os peritos do ministério em comunicado. Essa redução deverá ser de cerca de 44 mil milhões de euros para o Estado federal, de 35 mil milhões para os estados regionais e de 15,6 mil milhões para as autarquias.

 

A nova estimativa é de 717,8 milhões de euros de receitas fiscais em 2020 contra 799,3 mil milhões alcançados em 2019.

 

 

Esta descida surge depois de fábricas, restaurantes, lojas e outras atividades terem sido forçadas a parar devido às medidas de confinamento adotadas para conter a pandemia.

 

Para 2020, o Governo alemão prevê uma recessão histórica de 6,3%.

 

Para relançar a economia, Scholz prometeu que haverá “um programa conjuntural” em junho.

 

“Não creio que possamos combater uma crise a poupar”, afirmou o ministro das Finanças, questionado sobre um eventual programa de austeridade.

 

A Alemanha registou 933 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas, para um total de 172.239 infetados. O Instituto Robert Koch (RKI) indicou que são agora 7.723 as vítimas mortais, um aumento de 89 em relação ao dia anterior.

 

 

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 294 mil mortos e infetou mais de 4,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

 

 

 

TPT com: AFP//AI//Jornal Económico com Lusa//14 de Maio de 2020

 

 

 

 

 

 

 

 

Rússia é já o segundo país do mundo em número de contaminações

 

A Rússia, que regista 232.243 casos do novo coronavírus, tornou-se no segundo país do mundo com maior número de contaminações, a seguir aos Estados Unidos, indica um balanço da agência noticiosa AFP baseado em dados oficiais.

 

 

Os Estados Unidos estão na primeira posição com 1,34 milhões de casos, seguidos pela Rússia (232.243) e surgindo depois Espanha (228.030) e o Reino Unido (223.060).

 

As autoridades russas explicam este nível elevado, com mais de 10.000 casos diários registados desde há dez dias, pela sua política de despistagem em massa. A taxa de mortalidade permanece baixa (2.116 mortos no total).

 

 

Hoje, o Presidente russo, Vladimir Putin, deixou o teletrabalho após as várias semanas de reuniões virtuais e de ter celebrado no passado sábado em Moscovo o 75º aniversário da vitória sobre a Alemanha na Segunda Guerra Mundial.

 

Putin reuniu-se pessoalmente com Igor Sechin, presidente da Rosneft, a principal petrolífera do país, com quem abordou a situação no mercado petrolífero.

 

 

O regresso de Putin ao trabalho presencial ocorre no mesmo dia em que o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, anunciou que foi testado positivo ao novo coronavírus e que permanece em tratamento num hospital.

 

 

“Sim, estou doente. Estou a ser tratado”, declarou sem fornecer mais detalhes, mas com a agência Ria Novosti a indicar que o porta-voz do Kremlin está atualmente num hospital.

 

 

Interrogado sobre a última vez que manteve contactos com o Presidente russo, Dmitri Peskov respondeu “há mais de um mês”.

 

Peskov, que geralmente acompanha Vladimir Putin em todas as suas deslocações, não promovia a sua habitual conferência de imprensa diária desde 06 de Maio.

 

 

Previamente, o primeiro-ministro russo Mikhail Mishustin e os ministros da Construção e da Cultura, Vladimir Iakuchev e Olga Liubimova, também foram contaminados pela covid-19.

 

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 286 mil mortos e infectou mais de 4,1 milhões de pessoas em 195 países e territórios.

Mais de 1,4 milhões de doentes foram considerados curados.

 

 

Por regiões, a Europa soma mais de 157.700 mortos (mais de 1,7 milhões de casos), Estados Unidos e Canadá mais de 85.700 mortos (mais de 1,4 milhões de casos), América Latina e Caribe mais de 21.500 mortos (mais de 384 mil casos), Ásia quase 11 mil mortos (mais de 307 mil casos), Médio Oriente mais de 7.700 mortos (mais de 233 mil casos), África quase 2.300 mortos (mais de 66 mil casos) e Oceânia com 125 mortos (mais de 8.200 casos).

 

 

 

TPT com: AFP//N.N./Lusa// 12 de Maio de 2020

 

 

 

 

 

 

A Flórida escapou às más estimativas e passado um mês após decretar o seu confinamento geral abriu a economia

 

Mais de um milhão de infectados pelo coronavírus e 78 mil mortos fazem dos Estados Unidos o país mais afetado pela pandemia, à escala global.

 

 

No entanto, os números não parecem assustar grande parte dos governadores americanos, uma vez que cerca de metade dos cinquenta estados que compõem o país estão a reabrir a economia —  sendo um deles a Flórida, que aliviou as medidas restritivas a 4 de Maio.

 

 

Mas, como é que o estado que só declarou a ordem de confinamento no dia 1 de abril já está pronto para acolher a normalidade? Vamos por partes.

 

 

 

 

 

Estado de emergência com festivais à mistura

 

 

 

 

 

Os primeiros casos confirmados na Flórida foram oficializados pelo Governador Ron DeSantis, no dia 1 de março. O governador explicou que a ameaça do vírus permanecia ainda “baixa” e três dias depois teve lugar o Winter Party Festival (de 4 a 10 de março), em Miami Beach — um evento cujos fundos revertem para a comunidade LGBTQ.

 

Naquela praia, a dançar ao ritmo da música do Dj e envolvidos pelos luzes neon estiveram centenas de pessoas, das mais variadas idades. Não foram precisos muitos dias passarem para que os festivaleiros começassem a acusar sintomas de Covid-19. Ao fim de um mês, 38 confirmaram estar infetados ou sintomáticos e dois morreram. “Se tivéssemos tido a informação que agora está disponível (…) nós teríamos tomado uma decisão diferente”, confessou a organização do festival ao The New York Times.

 

No dia 6 de março, a cidade de Miami cancelou o The Ultra Music Festival, um evento que atrai milhares de pessoas. Na altura, o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças ainda não tinha indicado que os eventos em massa podiam contribuir para a propagação do vírus, por isso, esta medida foi bastante criticada por outras autoridades locais.

 

 

No entanto, apenas três dias depois, dia 9 de março, já com duas mortes e quase a chegar aos 20 casos confirmados, o Governador da Flórida declarou estado de emergência e alertou a população idosa e aqueles com condições de saúde mais vulneráveis para não fazerem viagens de cruzeiro ou longos voos e evitarem ajuntamentos. É de relembrar que cerca de 23% da população da Flórida tem mais de 60 anos.

 

 

Nos dias que se seguiram, foram vários os eventos cancelados e os espaços que fecharam as suas portas, caso do Torneio de Tenis Miami Open, encerrado no dia 12 de março, ou da Disneyland, que no mesmo dia anunciou que iria fechar todos os seus parques espalhados pelo mundo.

 

Todavia, o estado de emergência não parece ter sido motivo de alarme para muitas pessoas, dado que até ao dia 15 de março, o último dia em que o parque da Disney de  Orlando (Flórida) esteve aberto, foram muitos aqueles que o foram visitar. E o que aconteceu com o Winter Party Festival voltou a acontecer. Houve quem ficasse infetado e quem acabasse por morrer, caso de Jeffrey Gazarian, de 34 anos, que passado uma semana de ter estado no parque temático, faleceu.

 

 

“Isto não é suposto acontecer a ninguém, muito menos a um homem de 34 anos saudável e bem sucedido”, disse Elizabeth Gregg, uma amiga de faculdade de Gazarian. “Se calhar será preciso morrerem mais pessoas como o Jeffrey, para que se perceba que isto [o vírus] pode afetar qualquer pessoa”, acrescentou. E, infelizmente, foi o que acabou por acontecer.

 

 

Até este domingo a Flórida contava com 40 mil casos confirmados de infeção e mais de 1700 mortes por covid-19.

 

 

 

 

A inação de DiSantis e o “enigma” do sucesso

 

 

 

 

 

A economia da Flórida depende bastante do setor do turismo, uma indústria no valor de 86 mil milhões de dólares, e março costuma ser um mês rentável, porque é nesta altura que ocorrem as festas das férias da Páscoa e são vários os finalistas que veem o estado do governador Ron DiSantis como o destino ideal para descontrair.

 

 

Este ano a tendência foi a mesma e as praias da Flórida encheram-se de jovens em meados de março. Críticas começaram a vir de todos os lados, incluindo do opositor democrata de Trump, Joe Biden.

 

Em resposta aos acontecimentos, no dia 23 de março, DiSantis explicou que a culpa era de quem escolheu vir para a Flórida passar férias e, como resultado, impôs uma medida de quarentena a quem viesse de New York — o estado mais afectado pelo coronavírus nos Estados Unidos, seguindo-se New Jersey e Connecticut.

 

 

No mesmo dia, dada a falta de testes e os contínuos pedidos de apoio por parte dos hospitais, o governador pediu ao Presidente Donald Trump que fosse declarado de Estado de Desastre Maior, para assim obter apoios de fundos federais. O pedido foi concedido.

 

 

Outra das críticas apontadas ao governador foi a falta de orientação aos responsáveis locais. Cada condado estava a tomar as suas próprias medidas — e a falta de coesão estava a tornar o combate à Covid-19 mais difícil. “Se uma cidade fecha e outra cidade abre, não é consistente. E é por essa razão que não se consegue parar esta pandemia”, assinalou um dos festivaleiros do Winter Party Festival.

 

Assim, no mesmo dia em que se implementou a quarentena a quem viesse de fora, DiSantis assinou uma ordem de confinamento mais restritiva a quatro condados. Quando questionado sobre porque motivo ainda não tinha sido aplicada uma ordem de confinamento geral, o governador afirmou que não queria implementar “medidas bruscas” em comunidades onde o vírus ainda não se tinha disseminado.

 

 

“Quando se ordena às pessoas para elas ficaram em casa, está a consentir-se que centenas de milhares de cidadãos da Flórida percam o seu trabalho”, justificou.

 

 

Democratas, autoridades locais e demais cidadãos pediam, todavia, medidas mais agressivas. O encerramento de bares, parques, ginásios,  de algumas praias e de outros negócios não eram suficientes e DiSantis só reconheceu isso no dia 31 de março —  depois de Trump ter dito que se não fossem tomadas medidas drásticas em todos os estados, poder-se-iam-se perder até 240 mil vidas para a Covid-19. Nesse mesmo dia, a Flórida tinha registado um aumento de mais de 1000 casos, contando com 6.741 pessoas infetadas e 85 óbitos.

 

 

A 1 de abril, o governador da Flórida decretou enfim a ordem de confinamento, que entrou em vigor no dia 3. Durante 30 dias, as pessoas só saíram de casa em casos de necessidade, como para ir às compras ou à farmácia.

 

Na semana em que anunciou os planos de reabertura gradual do Estado, na última semana de abril, DiSantis destacou o sucesso da Florida no combate ao coronavírus e criticou as previsões dos media de que o sistema de saúde do estado iria colapsar com meio milhão de internamentos.

 

 

“Toda a gente nos media estava a dizer que a Flórida seria como Nova Iorque [mais de 300 mil casos confirmados e 26 mil mortes] ou Itália e isso não aconteceu. Adotamos medidas à medida [de cada condado e situação], que não só ajudaram a que os números fossem bem inferiores às previsões, como não prejudicaram a capacidade do nosso estado avançar” depois do surto, disse o governador, que sempre defendeu uma resposta “cirúrgica” à pandemia.

 

 

Todavia, o facto é que o DiSantis foi bastante criticado pela sua inação, demorando demasiado tempo entre o primeiro caso confirmado de infeção e a ordem de confinamento geral (cerca de um mês). Enquanto isso, muitos condados e cidades agiram por conta própria.

 

A título de exemplo, Miami cancelou dois festivais no início de março, além de ter — a par com o condado de Orange e de Miami Beach  — emitido uma ordem de confinamento no domicílio 10 dias antes de DiSantis o fazer para todo o estado. Florida Keys e Key Biscayne restringiram a entrada de visitantes também em março. Coconut Creek, Coral Gables, Delray Beach, Hallandale Beach, Homestead, Key Biscayne, Miami Gardens e Sweetwater emitiram ordens de recolher obrigatório em março. Aventura, Bal Harbour, Boca Raton, Broward County, Cooper City, Coral Gables, Delray Beach, Doral, Fort Lauderdale, Hallandale Beach, Hollywood, Lauderdale-By-The-Sea, Miramar, Oakland Park, Palm Beach County, Parkland, Pembroke Pines, Pompano Beach, Sunny Isles Beach, Weston and Wilton Manors emitiram diretivas a pedir às pessoas que ficassem em casa também em março. Em todos estes casos, as autoridades locais anteciparam-se à ordem de confinamento geral de DiSantis, que entrou em vigor a 3 de abril.

 

 

A forma como o surto evoluiu na Flórida surpreendeu de facto os epidemiologistas, já que esteve longe das piores previsões. Especialistas consultados pela CNN dizem que é um “enigma”, para já atribuído à cultura do carro, ou seja, poucas pessoas utilizam transportes públicos, à baixa densidade populacional em alguns locais e até à humidade.

 

 

Ali Mokdad, investigador do Instituto de Métricas de Saúde da Universidade de Washington, salienta o facto de muitos cidadãos da Florida terem começado a aplicar comportamentos de distanciamento social bem antes do confinamento geral — o que é possível apurar através de dados de mobilidade.

 

 

“A população levou isto a sério. Começaram a praticar o distanciamento social, mesmo quando o governador não lhes disse para o fazerem”. Da mesma forma, o investigador destacou que as restrições colocadas em prática pelos condados e cidades ainda em março foram críticas para travar a propagação do vírus.

 

 

Paula Cannon, professora de microbiologia e imunologia, afirmou que os investigadores estão a estudar o papel da humidade e calor na contenção da propagação do vírus.

 

 

“O que expiramos e tossimos — o que sai dos nossos narizes e bocas — fica pesado e molhado e cai ao chão rapidamente. Em ambientes secos, estas gotas secam assim que saem das nossas bocas e então conseguem flutuar por mais tempo no ar”, explicou. “É uma hipótese razoável que a humidade, ao reduzir a distância a que as gotas podem viajar, seja um fator que ajuda a diminuir a propagação do vírus”, mas ainda “não há informação suficiente” para ter certezas.

 

 

Apesar da contenção da propagação alcançada, permanecem os receios relativos a uma segunda onda pandémica na Flórida.

 

 

 

 

 

O tempo de confinamento passou e a economia voltou a abrir, mas o cenário de bonança ainda está longe

 

 

 

 

 

No dia 29 de abril, o governador republicano DiSantis anunciou que no dia 04 de maio, a Flórida ia implementar uma abordagem de abertura “segura, inteligente e passo a passo”.

 

 

Assim, a partir dessa segunda-feira espaços de retalho e restaurantes voltaram a abrir as portas aos seus clientes, mas apenas como uma capacidade máxima de 25%. Os restaurantes têm ainda de ter as mesas a 1,8 metros de distância para manter a segurança. No que diz respeito às escolas, estas vão continuar com as aulas online. Bares, teatros, ginásios, cabeleireiros e barbearias só irão abrir mais tarde. E serão implementados mais locais de testagem para a Covid-19, que tanto podem ser acedidos a pé, como a partir de carro em modo drive-through.

 

Estas medidas aplicam-se a todo o estado, menos aos condados Miami-Dade, Broward e Palm Beach, que são dos mais afetados pela pandemia e cuja reabertura será mais tarde.

Mas, como é que estão os dados?

 

 

Graças ao distanciamento social praticado prontamente, às medidas implementadas antecipadamente pelas autoridades locais antes do confinamento oficial e, potencialmente, às condições atmosféricas, o ritmo de crescimento do número de casos começou a abrandar, como se pode verificar nestes gráficos.

 

No entanto, logo no primeiro dia de desconfinamento, houve um aumento de 819 casos.

 

 

De acordo com os especialistas, os dados não permitem ainda tirar qualquer tipo de conclusões.

 

 

“Nós não temos informação suficiente. Claramente há falta de dados. Eu penso que todos reconhecemos a falta de uma testagem abrangente e de medidas uniformes” de reporte de casos e “até de mortes” — que diferem de estado para estado — disse a virologista Paula Canon à CNN.

 

 

As questões apresentadas pela virologista sobre a testagem prendem-se com o facto de ainda não se saber ao certo quantas pessoas foram já testadas para a Covid-19, tendo em conta que nos dados apresentados pelas autoridades de saúde se incluem pessoas que já fizeram o teste mais do que uma vez.

 

 

No entanto, estes não são os únicos dados que levantam dúvidas. O mesmo acontece com o número de óbitos.

 

 

No dia dez de abril, quando já se estava perto de falar em bons resultados, enquanto o Departamento de Saúde da Flórida reportou 419 mortes associadas ao coronavírus, a Comissão de Médicos Legistas da Flórida apresentou 461 óbitos — a razão para a discrepância devia-se ao facto de apenas se estar a contabilizar quem tinha residência na Flórida.

 

 

Os Estados Unidos registaram 1.568 mortes causadas pela covid-19 nas últimas 24 horas, elevando para 78.746 o número total de óbitos desde o início da epidemia no país.

 

As autoridades norte-americanas contabilizaram também mais de 1,3 milhões de casos diagnosticados da covid-19, entre as 20:30 de sábado (01:30 de hoje em Lisboa) e a mesma hora na véspera, de acordo com a Universidade Johns Hopkins, que atualiza os dados em permanência.

 

 

Os Estados Unidos são o país mais atingido pela covid-19, quer em número de mortos, como em casos diagnosticados, segundo dados oficiais.

 

 

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 276 mil mortos e infetou mais de 3,9 milhões de pessoas em 195 países e territórios.

Mais de 1,3 milhões de doentes foram considerados curados.

 

 

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

 

 

Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, vários países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos a aliviar diversas medidas — entre os quais Portugal, que vive actualmente a primeira fase do desconfinamento.

 

 

 

 

 

 

O novo problema das autoridades norte-americanas numa altura em que a imunidade a longo prazo ainda não está comprovada são as “festas da Covid-19”

 

 

 

 

 

 

As autoridades do estado americano de Washington, EUA, alertaram esta quarta-feira sobre alegadas “festas da COVID-19”, nas quais os participantes intencionalmente contraem o vírus para se tornarem imunes.

 

“Reunir-se em grupos no meio desta pandemia pode ser incrivelmente perigoso e coloca as pessoas em risco aumentado de hospitalização e até de morte”, disse John Wiesman, secretário de saúde do estado.

 

 

“Ainda não se sabe se as pessoas que se recuperam da COVID-19 permanecem imunes a longo prazo”, acrescentou.

 

 

“Ainda não sabemos muito sobre este vírus, incluindo se é causador de quaisquer problemas de saúde a longo prazo que a infecção possa deixar para trás”.

 

 

Os comentários de Wiesman surgiram depois de as autoridades do condado de Walla Walla, a 420 km de Seattle, relatarem que alguns dos quase 100 casos na região parecem ter sido infetados nestas festas, que visam reunir pessoas com o vírus e outras não infectadas que querem ser contaminadas.

 

 

“Este tipo de comportamento desnecessário pode criar um aumento evitável nos casos e diminuir ainda mais a capacidade do nosso estado de reabrir gradualmente”, disse Wiesman.

 

 

Na quarta-feira, 94 casos de coronavírus foram notificados no condado de Walla Walla com uma morte.

 

 

“Não sabemos quando é que isto está a ser realizado, descobrimos depois quando temos novos casos”, disse Meghan DeBolt, directora de Saúde do condado, a um jornal local.

“Perguntamos sobre os contactos e 25 pessoas disseram-nos que estavam numa festa da COVID”.

 

 

Meghan DeBolt considerou este comportamento irresponsável e salientou a importância de seguir as medidas de distanciamento físico e social apropriadas para impedir a transmissão.

 

 

“Precisamos usar o bom senso e ser espertos ao enfrentarmos essa pandemia”, afirmou em comunicado.

“As festas da COVID-19 não fazem parte da solução”, concluiu.

 

 

 

 

TPT com: CNN//AI//NYT//WP//MadreMedia//Lusa//Adem Altan//AFP// 11 de Maio de 2020

 

 

 

 

 

 

 

Barack Obama classifica como “desastre caótico” a gestão da equipa Trump nesta pandemia

 

Esta crítica contundente, a mais explícita de Obama até agora, foi feita pelo ex-Presidente democrata na passada sexta-feira num conversa telefónica de meia hora com ex-colaboradores dos governos que liderou, segundo uma gravação que a Yahoo News obteve.

 

 

Nesta conversa, Barack Obama invoca a resposta à crise sanitária para justificar a necessidade de escolher bons dirigentes e apelar aos seus conselheiros para integrarem a campanha de Joe Biden, seu antigo vice-presidente e candidato democrata às presidenciais de novembro contra Donald Trump.

 

 

“A próxima eleição é muito importante a vários níveis. Não enfrentaremos apenas um indivíduo ou um partido político”, disse Obama, salientando que o verdadeiro adversário são “as tendências a longo termo, como ser tribal, criar divisão e ver os outros como inimigos”.

 

 

Ainda muito popular entre os democratas, Obama tinha já deixado entender que Trump tinha rejeitado os avisos sobre os riscos da pandemia.

 

 

Donald Trump é acusado, pelos críticos, de ter, num primeiro momento, minimizado a ameaça, depois de ter dado instruções contraditórias e confusas, entre os pedidos de cautela e a pressa de ver a economia a retomar.

 

 

Segundo esta gravação, Obama abordou também a decisão controversa do ministério norte-americano da justiça de retirar a acusação contra Micheal Flynn, ex-conselheiro de Trump, acusado de ter mentido nos contactos que teve com um diplomata russo.

 

 

“Não há precedente que se possa encontrar para que uma pessoa acusada de perjúrio saia impune. Este é o tipo de situação que podemos começar a temer na nossa leitura básica de um estado de direito. Quando seguimos este caminho, ele pode ir rapidamente para outros lugares”, alertou.

 

 

Os Estados Unidos são o país com mais mortos (77.180) e mais casos de infeção confirmados (mais de 1,2 milhões).

 

 

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 274 mil mortos e infetou mais de 3,9 milhões de pessoas em 195 países e territórios.

Mais de 1,2 milhões de doentes foram considerados curados.

 

 

Em Portugal, morreram 1.126 pessoas das 27.406 confirmadas como infetadas, e há 2.499 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

 

 

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

 

 

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

 

 

Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, vários países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos a aliviar diversas medidas.

 

 

 

 

Mais de 274 mil mortos em todo o mundo

 

 

 

Segundo o balanço da AFP, elaborado a partir de fontes oficiais, mais de 3.946.130 casos de infeção foram oficialmente diagnosticados em 195 países e territórios desde o início da pandemia.

 

Entre estes casos, pelo menos 1.293.700 pessoas foram consideradas como curadas.

 

 

Os Estados Unidos, que registaram o primeiro óbito associado ao novo coronavírus no início de fevereiro, mantêm-se como o país com mais vítimas mortais (77.180) e com mais casos de infeção registados (1.283.929 casos).

 

 

Pelo menos 198.993 pessoas foram declaradas como curadas no território norte-americano.

 

 

Depois dos Estados Unidos, os países mais afetados são o Reino Unido (31.241 mortos para 211.364 casos de infeção), Itália (30.201 mortos e 217.185 casos), Espanha (26.478 mortos e 223.578 casos) e França (26.230 mortos e 176.079 casos).

 

 

Em Portugal, morreram 1.126 pessoas das 27.406 confirmadas como infetadas, e há 2.499 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

 

 

Na China (excluindo os territórios de Hong Kong e Macau), onde o novo coronavírus foi detetado pela primeira vez em dezembro último, estão oficialmente contabilizados 82.887 casos (com o registo de um novo caso entre sexta-feira e hoje), incluindo 4.633 vítimas mortais e 78.046 pessoas recuperadas.

 

 

Por regiões do mundo, a Europa somava hoje ao fim da manhã 154.144 mortes em 1.696.696 casos, Estados Unidos e Canadá 81.858 mortes (1.350.363 casos), América Latina e Caribe 18.651 mortes (339.771 casos), Ásia 10.238 mortes (279.180 casos), Médio Oriente 7.471 mortes (214.173 casos), África 2.130 mortes (57.689 casos) e Oceânia com 125 mortes (8.261 casos).

 

 

Este balanço é realizado com base em dados recolhidos a nível internacional junto das autoridades nacionais competentes e da Organização Mundial da Saúde (OMS).

 

 

 

 

TPT com: AI// Yahoo News//AFP//EPA/ROMAN RIOS//MadreMedia/Lusa// 9 de Maio de 2020

 

 

 

 

 

 

Jornal alemão acusa Mário Centeno de ser mal preparado e incapaz de liderar discussões no meio dos ministros das finanças do eurogrupo

 

O jornal alemão “Frankfurter Allgemeine” publica, na edição de hoje, 8 de Maio – num texto do jornalista Werner Mussler, em Bruxelas –, uma percepção demolidora sobre Mário Centeno, referindo que “vários ministros das Finanças do euro estavam cada vez mais insatisfeitos” com a atuação do ministro português que lidera o Eurogrupo. “O português estava sempre mal preparado e, ao contrário do seu antecessor, era incapaz de liderar discussões e encontrar compromissos na disputa por questões de facto”, refere o texto de Werner Mussler, citando diplomatas da União Europeia (UE).

 

 

O exemplo mais recente desta realidade referida pelo “Frankfurter Allgemeine” foi a videoconferência do Eurogrupo, na noite de 8 de abril, “na qual os ministros discutiram infrutuosamente sobre um pacote de ajuda” para combater os efeitos da crise da Covid-19 “durante 16 horas”. Diz o jornal alemão que os participantes descrevem essa reunião virtual como um “pesadelo”.

 

 

“Os portugueses interromperam repetidamente a sessão para discussões individuais e literalmente deixaram os outros participantes sentados no escuro por horas”, refere o “Frankfurter Allgemeine”.

 

 

“O facto de os ministros terem chegado a um compromisso dois dias depois, deve-se inteiramente à intervenção da chanceler Angela Merkel e à do presidente francês Emmanuel Macron, bem como às negociações preliminares entre Scholz e seu colega francês Bruno Le Maire”, adianta o jornal alemão.

 

 

Sobre a conclusão das negociações sobre o “fundo de reconstrução” para combater a cise da Covid-19, o jornal “Frankfurter Allgemeine” diz que é um assunto que “ele próprio (Centeno) deseja”, mas refere que “isso não é realista, porque os chefes de Estado e de Governo tiraram esse assunto do Eurogrupo das suas mãos e aguardam uma proposta da Comissão da UE sobre a forma como um programa de estímulo económico pode ser financiado pelo orçamento da UE”.

 

 

 

 

 

Comissão Europeia insta Eurogrupo a dar “grandes passos” contra crise

 

 

 

 

A Comissão Europeia instou hoje o Eurogrupo a dar “grandes passos” na resposta económica à crise da covid-19, para que as economias “voltem ao que eram”, e disse esperar “progressos rápidos” da discussão dos ministros das Finanças europeus.

 

 

“A pandemia do novo coronavírus atingiu todos os Estados-membros e agora temos de dar grandes passos a nível europeu para conseguir que as economias voltem ao que eram”, declarou o vice-presidente executivo da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, com a pasta de “Uma Economia ao serviço das Pessoas”.

 

Numa declaração divulgada antes da reunião de hoje do Eurogrupo, por videoconferência, sobre a resposta europeia à crise da covid-19 – agora tendo já em sua posse as previsões macroeconómicas da Comissão, que antecipam uma contração recorde este ano na zona euro -, o responsável frisou que “a recuperação económica vai depender de intensos e contínuos esforços”.

 

 

“Esta recuperação terá de ser fundamentada por um orçamento europeu ambicioso, com um aumento substancial da sua capacidade de financiamento, e uma componente forte de investimento antecipado”, acrescentou Valdis Dombrovskis.

 

 

Notando que “o tempo está a passar”, o vice-presidente do executivo comunitário apelou ainda para que o Eurogrupo chegue hoje a “progressos rápidos”.

 

 

Depois de ter chegado a um acordo, em 09 de abril passado, sobre um pacote de emergência num montante total de 540 mil milhões de euros para fazer face à crise provocada pela pandemia – entretanto ‘aprovado’ pelo Conselho Europeu –, o Eurogrupo tenciona hoje definir os termos exatos de uma das ‘redes de segurança’ adotadas, a linha de crédito do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), designada “Apoio à Crise Pandémica”.

 

 

 

 

 

Bruxelas já deu ‘luz verde’ a 1,9 biliões de euros para ajudas estatais

 

 

 

 

 

Em causa estão medidas como subvenções diretas ou apoios em benefícios fiscais de até 850 mil euros por empresa, garantias públicas para empréstimos e ainda recapitalizações de companhias, suporte este que deve ser utilizado apenas como último recurso.

 

 

“Com base nestas regras horizontais, e em estreita cooperação com os Estados-membros, a Comissão aprovou já cerca de 1,9 biliões de euros de auxílios estatais à economia da UE, para ajudar as empresas com necessidades urgentes de liquidez, proteger empregos, possibilitar a investigação e o desenvolvimento e garantir o aprovisionamento de produtos para combater o surto do novo coronavírus”, indica o executivo comunitário numa informação hoje divulgada.

 

Adotado em meados de março passado, este enquadramento europeu temporário para os auxílios estatais alarga os apoios que os Estados-membros podem prestar às suas economias em altura de crise gerada pela pandemia, em que muitas empresas, especialmente as de pequena e média dimensões, enfrentam problemas de liquidez.

 

 

Em causa estão medidas como subvenções diretas ou apoios em benefícios fiscais de até 850 mil euros por empresa, garantias públicas para empréstimos e ainda recapitalizações de companhias, suporte este que deve ser utilizado apenas como último recurso.

 

 

Embora o quadro temporário esteja em vigor até final do ano, Bruxelas já alargou até meados de 2021 a possibilidade de os países recorrerem a medidas de recapitalização, devido a eventuais problemas de insolvência mais tardios.

 

 

Na informação hoje divulgada, o executivo comunitário dá inclusive conta da entrada em vigor deste último tipo de ajuda estatal, após ouvidos os Estados-membros, estabelecendo então os critérios com base nos quais os países podem disponibilizar medidas de recapitalização.

 

 

Estipulado está, desde logo, que este apoio público à recapitalização de empresas “só deve ser concedido se não existir outra solução adequada”, isto é, para “evitar dificuldades sociais e falhas de mercado devido à perda significativa de empregos, à saída do mercado de uma empresa inovadora ou de importância sistémica ou ao risco de perturbação de um serviço importante”.

 

 

Dos critérios determinados por Bruxelas está também a necessidade de o “Estado ser suficientemente remunerado pelos riscos que assume ao recapitalizar as empresas”, e de ser definida logo desde início “uma estratégia de saída, em especial no caso de grandes empresas que tenham recebido um auxílio estatal de recapitalização significativo”.

 

 

Acresce que as empresas que recorrerem a este apoio não podem distribuir dividendos ou recomprar ações durante o período em que estão sob tal medida, havendo ainda limitações à remuneração dos dirigentes até que 75% da recapitalização seja reembolsada.

 

 

E, “para garantir que os beneficiários não beneficiam indevidamente do auxílio estatal à recapitalização em detrimento de uma concorrência leal no mercado único, não podem utilizar o auxílio para apoiar as atividades económicas de empresas integradas que se encontravam em dificuldades económicas antes de 31 de dezembro de 2019”, referem as regras comunitárias, mencionando ainda a obrigatoriedade de os Estados-Membros publicarem “informações sobre a identidade das empresas que receberam o auxílio e o montante do mesmo, no prazo de três meses após a recapitalização”.

 

 

Este tipo de ajudas estão, porém, limitadas à capacidade económica dos países, já que Estados-membros como França ou Alemanha têm sido dos mais capazes de avançar com auxílios às suas empresas em dificuldades.

 

 

 

 

 

TPT com: AFP// Frankfurter Allgemeine//Lusa//João Palma Ferreira//Cristina Bernardo//Jornal Económico// 8 de Maio de 2020

 

 

 

 

 

 

Ex-pugilista Evander Holyfield vai regressar para realizar uma série de combates de beneficência. Fãs, pedem que primeiro combate seja com Mike Tyson

 

O antigo pugilista Evander Holyfield, cinco vezes campeão mundial de pesos pesados, vai regressar em combates de beneficência, informou o próprio, com o público a pedir que lute com Mike Tyson.

 

 

“O campeão está de volta. Quero anunciar que vou regressar aos ringues. Estou a treinar para promover uma campanha de solidariedade que me é querida. A nossa campanha, Unidos pela nossa luta (Unite4OurFight), pretende preencher o vazio que a pandemia criou no acesso dos jovens a ferramentas de que necessitam para um desenvolvimento emocional e pedagógico”, escreveu o antigo pugilista na rede Instagram.

 

Holyfield, de 57 anos, conta com vários títulos mundiais, mas um dos seus combates mais mediáticos aconteceu na segunda vez em que lutou com Mike Tyson, em 1997, com este a ser desqualificado depois de lhe arrancar com os dentes parte de uma orelha.

 

 

Esse foi o segundo combate entre os dois pugilistas norte-americanos, no qual Tyson tentava desforrar a derrota de 1996, quando Evander Holyfield venceu em Las Vegas o título mundial por KO, no oitavo de 12 ‘rounds’.

 

Tyson, de 54 anos, que chegou a perder, e depois recuperou, a licença de pugilista no Nevada devido ao incidente da orelha, mostrou que continua a treinar e recebeu uma proposta de um milhão de dólares (cerca de 920.000 euros) para um combate de solidariedade na Austrália.

 

 

 

 

 

Holyfield perdoa mordida de Tyson e ri de novo apelido

 

 

 

 

O pugilista norte-americano Evander Holyfield declarou que perdoou o compatriota Mike Tyson por ter-lhe arrancado um pedaço da orelha direita.

 

Em 1997, Tyson foi desclassificado em luta válida pelo título dos pesos pesados da Associação Mundial de Boxe por morder as orelhas do campeão.

 

Durante uma visita a Johannesburgo, na África do Sul, em companhia de sua mulher, Janice, Holyfield disse não estar mais aborrecido e que já há muito “esqueci o incidente”.

 

“É engraçado. Após a mordida, passaram a me chamar de ‘Real Meal’ (refeição verdadeira, um trocadilho com ‘Real Deal’, negócio verdadeiro, seu apelido)”, declarou, bem-humorado.

 

“Já perdoei a Tyson, mas espero que a sua atitude sirva como um exemplo para os mais jovens”, referiu Holyfield.

 

 

Mike Tyson já recebeu propostas para se apresentar fora dos Estados Unidos.

 

 

O adversário seria Michael Moorer, dono do cinturão da Federação Internacional, que já o venceu em abril de 1994.

 

 

 

 

 

Quem é Mike Tyson??…

 

 

 

 

 

Michael Gerard Tyson nasceu em Brownsville, Brooklyn, Nova York, em 30 de junho de 1966.

Ao longo de sua infância, Tyson viveu nos arredores de bairros com alto índice de criminalidade. Abandonando o ensino médio ainda no primeiro ano, em 1989  recebeu um doutorado honorário em Letras Humanas da Central State University.

 

Tyson fez a sua estréia profissional aos 18 anos em 6 de março de 1985, em Albany, Nova York. Ele derrotou Hector Mercedes por nocaute técnico no primeiro round. Ele fez 15 lutas no seu primeiro ano como profissional.

 

Lutando com freqüência, Tyson venceu 26 de suas primeiras 28 lutas por nocaute ou nocaute técnico; 16 deles vieram no primeiro turno. A qualidade de seus oponentes aumentou gradualmente para combatentes de viagem e competidores fronteiriços, como James Tillis, David Jaco, Jesse Ferguson, Mitch Green e Marvis Frazier.

 

A primeira luta nacionalmente televisionada de Tyson ocorreu em 16 de fevereiro de 1986, no Houston Field House em Troy, Nova York contra o viajante Jesse Ferguson(na foto), e foi transmitida pela ABC Sports. Tyson derrubou Ferguson com um uppercut na quinta rodada que quebrou o nariz de Ferguson.

Em 22 de novembro de 1986, Tyson recebeu sua primeira luta pelo título contra Trevor Berbick(na foto), pelo campeonato de pesos pesados ​​do Conselho Mundial de Boxe (WBC). Tyson ganhou o título por nocaute técnico no segundo round e, aos 20 anos e 4 meses, tornou-se o mais jovem campeão dos pesos pesados ​​da história.

 

O desempenho dominante de Tyson trouxe muitos elogios. Donald Saunders escreveu: “A arte nobre e viril do boxe pode pelo menos deixar de se preocupar com seu futuro imediato, agora que ele tinha descoberto um campeão dos pesos pesados ​​apto a ficar ao lado de Dempsey, Tunney, Louis, Marciano e Ali”.

 

 

 

 

 

 

Quem é Evander Holyfield??…

 

 

 

 

 

 

Evander Holyfield, nasceu em Altmore, Alabama, no dia 19 de outubro de 1962. É um ex-boxeador profissional americano que competiu de 1984 a 2011. Ele reinou como campeão indiscutível no cruiserweight no final dos anos 80 e no heavyweight no início dos anos 90, e continua sendo o único boxeador da história a vencer o campeonato indiscutível em duas classes de peso.

 

Apelidado de “The Real Deal”, Holyfield é o único quatro vezes campeão mundial dos pesos pesados, tendo conquistado os títulos WBA, WBC e IBF unificados de 1990 a 1992, os títulos WBA e IBF novamente de 1993 a 1994, o título da WBA um terceiro período de 1996 a 1999; o título do IBF pela terceira vez de 1997 a 1999 e o título da WBA pela quarta vez de 2000 a 2001.

 

 

Como amador, Holyfield representou os Estados Unidos nos Jogos Olímpicos de Verão de 1984, conquistando uma medalha de bronze na divisão de meio-pesados. Ele se tornou profissional aos 21 anos, subindo para o cruiserweight em 1985 e vencendo seu primeiro campeonato mundial no ano seguinte, derrotando Dwight Muhammad Qawi pelo título da WBA. Holyfield então derrotou Ricky Parkey e Carlos de León para ganhar os títulos WBC e IBF, tornando-se o campeão indiscutível dos cruiserweight. Ele subiu para o peso pesado em 1988, depois derrotou Buster Douglas em 1990 para reivindicar os títulos unificados WBA, WBC e IBF e o campeonato indiscutível de pesos pesados.

 

Ele defendeu com sucesso seus títulos três vezes, conquistando vitórias sobre os ex-campeões George Foreman(na foto) e Larry Holmes, antes de sofrer sua primeira derrota profissional para Riddick Bowe em 1992. Holyfield recuperou a coroa em uma revanche um ano depois, derrotando Bowe pelos títulos WBA e IBF (Bowe renunciou anteriormente ao título WBC). Holyfield mais tarde perdeu esses títulos em uma virada contra Michael Moorer em 1994.

 

Holyfield foi forçado a se aposentar em 1994, mediante orientação médica, apenas para retornar um ano depois com um atestado de saúde. Em 1996, ele derrotou Mike Tyson e recuperou o título da WBA, no que foi nomeado pela revista The Ring como a Luta do Ano e a Virada do Ano. Isso fez de Holyfield o primeiro pugilista desde Muhammad Ali a conquistar o título mundial de pesos pesados ​​três vezes. Holyfield venceu uma revanche em 1997 contra Tyson, que viu o último desqualificado na terceira rodada por morder parte da orelha de Holyfield. Durante este reinado como campeão, ele também vingou sua perda para Michael Moorer e recuperou o título da IBF.

 

Em 1999, ele enfrentou Lennox Lewis em uma luta de unificação pelos títulos indiscutíveis da WBA, WBC e IBF, que terminaram em um empate controverso. Holyfield foi derrotado em uma revanche oito meses depois. No ano seguinte, ele derrotou John Ruiz pelo título vago da WBA, tornando-se o primeiro pugilista da história a vencer uma versão do título dos pesos pesados ​​por quatro vezes. Holyfield perdeu uma revanche contra Ruiz sete meses depois e enfrentou-o pela terceira vez em um empate.

Holyfield aposentou-se em 2014 e está classificado em 77º lugar na lista dos 100 maiores perfuradores de todos os tempos do The Ring e em 2002 o nomeou o 22º maior lutador dos últimos 80 anos. Actualmente, ele ocupa o nono lugar no ranking da BoxRec da maior libra para boxeadores de todos os tempos. BoxingScene também o classificou como o maior peso cruzador de todos os tempos.

 

 

 

 

            

 

TPT com: AI//AFP//AEP//Reuters//Lusa// 7 de Maio de 2020

 

 

 

 

 

 

 

 

Irlandeses doam fundos para comunidade nativa americana em recompensa pelos cuidados recebidos há mais de 150 anos

 

Em 1846, os Choctaw ajudaram o povo irlandês que enfrentava um período de grande fome. Agora, os irlandeses decidiram retribuir o acto doando fundos para a nação navajo, severamente atingida pela pandemia.

 

 

Foram obrigados a viajar para oeste e, a esse caminho de recolocações e migrações forçadas, chamaram-lhe Trilho das Lágrimas. As diversas tribos de índios que já viviam nos Estados Unidos à chegada dos europeus seriam todas reunidas no chamado território indígena. Actualmente, corresponde ao estado do Oklahoma. Estávamos na primeira metade do século XIX, muitos morreriam durante o processo. Com a legislação de 1830, a lei conhecida como Indian Removal Act seria aplicada tanto aos Cherokee como aos Chickasaw, aos Creek, Seminole e ainda Choctaw. Eram as chamadas cinco tribos civilizadas.

 

 

O que se seguiria, pouco depois do início desse processo de deslocação para oeste, faz prova de que o nome lhes encaixava na perfeição. Seria em 1847 que os Choctaw enviariam uma quantia equivalente a 5 mil dólares nos dias de hoje (qualquer coisa como € 4,6 mil) como ajuda humanitária ao povo irlandês, que atravessava uma enorme crise alimentar.

 

 

Eram os tempos da chamada grande fome da batata. Uma mistura de doenças, emigração em massa e destruição do cultivo daquele tubérculo que reduziria a população irlandesa em cerca de 20 por cento.

 

 

“Só tinham passado 16 anos desde que o povo Choctaw atravessara o tal trilho das lágrimas, também enfrentando um período de fome. Foi um gesto incrível”, sublinha agora Judy Allen, diretora do jornal Bishinik, editado entre a nação Choctaw, citada pela Time.

 

 

 

 

 

Um vínculo sagrado para sempre

 

 

 

 

 

Erguida na Irlanda, a escultura Kindred Spirits pretende homenagear a generosidade dos Choctaw durante a grande fome na Irlanda, em meados do século XIX.

 

Daí que os irlandeses estejam a retribuir aquele acto de boa vontade, doando fundos para a nação navajo – bastante atingida pela Covid-19. Com perto de 2 500 casos e 73 mortes, é, segundo as contas oficiais, uma das populações com uma das maiores taxas de infeção per capita nos EUA. Dez por cento não tem água corrente em casa e dez por cento vive ainda sem electricidade. Agora, graças às doações de irlandeses, “a campanha do GoFundMe” já está muito perto do valor a que se propôs. Qualquer coisa como 3 milhões de dólares que deverão ser reconvertidos em comida e medicamentos.

 

 

“De um irlandês para os nossos irmãos nativos americanos”, escreve James Fallon, um dos doadores, na página da campanha. “O karma volta sempre.” A salientar, mais uma vez, que o povo irlandês nunca esqueceu aquele acto de generosidade.

 

 

Como já se tinha visto também em 2017, quando uma escultura alusiva a esses tempos, chamada Kindred Spirits, foi inaugurada num parque na Irlanda. Ou no ano seguinte, no momento em que o primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, anunciou um programa de bolsas para jovens Choctaw. “Há um vínculo sagrado que uniu aqueles povos para sempre”, declarou.

 

 

 

TPT com: TIME//Getty Images//Visão//Sapo//Bishinik jornal// 6 de Maio de 2020

 

 

 

 

 

 

Boeing anuncia prejuízo de 558 milhões de euros e despedimento de 16.000 trabalhadores

 

A Boeing revelou hoje que no primeiro trimestre do ano fiscal teve um prejuízo de 628 milhões de dólares (558 milhões de euros), devido ao impacto da pandemia da covid-19, e que vai despedir 16.000 trabalhadores enquanto procura liquidez.

 

 

“Vamos ser uma empresa mais pequena durante um tempo. Temos trabalhado arduamente para manter a estabilidade da força de trabalho (…), mas vemos que nos próximos anos, com a queda da procura, a produção não permite suportar a força laboral que hoje temos”, disse o presidente executivo da empresa aeronáutica norte-americana, David Calhoun, numa teleconferência de apresentação dos resultados trimestrais.

 

 

O gestor referiu ainda que a Boeing está a “adotar medidas para reduzir a sua força de trabalho em cerca de 10% até ao final deste ano”, de um total de 160.000 trabalhadores, através da “combinação de rescisões amigáveis e despedimentos”.

 

 

A Boeing está a enfrentar “uma crise global sem comparação alguma com outras” e está a focar-se em “conseguir liquidez”, tendo agradecido aos 26 países que avançaram com pacotes de ajuda económica específicos para o setor aeroespacial e das companhias aéreas.

 

 

A Boeing está ainda a “avaliar as opções de financiamento” que lhe foram oferecidas pelo Estados Unidos, através da Reserva Federal (Fed).

 

 

Após fechar 2019 com o seu primeiro ano de prejuízos, o que aconteceu em mais de duas décadas, a Boeing, que está submersa pelo escândalo com os acidentes ocorridos com o modelo 737 MAX, teve no primeiro trimestre do ano mais um impacto negativo com a pandemia da covid-19.

 

 

Assim, entre janeiro e março deste ano, reportou 628 milhões de dólares de prejuízos, contra um lucro de 2.149 milhões de dólares alcançados no mesmo período do ano passado.

 

 

 

A faturação trimestral da Boeing recuou 26% em termos homólogos, para 16.908 milhões de dólares, enquanto o fluxo de caixa operacional passou para negativo, com os despesas no montante de 4.300 milhões dólares, já que os seus clientes, principalmente as companhias aéreas atingidas pelo colapso do tráfego aéreo, atrasaram as suas compras, o que se repercutiu nas entregas e adiaram a manutenção e recuperação dos equipamentos.

 

 

David Calhoun referiu também que os “princípios fundamentais” nos quais assentam as viagens aéreas desde há cinco décadas e que permitiram dobrar o tráfego aéreo nas duas últimas décadas “permanecem intactos”, mas prevê que vai levar “dois ou três anos para retornar aos níveis das viagens de 2019 e mais alguns anos para que o setor regresse à tendência de longo prazo”.

 

 

A empresa tomou medidas para enfrentar a “nova realidade do mercado”, tendo abandonado a recompra de ações e a distribuição de dividendos e pedido um empréstimo de longo prazo no montante de quase 14.000 milhões de dólares.

 

 

Esta semana, a Boeing desistiu de fechar um acordo com a brasileira Embraer que lhe custaria cerca de 4.200 milhões de dólares.

 

 

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 217 mil mortos e infetou mais de 3,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Perto de 860 mil doentes foram considerados curados.

 

 

 

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.

 

 

Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos a aliviar diversas medidas.

 

 

 

 

 

 

Deixar vazios os lugares do meio. Uma “ideia idiota” ou a resposta para voltar a viajar de avião com confiança?

 

 

 

 

 

 

No que toca ao combate à propagação da covid-19, o distanciamento social é a chave. Por isso, algumas companhias aéreas planeiam voar com os lugares do meio vazios, para permitir o afastamento dos passageiros. Contudo, esta é uma medida que não agrada a todas as empresas. Será que a distância de um banco chega? E a nível económico, quais podem ser as consequências?

 

Com muitos aviões sem levantar voo, os planos fazem-se já com os olhos no céu. Contudo, alguns pormenores poderão ter de mudar para garantir o regresso seguro das viagens. Desta forma, são já várias as companhias aéreas que ponderam iniciar os voos com menos pessoas nas aeronaves: a alternativa é deixar vagos os lugares do meio, de forma a ser possível manter um maior distanciamento social.

 

 

Segundo a BBC, esta medida não seria mal vista pelos passageiros. Afinal, é uma vantagem ir à janela a ver a vista ou do lado do corredor e poder esticar as pernas ou ir à casa de banho sem ter de pedir para passar. O lugar do meio não tem esses benefícios — apenas é positivo se a pessoa tiver à-vontade para conversar com os companheiros de viagem.

 

 

Mas será esta uma boa forma de manter as distâncias? Os aviões permitem-no realmente, de forma segura? E por quanto tempo será viável voar nestas condições?

 

 

A verdade é que as cabines dos aviões não estão configuradas para se manter o distanciamento social. Daniel Baron, diretor-geral da LIFT Aero Design, refere que, para já, deixar lugares por ocupar é a única opção. Todavia, “a longo prazo não é economicamente sustentável. Depois de a poeira assentar, todos esperamos novamente uma mobilidade global acessível. Para permitir as tarifas, especialmente se a capacidade total tiver sido reduzida, as companhias aéreas vão precisar de pessoas em todos o lugares”.

 

 

Mas façamos algumas medições. Alguns estudos apontam que é necessário manter uma distância de 2 metros entre as pessoas, para evitar o contágio. Contudo, isso é impossível num avião moderno, onde os assentos têm cerca de 45 cm de largura — e é, portanto, essa a distância de segurança que se consegue com o lugar do meio vazio. Ou seja, era necessário ter mais de quatro assentos separados para manter a distância: se um avião tivesse filas de seis lugares, apenas ficariam a uso os dois assentos da janela, contando ainda com a distância do corredor. Por outro lado, esta era apenas a distância lateral. As pessoas sentam-se também nas filas à frente e atrás. Geralmente, os assentos das cabines estão espaçados em filas a uma distância de 75 a 80 centímetros. Portanto, para manter as pessoas afastadas pelo menos 2 metros, era necessário deixar duas filas completamente livres entre cada passageiro.

 

 

Para Baron, esta não é, no entanto, a única medida a considerar. “Uma combinação de rastreio antes do voo, com uma higienização completa da cabine, designações inteligentes de lugares e [utilização] de máscaras provavelmente será o caminho a seguir no curto e no médio prazo.”

 

 

Neste cenário, há um factor importante a considerar pelas companhias aéreas: o de carga, ou seja, a percentagem de lugares ocupados num avião pelos passageiros, que diz se vale ou não a pena voar. Em 2019, a Associação Internacional de Transporte Aéreo citou uma taxa de ocupação global média de 84%, variando regionalmente em 89% na América do Norte e em 71% em África.

 

 

Bloquear os lugares do meio num Boeing 737 ou Airbus A320, que geralmente têm um layout de 3-3, ou até em alguns aviões maiores, como um Boeing 787 ou Airbus A350, que tendem para uma configuração de 3-3-3, significava um factor de carga de 66,7%, o que não é suficiente para permitir que as companhias aéreas operem sem registar perdas.

 

 

Como adaptação aos novos tempos, a Delta Air Lines já mudou a maneira como os passageiros embarcam nas aeronaves. Agora, as entradas fazem-se de forma a ocupar os lugares de trás para a frente, para que os passageiros não precisem de passar uns pelos outros. A companhia aérea também já está a embarcar menos pessoas de cada vez para melhorar o distanciamento físico dos passageiros.

 

 

A Wizz Air está também a implementar a mesma medida. O CEO,  Jozsef Varadi, disse que os aviões de um só corredor podem ser obrigados a deixar os lugares do meio vagos para permitir o distanciamento social a bordo. “Basicamente estaríamos a bloquear um terço dos aviões”, disse Varadi à Reuters. “Um avião de 180 lugares tornar-se-ia num de 120 lugares”.

 

Muitas companhias aéreas também estão a cancelar ou a reduzir o serviço de alimentos e bebidas a bordo para reduzir as interações entre passageiros e tripulação. Por exemplo, a Southwest está a servir garrafas de água em vez do seu habitual serviço de bebidas completo.

 

 

Face à necessidade, são já vários os projetos que vão surgindo para combater o problema das cabines dos aviões. Os designers italianos da Avio Interiors divulgaram dois novos modelos de assentos que visam manter uma distância segura entre os passageiros “de acordo com os novos requisitos” sem comprometer muito espaço a bordo, conta a CNN.

 

 

O primeiro modelo, a “poltrona Janus”, adotando o nome do deus grego das mudanças e transições, consiste em que, numa fila de três lugares, o banco do meio esteja voltado para a direção oposta à dos bancos corredor e da janela, para garantir “o máximo isolamento entre os passageiros sentados um ao lado do outro”.

 

 

Além disso, cada banco tem uma proteção “feita de material transparente”, para impedir a “propagação da respiração” entre os assentos adjacentes.

 

 

A outra opção apresentada é o modelo “Glassafe”, que consiste em incluir proteções nos bancos, de forma a que, se uma pessoa tossir ou espirrar, as gotículas não passem para as pessoas sentadas ao lado. Este modelo seria, por isso, mais simples de incluir nas atuais disposições dos aviões. Contudo, não há, desta forma, a garantia da distância de segurança.

 

 

A Avio Interiors disse à CNN que as companhias aéreas já demonstram interesse nos dois projetos e que a empresa está atualmente a fazer o protótipo dos dois modelos. Depois de passar por todas as fases do projeto, têm de ser aprovados pelos reguladores da aviação.

 

 

No entanto, a empresa acredita que poderá lançar este tipo de bancos dentro de oito a 11 meses, caso seja possível avançar. Embora não exista garantia de que realmente vamos ver estes designs montados em aviões, esta é uma forma de as empresas mostrarem que estão atentas à atualidade, apresentando conceitos inovadores que ajudam a refletir o cenário de viagens que se está a alterar.

 

 

 

 

 

 

Uma “ideia idiota” e as consequências económicas

 

 

 

 

 

 

Contudo, nem todas as companhias concordam com a medida. O presidente da Ryanair já referiu que a companhia aérea irlandesa de baixo custo não retomará os voos se for necessário deixar assentos no meio da fila vazios para manter as distâncias de seguranças por causa da covid-19, referindo também a questão do factor de carga.

 

 

Numa entrevista ao Financial Times, Michael O’Leary disse que já avisou o governo irlandês de que, se planear introduzir tais regras, “ou paga pelo assento do meio” a companhia não voará, sublinhando: “não podemos ganhar dinheiro com uma taxa de ocupação de 66%”. Além disso, segundo o responsável, deixar os assentos do meio desocupados não garante distância suficiente e “é uma ideia idiota que não leva a nada”.

A companhia aérea de baixo custo, que tem 99% dos aviões imobilizados devido à quase total interrupção do tráfego aéreo por causa da pandemia de covid-19, já tinha alertado no início de abril que os seus lucros estariam abaixo das expectativas para o exercício anual até final de março, o que inclui apenas o início das perturbações relacionadas com o novo coronavírus.

 

 

Esta posição do presidente da Ryanair surge depois de a companhia aérea EasyJet ter admitido a possibilidade de deixar os assentos do meio vazios numa fase inicial de retoma de voos.

 

 

O director-geral da EasyJet para Portugal, José Lopes, também já se pronunciou sobre o assunto, dizendo que a limitação ao número de lugares nos aviões poderá pôr em causa a retoma do sector, pois fará subir “exponencialmente” os preços das passagens aéreas.

 

 

Para José Lopes, o sector precisa de conhecer com a máxima antecedência o ‘roadmap’ (roteiro) para um cenário de evolução positiva da doença em Portugal para se poder preparar, e para tal, a Easyjet precisará de “pelo menos 15 dias” para testes.

 

 

Segundo o responsável, não poderá também haver limitações àquilo que designou por “conectividade”.

 

 

“Se tivermos a lançar operações com o número de lugares que estão disponíveis, como atualmente estão implementadas, a um terço da capacidade não será possível estimular o mercado, porque para operarmos em situações normais vamos ter que aumentar exponencialmente os preços e aquilo que é necessário neste momento é precisamente o contrário, é baixarmos os preços”, disse.

 

 

Segundo o responsável, terão que ser implementadas as necessárias medidas de segurança, como a utilização obrigatória de máscaras, que gerem confiança nos consumidores, “mas que não criem barreira à conectividade e ao custo de voar”.

 

 

Caso contrário, corre-se o risco de que voar “passe a ser um regresso ao passado, para algo de luxo e não algo acessível à grande maioria da população”.

 

 

 

 

 

 

A certeza de que nada vai ser igual 

 

 

 

 

 

O líder da Boeing, David Calhoun, já referiu que o tráfego aéreo mundial vai demorar anos a regressar ao nível de antes da pandemia de covid-19, apontando um período de dois a três anos.

 

 

Calhoun, que falava numa reunião da Boeing, anunciou que são precisos três a cinco anos para que os dividendos da Boieng sejam restaurados, com o grupo aeronáutico a ser bastante atingido pelas consequências económicas da crise causada pela pandemia de covid-19. Estas dificuldades acrescem aos problemas que o grupo tem enfrentado com o aparelho 737 MAX.

 

 

“Esta crise sanitária é diferente de tudo o que conhecemos antes”, afirmou Calhoun, acrescentando que haverá um período de “vários anos” antes de se atingir os níveis anteriores à pandemia.

 

 

Calhoun traçou um quadro sombrio quanto às perspetivas do sector aéreo em geral e da Boeing em particular. “Sabemos que teremos que pedir dinheiro emprestado nos próximos seis meses”, afirmou.

 

A Organização Europeia para a Segurança da Navegação Aérea — Eurocontrol — estimou já que o sector aeronáutico europeu vá perder 110 mil milhões de euros este ano devido à pandemia de covid-19, entre companhias aéreas, aeroportos e prestadores de serviço.

 

 

“Haverá uma perda total de receitas da indústria de aproximadamente 110 mil milhões de euros durante 2020 para as companhias aéreas, aeroportos e prestadores de serviços de navegação aérea”, indica a entidade europeia numa análise divulgada.

 

 

Para chegar a este valor, a Eurocontrol teve “em conta os pontos de vista de muitas outras entidades importantes”, como a Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO), a Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA), o Conselho Internacional dos Aeroportos (ACI) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), bem como “contactos com presidentes de principais companhias aéreas europeias”.

 

 

Nesta análise publicada no seu ‘site’ a Eurocontrol traça dois diferentes “cenários de tráfego” relacionados com a recuperação do setor, que regista actualmente quebras de operação na ordem dos 90%, dadas as medidas restritivas adotadas pelos Estados-membros da União Europeia para tentar conter a propagação da pandemia (incluindo limitações nas viagens entre países).

 

 

E, segundo a organização europeia, enquanto uma abordagem coordenada entre os Estados-membros iria permitir “o início da recuperação em meados de junho, com a total retoma em julho”, a adoção de medidas descoordenadas a nível comunitário “iria afectar significativamente a taxa de recuperação”.

 

 

Frisando que estes dois cenários dependem “muito de variáveis como a duração e a dimensão da pandemia em toda a Europa, que ainda não são claras”, a Eurocontrol afirma já como adquirido que, “se as companhias aéreas tiverem de cumprir um conjunto de regulamentos à partida e outro conjunto quando o voo chega a outro Estado-membro, isso será particularmente oneroso para o setor”.

 

 

Então, no que toca ao cenário das medidas coordenadas, que prevê uma abordagem comum para estabelecer procedimentos operacionais e para levantar as restrições nacionais, a Eurocontrol antecipa uma quebra de 45% (menos cinco milhões) nos voos realizados este ano dentro da Europa face ao período homólogo de 2019.

 

 

Os números pioram no caso de um cenário oposto, já que se cada país europeu começa a ditar as suas regras, as quebras na operação podem chegar aos 57% em 2020 (menos 6,2 milhões de voos) a nível europeu, também face ao ano anterior.

 

Para esta análise, a Eurocontrol teve apenas em conta o tráfego intraeuropeu por assumir que este será o primeiro a ser retomado.

 

 

“A diferença entre os dois cenários é significativa e realça que o desenvolvimento de uma abordagem comum é vital para minimizar a perturbação e o custo da pandemia”, frisa a organização europeia, apelando então a que os Estados-membros se coordenem no levantamento das restrições e na aplicação de normas de segurança no sector.

 

 

Em ambos os casos, segundo os dados divulgados nesta análise, a recuperação só se deverá intensificar no final do ano, com as quebras a baixarem para -20% em outubro e só a descerem para -15% em fevereiro de 2021, isto no cenário mais positivo.

 

 

Atualmente (dados da semana passada) as quebras no tráfego aéreo europeu chegam aos 89%, com os voos de passageiros praticamente parados e a serem colmatados com os de transporte de mercadorias (voos de carga). Esta percentagem compara com uma redução de 41% em meados de março.

 

 

Ainda segundo a Eurocontrol, em média, estão a ser efectuados por dia cerca de 3.000 a 4.000 voos na Europa, menos 20 a 30 mil do que no mesmo período de 2019.

 

 

 

 

 

Boeing desiste de acordo de negócios conjuntos com a brasileira Embraer

 

 

 

 

 

 

A Boeing rescindiu (25 de Abril) o acordo com a brasileira Embraer para criar duas parcerias, uma para o negócio da aviação comercial e outra para o desenvolvimento de novos mercados para o avião militar de transporte de carga C-390.

 

O gigante da aeronáutica Boeing rescindiu o acordo ‘Master Transaction Agreement -MTA’ com a brasileira Embraer, que tinha como objetivo estabelecer “um novo patamar de parceria estratégica”, refere a Boeing em comunicado, realçando que em causa estavam a criação de duas ‘joint-ventures’ (empresas conjuntas), uma para o negócio da aviação comercial da Embraer e outra para o desenvolvimento de novos mercados o C-390 Millenium.

 

 

O acordo para a compra por parte da Boeing do negócio da aviação comercial da Embraer estava avaliado em 5,2 mil milhões de dólares.

 

 

No comunicado, a Boeing refere ainda que “exerceu seus direitos” de rescindir o contrato porque a Embraer “não cumpriu as condições necessárias” dentro de prazo que terminou na sexta-feira, apesar de parceria ter recebido a “aprovação incondicional” de todos os órgãos reguladores envolvidos, à exceção da Comissão Europeia.

 

 

O presidente da Embraer Partnership & Group Operations da Boeing, Marc Allen, disse no comunicado que a rescisão é “muito dececionante” e que explicou que tinham chegado a um ponto em que “continuar a negociar ao nível do acordo não iria resolver as questões pendentes”.

 

 

No comunicado, a Boeing esclarece que “trabalhou diligentemente” nos últimos dois anos para concluir o acordo com a Embraer.

 

 

“Há vários meses que temos mantido negociações produtivas sobre as condições do contrato, mas que não foram atendidas e por último, as negociações não foram bem-sucedidas”, lê-se no comunicado.

 

 

A Boeing e a Embraer vão, no entanto, manter o contrato vigente relativo à comercialização e manutenção conjunta da aeronave militar C-390 Millenium assinado em 2012 e ampliado em 2016.

 

 

 

 

TPT com: AFP//BBC// EPA/Will Oliver//Reuters//AEP//Financial Times//MadreMedia/Lusa// 30 de Abril de 2020