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Morreu Almeida Santos candidato da oposição ao regime salazarista

O histórico socialista faleceu na noite de hoje, segunda-feira. Almeida Santos tinha 89 anos e era atualmente presidente honorário do partido.

 

 

Para além de candidato da oposição ao regime salazarista, ministro dos quatro primeiros governos provisórios e desenhou os processos de descolonização e independência dos territórios coloniais. Filiou-se no PS e foi candidato a primeiro-ministro nas legislativas de 1985.

 

 

António de Almeida Santos nasceu na aldeia de Cabeça, no concelho de Seia, em 15 de fevereiro de 1926. Filho de um casal do mesmo concelho, a mãe era natural de Loriga, e o pai de Vide, terra onde António passou parte da sua infância. Concluídos os estudos liceais, António de Almeida Santos entrou na faculdade de Direito da Universidade de Coimbra em 1944, terminando o curso em 1950. Dois anos mais tarde concluiu o sexto ano de Ciências Jurídicas na mesma faculdade, seguindo para Moçambique em 1953, onde passou a exercer a atividade de advogado.

 

 

Na Universidade de Coimbra, António de Almeida Santos foi um estudante muito ativo, conhecido não só pela sua participação em várias iniciativas de caráter eminentemente político, mas também como intérprete do canto e da guitarra de Coimbra, legando à geração do seu tempo e aos vindouros fadistas da “cidade dos doutores” as bem conhecidas “variações em ré menor” de que se tornou um exímio executante.

 

 

Na capital moçambicana, onde viveu durante 21 anos (1953-1974) tornou-se conhecido no mundo da advocacia, nunca deixando de ter intensa atividade cívica e política. Integrou o designado Grupo dos Democratas de Moçambique, e foi o representante da candidatura à presidência do general Humberto Delgado. Por duas vezes foi candidato à Assembleia Nacional em listas da oposição ao regime salazaristas, mas em ambos os casos a sua candidatura foi anulada pela administração colonial.

 

 

Logo após a Revolução de abril, em 1974, regressou a Portugal a convite do então Presidente da República, general António de Spínola, integrando, como independente, os quatro primeiros governos provisórios como ministro da Coordenação Interterritorial, pasta que desenhou e coordenou os processos de descolonização e independência dos territórios coloniais.

 

 

Foi no âmbito destas funções governativas que António de Almeida Santos passou a ser conhecido como o “arquiteto da descolonização”, sendo-lhe atribuída a responsabilidade pelo êxodo dos portugueses que abandonaram as ex-colónias, regressando ao continente no chamado processo dos “retornados”. No VI Governo Provisório foi ministro da Comunicação Social, cujas empresas tinham sido maioritariamente nacionalizadas ou intervencionadas em 11 de março de 1975.

 

 

 

Obreiro das revisões constitucionais

 

 

 

Foi com o I Governo Constitucional, de que fez parte como ministro da Justiça, liderado por Mário Soares, que Almeida Santos se filiou no PS. A partir de então tornou-se num peso pesado da máquina socialista, estando sempre ativamente presente em todas as grandes decisões da política nacional. Foi deputado ininterruptamente da primeira à nona legislatura. Transitou para o II Governo Constitucional como ministro-adjunto do Primeiro-Ministro, e foi determinante nas negociações com o PSD para a viabilização parlamentar que possibilitou a primeira revisão constitucional em 1982.

 

 

Foi ministro de Estado e dos Assuntos Parlamentares no Governo do Bloco Central, PS/PSD, que viria a ser derrubado por uma moção de censura parlamentar na sequência da eleição de Aníbal Cavaco Silva para a liderança do PSD. Após a vitória do PSD nas eleições intercalares, que levou Cavaco Silva a Primeiro-Ministro, Almeida Santos tornou-se presidente do Grupo Parlamentar do PS, e nas eleições legislativas de 1985 candidatou-se a Primeiro-Ministro, como líder do seu partido, averbando uma pesada derrota com a primeira maioria absoluta dos social-democratas.

 

 

Apesar daquele revés, António de Almeida Santos foi novamente determinante no processo da segunda revisão constitucional de 1988/89. A partir de 1990 voltou a destacar-se na direção do PS, integrando o Secretariado Nacional. Com o regresso ao poder dos socialistas, nas eleições legislativas de 1995, tornou-se na segunda figura da hierarquia do Estado, ao ser eleito Presidente da Assembleia da República. De 1985 a 2002 fez parte do Conselho de Estado, e foi presidente do Partido Socialista desde 1992 a 2011, passando então a presidente honorário.

 

 

Almeida Santos é autor de mais de uma dezena de obras, quer de matriz política quer de natureza jurídica. Em 2006 publicou uma autobiografia em dois volumes – “Quase Memórias” – na qual deu particular relevo ao processo da descolonização, processo em que teve particular intervenção. No livro “Que Nova Ordem Mundial?”, publicado em 2009, defendeu a nova ordem de uma economia globalizada, e propôs que o conceito da globalização envolva não apenas as relações comerciais, económicas e financeiras, mas também a própria política como instrumento primordial da gestão dos povos.

 

 

Membro da Maçonaria Portuguesa (Grande Oriente Lusitano), com o grau máximo, António de Almeida Santos é comendador da Ordem de Mérito da Costa do Marfim, Grã-Cruz da Ordem do Mérito da Polónia, Grã-Cruz da Ordem da Liberdade, e Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo. Em 2003 ganhou o Prémio Norte-Sul do Conselho da Europa, galardão atribuído a personalidades que tenham mostrado um empenho de excelência na defesa e promoção dos Direitos Humanos, pluralidade democrática, desenvolvimento do diálogo intercultural e reforço da solidariedade entre norte e sul.

 

 

 

TSF/TPT/18/1/2016

 

 

 

 

Lusoamericano toma posse como um dos mais jovens presidentes de câmara nos EUA

O lusodescendente Jasiel Correia II, de 24 anos, que tomou posse como o mais novo presidente de Câmara de Fall River, em Massachusetts, quer devolver a cidade aos anos de ouro em que atraía milhares de imigrantes portugueses.

 

 

“Ouvimos uma e outra vez sobre o grande potencial de Fall River. Hoje começamos a mostrar resultados”, disse Correia durante a cerimónia de tomada de posse, que aconteceu esta semana.

 

 

Com origens cabo-verdianas pelo lado do pai e açorianas pelo lado da mãe (Pico da Pedra, São Miguel), Correia foi eleito em novembro com 52% dos votos, derrotando Sam Sutter, que lutava pela reeleição e apenas conseguiu 48%.

 

 

Com cerca de 90 mil habitantes, Fall River é o centro da vida portuguesa em Massachusetts. Segundo os últimos censos, 49% da população da cidade eram portugueses ou luso-americanos, sendo que a grande maioria é oriunda das ilhas dos Açores.

 

 

No centro da cidade, existe mesmo uma réplica das Portas da Cidade de Ponta Delgada. As celebrações do Espírito Santo acolhem todos os verões dezenas de milhares de pessoas.

 

 

O voto destes emigrantes foi essencial para eleger Correia, que ocupava o cargo de conselheiro da cidade desde o início de 2014.

 

 

“Vamos começar a atrair a próxima geração e a geração a seguir a essa para a nossa cidade. Vamos fazê-lo tornando Fall River não apenas um local onde as pessoas sobrevivem, mas onde prosperam”, disse o jovem.

 

 

Lembrando as dificuldades que a cidade passou nos últimos 40 anos, depois do fecho de muita indústria na segunda metade do século passado, Correia disse que vai “trabalhar para afastar a perceção negativa que foi injustamente lançada sobre a cidade nas últimas décadas.”

 

 

Correia nasceu e foi criado em Fall River, onde também estudou, tendo depois concluído uma licenciatura no Providence College em Ciências Empresariais e Políticas.

 

 

Durante a campanha, disse que a sua questão preferida era quando lhe perguntavam se tinha maturidade suficiente para ser presidente.

 

 

“Não posso mudar a minha idade. Não posso ser desacreditado apenas pela minha idade. Vou ser o mais energético, o mais otimista presidente de que têm memória recente, se não de sempre”, disse.

 

 

Correia é fundador e diretor executivo da SnoOwl, uma aplicação para telemóveis que reúne ‘posts’ das redes sociais sobre empresas.

 

 

O jovem diz que vai usar a sua experiência como empresário para falar com outros homens de negócios e revitalizar a economia da cidade.

 

 

Correia, que até há alguns meses ainda vivia em casa dos pais, detalhou planos específicos para a cidade, que passam pela recuperação da frente ribeirinha, construção de estacionamento, um novo sistema de recolha de lixo e de coordenação com as escolas.

 

 

“Nos próximos meses, verão a minha administração fazer parceria com o Conselho da Cidade e o Comité Escolar para desenhar um orçamento que garante serviços de qualidade para os nossos residentes e lança as bases para uma era de desenvolvimento económico”, concluiu o luso-descendente.

 

 

 

TPT/com AYS // EL/Lusa/14/1/2016

 

 

 

 

Truques de maquilhagem que ajudam a esconder os efeitos de uma ressaca

A noite vai ser fantástica. Vai dançar, vai brindar, vai divertir-se com os seus amigos e família e vai festejar. Mas se as coisas se descontrolarem um pouco, resista à tentação de ficar a dormir e cancelar o primeiro almoço ou jantar do ano. É provável que acorde a sentir que um autocarro lhe passou por cima e, quanto a isso, não podemos fazer nada. Mas, felizmente, não tem que parecer que se sente assim.

 

 

Reunimos uma série de dicas que a vão ajudar a esconder os efeitos de uma ressaca. Olhos inchados, pele pálida e seca, olheiras, vermelhidões… Se não conseguir dizer que não ao terceiro ou quarto copo de champanhe, não se preocupe, há formas de os aniquilar. Ou, pelo menos, de dar a entender que não bebeu tanto assim.

 

 

Tenha alguns cuidados antes de se deitar

 

 

Se chegar a casa em condições de se lembrar disto, beba água para reduzir a desidratação durante a noite e a causa de grande parte dos sintomas do dia seguinte. Tire a maquilhagem, limpe bem o rosto com água morna e durma com mais do que uma almofada para ficar com a cabeça ligeiramente levantada. Isto vai ajudar a minimizar os inchaços.

 

 

Lave bem o rosto

 

 

O álcool desidrata a pele e é por isso que, numa ressaca, fica com a pele seca e o rosto inchado. Quando acordar, antes de fazer o que quer que seja, siga o conselho que Kate Moss (e talvez a rainha das ressacas) deu numa entrevista à revista Elle americana: encha uma bacia com água, gelo e rodelas de pepino e mergulhe o seu rosto nela. Isso vai reduzir o inchaço do rosto e dar logo melhor aspeto à pele. Este efeito é temporário mas o suficiente para chegar ao primeiro almoço do ano com outra cara.

 

 

Hidratação, hidratação, hidratação

 

 

As células da sua pele estão desidratadas. Limpe-a bem e, antes de qualquer maquilhagem, dê-lhe uma boa dose de hidratação para reduzir a vermelhidão e acalmar as linhas que, numa pele ressacada, se tornam mais visíveis. Esta é também uma boa altura para fazer uma máscara com dose extra de hidratação. A Sephora tem uma coleção de máscaras faciais em doses individuais. Pode escolher a vermelha que é energizante, ou a rosa clara que refresca a pele cansada.

 

 

Use alguns produtos extra

 

 

Esta é também uma boa altura para usar alguns daqueles produtos de “efeito Cinderela” que atuam imediatamente, como as ampolas flash de Martiderm, que iluminam, ou o exfoliante Revitalizing Instant Facial de Clinique, que revela uma pele renovada, energizada e mais luminosa em cinco minutos.

 

 

Tire todos os corretores da gaveta

 

 

A sua pele vai ter vermelhidões, olheiras e as linhas vão estar mais salientes. Terá, por isso, de corrigir antes de maquilhar. Os corretores verdes corrigem as vermelhidões e os de cor salmão anulam o tom azulado das olheiras. Se não tem uma paleta de corretores com várias cores, use um que tenha, pelo menos, boa pigmentação e alta cobertura para ocultar tudo o que é preciso.

 

 

Esqueça a base

 

 

A sua pele está desidratada e uma base vai acabar por criar aquele efeito de pele rachada. Use um primer para preparar a pele para a maquilhagem e troque a base por um BB Cream. Este é, literalmente, o passo mágico de que não se pode esquecer porque vai uniformizar o tom de pele e manter a hidratação necessária.

 

 

Olhos esfumados: não!

 

 

Os seus olhos estão cansados da noite anterior e é provável que ainda estejam vermelhos. Um smoky-eye ou sombras escuras só vão acentuar o aspeto de olhar fatigado. A ideia é fazer com que os olhos pareçam maiores e brilhantes e isso só é possível com tons claros e terra. Pinte também a linha de água com um lápis branco para criar uma ilusão de ótica de olhos mais abertos.

 

 

Este é o dia para abusar do blush

 

 

Um pó bronzeador e um blush rosa vão dar à pele um aspeto fresco, por isso abuse dos tons rosa para dar vida ao rosto que, sem dúvida, vai estar pálido. Se tiver blush em creme, é preferível usá-lo do que um em pó — para não secar a pele.

 

 

Use um batom arrojado

 

 

Que é como quem diz, tudo o que faça desviar a atenção dos seus olhos cansados e ressacados. Mas use cores frescas e evite tons escuros e pesados. Rosas, salmão, laranja e até um gloss são boas opções.

 

 

 

David McNew/Helena Magalhães/OBS/11/1/2016

 

 

 

 

 

Burla a emigrantes está a preocupar portugueses que residem no Canadá

“Já tivemos duas situações concretas com utentes que foram ameaçadas por telefone de deportação imediata se não depositassem uma certa quantia de dinheiro numa conta, circunstância que as levou a entrar em pânico”, denunciou Marisa Gomes, assistente social do Centro Abrigo, em Toronto.

 

A funcionária da organização sem fins lucrativos confirmou que duas das suas utentes, uma canadiana nascida nas Filipinas e uma portuguesa residente no Canadá, foram vítimas de um esquema de burla.

 

 

Os alegados ‘burlões’ solicitaram às vítimas por telefone, que lhes facultassem dados pessoais, como o números de identificação bancária, e de segurança social, ou o número de contribuinte.

 

 

“O (alegado) ‘burlão’ que contatava as pessoas, dava-lhes a informação exata do seu processo que se encontra no ministério da Cidadania, Refugiados e Imigração do Canadá. Ou seja, o que levava as pessoas a acreditarem e a entrarem em pânico, ficando bastante nervosas, pois se não efetuassem um determinado pagamento por via correio postal, eram deportadas definitivamente”, acrescentou Marisa Gomes.

 

 

Uma utente do Centro Abrigo estava mesmo “pronta para depositar 2.360 dólares canadianos (1.550 euros)”, mas entretanto contatou a instituição e foi aconselhada a não o fazer. O vale postal com o dinheiro tinha como destino o estado do Tennessee (sudeste dos Estados Unidos).

 

 

Os visados no esquema, recebem chamadas telefónicas, com números com o indicativo da capital do Canadá, Otava, num curto espaço de cinco em cinco minutos, muitas delas efetuadas até às três ou quatro da manhã.

 

 

Marisa Gomes revelou que uma das utentes do Centro Abrigo, há cerca de um ano atrás, utilizou aquele serviço para proceder ao registo de um requerimento da cidadania canadiana, processo efetuado diretamente na página da internet do ministério de Cidadania, Refugiados e Imigração do Canadá (IRCC, sigla em inglês).

 

 

O Centro Abrigo, em Toronto, está em atividade há 25 anos. É uma instituição sem fins lucrativos e tem como objetivo a integração dos recém-chegados ao Canadá, consciencializando a comunidade das problemáticas de cariz social, nomeadamente o apoio aos jovens, idosos e as vitimas de violência doméstica.

 

 

O ministério da Cidadania e Refugiados do Canadá confirmou através de um e-mail enviado à agência Lusa que ao longo dos últimos seis meses recebeu “um número crescente de denúncias” um pouco por todo o Canadá relacionadas com um “esquema de fraude” através de chamadas telefónicas com pessoas que se identificam como funcionários do IRCC.

 

 

“Em alguns casos, o nome do departamento de imigração aparece no ecrã do telefone da pessoa que está a efetuar a chamada”, sublinhou Remi Lariviere, do gabinete do comunicação do IRCC.

 

 

Segundo a porta-voz daquela entidade governamental, assim que o ministério teve conhecimento destes casos “foi publicada no site oficial co IRCC uma nota a alertar para toda aquela situação”.

 

 

O Governo do Canadá “leva muito sério qualquer tipo de fraude” e, nestes casos, aconselha as agências associadas à imigração “a tomarem as medidas necessárias”.

 

 

“Quem receber algum telefonema suspeito, deve desligar imediatamente e entrar em contato com as agências das forças de segurança e denunciar o caso imediatamente ao Centro Canadiano Anti-Fraude”, frisou na nota.

 

 

No site do ministério da Cidadania, Refugiados e Imigração (www.cic.gc.ca), estão disponibilizadas algumas ideias como evitar este esquema.

 

 

O IRCC “não contacta as pessoas com o objetivo de recolher multas monetárias ou informações pessoais para evitar a deportação”, e “nunca solicita ao público que efetue um pagamento ao telefone”, esclareceu Remi Lariviere.

 

 

Calcula-se que existem 550 mil portugueses e lusodescendentes no Canadá, estando a grande maioria localizada na província do Ontário.

 

 

 

The Portugal Times com Económico e Lusa/11/1/2016

 

 

 

 

 

Sampaio da Nóvoa fez o arranque da campanha no Snapistão

 A Beira Alta foi a primeira paragem das duas semanas de campanha que aí vêm para Sampaio da Nóvoa. Marcelo ainda não ganhou e não pode ganhar são as mensagens fortes do candidato.

 

 

Noutros tempos, chamavam-lhe Cavaquistão. Mais recentemente, deram-lhe novos apelidos: Passistão e Pafistão. Este domingo, Sampaio da Nóvoa foi a Viseu ver se a cidade também podia ser um Snapistão (SNAP – Sampaio da Nóvoa a Presidente – é o lema da campanha). Em boa verdade, todo o primeiro dia de campanha foi um Snapistão, graças a iniciativas controladas e pouco pé na rua. Na Beira Alta, o candidato optou por fazer ações junto dos apoiantes, em espaços fechados. O contacto com eleitores na rua, garante a organização, ficou reservado para segunda-feira, se o tempo ajudar.

 

Sampaio da Nóvoa arrancou campanha no Snapistão 2

No jantar-comício que reuniu 600 pessoas em Viseu – uma demonstração de força para um candidato que muitos acusam de não ter passado político -, o mandatário nacional de Nóvoa, Correia de Campos, não se esqueceu em que terra estava. “O Cavaquistão encerra definitivamente em março próximo”, disse, alegrando os convivas com a perspetiva de “um tempo novo” que começa a 24 de janeiro.

 

 

Para a campanha SNAP, o tom das próximas duas semanas está definido: 24 de janeiro é considerado apenas a primeira etapa de um percurso maior. O horizonte de Sampaio da Nóvoa e dos que o rodeiam está fixado em 14 de fevereiro (segunda volta) e em 9 de março (dia da tomada de posse do novo Presidente). Por isso, combater a ideia de que Marcelo já ganhou é fundamental. Como também o é a ideia de que Marcelo oferece estabilidade ao país. “Marcelo é folclore, certamente. É intriga. É animador de serões de domingo. É uma no cravo e outra na ferradura. Está bem com Deus e com o demónio”, afirmou Correia de Campos em Viseu.

 

 

Já antes, em Seia, onde almoçou, e na Guarda e em Mangualde, onde inaugurou de sedes de campanha, Sampaio da Nóvoa não perdeu uma oportunidade para atacar o ex-comentador. “Votar em Marcelo é o mesmo que escolher uma rifa. Nunca se sabe o que irá calhar em sorte”, disse o ex-reitor da Universidade de Lisboa, para quem “este país está a acordar” e a perceber que “aquele que se tinha autoproclamado vencedor tinha de descer ao chão da democracia”.

 

 

“Nos últimos oito dias caiu o mito. E foi bom para a democracia esse mito ter caído”

 

 

Também Maria de Belém não foi esquecida, apesar de ter merecido menos atenção nas críticas. Sampaio da Nóvoa acusou a ex-presidente do PS de não ter defendido a Constituição quando tal lhe era exigido e o general Ferreira do Amaral, mandatário de Nóvoa por Viseu, foi mais duro nas palavras: “Não me parece que nenhum dos vestidos ou fatos que tem usado tenham servido para passar a mensagem que pretende.”

 

 

Ferreira do Amaral foi, aliás, protagonista de outras palavras duras, lançando a dúvida sobre se Marcelo cumpriu ou não o serviço militar obrigatório. Recordando o recente debate Nóvoa/Marcelo em que o ex-comentador questionou o ex-reitor insistentemente sobre o seu passado, Ferreira do Amaral inquiriu: “Por onde andaria o cidadão Marcelo no 25 de abril de 1974? Nessa data, deveria estar no cumprimento do serviço militar obrigatório.” Mas talvez não estivesse, disse o general, afirmando que Marcelo “pode ter incumprido a lei vigente”. É dúvida para mais tarde esclarecer.

 

 

Esta segunda-feira, se o tempo o permitir, Sampaio da Nóvoa vai estar logo de manhã na feira de Espinho. A caravana vai andar depois por Oliveira de Azeméis, Aveiro, Cantanhede e Coimbra.

 

 

Pedro Correia/João Pedro Pincha/Obs/10/1/2016

 

 

 

 

Nadador olímpico decide abandonar carreira de alta competição por questões financeiras

O nadador olímpico Pedro Oliveira decidiu colocar um ponto final na carreira de alta competição. O atleta, que representava o Estrelas de São João de Brito, diz que a falta de apoios financeiros foi um dos motivos que o levou a tomar a decisão.

 

 

Em declarações à TSF, Pedro Oliveira explicou que ainda poderia vir a participar em alguns jogos olímpicos mas sublinhou que olhando para a situação “onde está e onde poderia estar” a conta bancária, “ir a mais uns jogos olímpicos ou não iria influenciar nada” o seu futuro em termos profissionais.

 

 

O nadador queixou-se também da falta de apoios. “Se as empresas apoiassem e investissem mais em campanhas publicitárias com atletas talvez a coisa fosse um bocadinho ao sitio, como se costuma dizer”.

 

 

Segundo Pedro Oliveira, “se forem só as federações a acarretar com o salário de todos os atletas, a coisa nunca vai funcionar”.

 

 

Pedro Oliveira afirmou ainda que “já não era possível conciliar os treinos de alta competição com um trabalho em part-time” que mantinha nos últimos anos.

 

 

O atleta garante que vai continuar a viver nos Estados Unidos, onde há dois anos concluiu a licenciatura em Ciências do Desporto.

 

 

Pedro Oliveira teve como melhor resultado olímpico um 20º lugar nos 200 metros costas nos jogos de Londres em 2012.

 

 

O nadador de Rio Maior conquistou ainda duas medalhas de prata nos Europeus de juniores em 2005 e 2006 e, em termos absolutos, marcou presença nas meias-finais do Mundial de 2007 e 2009 nas quais foi 14º classificado nos 200 metros costas e 200 metros mariposa.

 

 

TSF/8/1/2016

 

 

 

 

 

Após sete meses em fuga Chapo Guzman voltou a ser capturado

“Missão cumprida: Nós temo-lo”, escreveu o presidente mexicano, Enrique Pena Nieto, no Twitter, anunciando a nova captura do narcotraficamente “El Chapo”, sete meses após a sua espantosa fuga de uma prisão de alta segurança.

 

 

Após uma espantosa fuga de uma das prisões mais seguras do mundo, as autoridades mexicanas ofereciam uma fortuna pela captura de “El Chapo”. Donald Trump ofereceu-se para intervir (mas depois assustou-se e logou ao FBI).

 

Sete meses após a sua fuga de uma prisão de alta segurança El Chapo voltou a ser capturado 2

“Este criminoso não vai ter descanso, declarava há sete meses o ministro do Interior mexicano, Miguel Ángel Osorio, sobre o narcotraficante Joaquin Guzman, conhecido como “El Chapo”, que escapou de uma das prisões mais seguras do mundo. As autoridades anunciaram a recompensa de 5 milhões de dólares pela sua captura.

 

 

Sete meses após a sua fuga de uma prisão de alta segurança El Chapo voltou a ser capturado 3

“El Chapo” tem 57 anos, mede apenas 1,55 metros e, segundo o jornalista britânico Malcolm Beith, é um homem “inteligente e calculista”. Tem apenas o sexto ano de escolaridade e “na sua vida passada” dedicava-se à agricultura. Envolveu-se nas drogas na década de 1980 e desde 1989 é o cabecilha do cartel Sinaloa.

 

 

Encontrava-se detido no estabelecimento prisional de Altipano (nas imediações da cidade do México) desde fevereiro de 2014, mas já tinha estado preso antes, entre 1993 e 2001 – ano em que fugiu da prisão pela primeira vez, escondendo-se dentro de um cesto da lavandaria depois de ter subornado alguns responsáveis prisionais.

 

 

Este episódio e os 13 anos de fuga que lhe seguiram, até ser de novo apanhado pelas autoridades do México, valeram a El Chapo um estatuto quase lendário, dentro e fora do país.

 

 

A fuga

 

 

Desta vez, o plano foi mais elaborado: envolveu um túnel de 1,5 quilómetros, cavado debaixo do polibã da sua casa de banho que ligava o estabelecimento a um prédio fora da área prisional. As autoridades suspeitam que Guzman, mais uma vez, subornou guardas para lhe fazerem este trabalho. O túnel não se assemelha em nada à versão imunda utilizada pelo personagem Andy Dufresne do filme “The Shawshank Redemption”.

 

 

Ao contrário deste último, o túnel de Guzman era iluminado, tinha ar condicionado e uma espécie de elevador. As autoridades mexicanas dizem que este trabalho levou cerca de um ano a ser desenvolvido.

 

 

Entre 2001 e 2014, Chapo Guzman tornou-se o traficante de narcóticos mais poderoso do mundo e criou uma fortuna astronómica, através de uma complexa rede de produção e distribuição de droga, que incluía diferentes regiões do globo, do Afeganistão à Austrália passando pela Europa e por várias cidades dos Estados Unidos. O seu poder atingiu tais proporções que a revista Forbes colocou-o na lista das pessoas mais influentes do mundo, à frente dos presidentes de França e da Venezuela.

 

 

 

Um “mano a mano” com Donald Trump

 

 

Depois da fuga do “El Chapo”, uma outra “estrela” aproveitou para dar a sua opinião. Donald Trump, candidato às presidenciais norte-americanas, decidiu utilizar o Twitter para dizer tudo o que acha sobre o assunto.

 

 

Começou por dizer que já tinha avisado que algo assim ia acontecer e acusou “El Chapo” e os cartéis de droga mexicanos de usarem a fronteira norte-americana como se se tratasse de um aspirador, “sugando drogas e morte para os Estados Unidos”.

 

 

Perguntou ainda aos seus seguidores se conseguiam imaginar Hilllary Clinton ou Jeb Bush a negociar com o narcotraficante mexicano, mas foi o tweet onde Trump desafiava Guzman para um “mano a mano” que lhe valeu de um valente susto.

 

 

Parece um episódio tirado do “Scarface”, mas é real: uma conta do Twitter ligada a “El Chapo” ameaçou abertamente o candidato presidencial. As suspeitas recaem sobre o filho de Guzman, Ivan.

 

 

Apesar do desafio, Trump decidiu não colocar a sua forma física à prova, tendo prontamente pedido ao FBI para investigar a ameaça.

 

 

Esta não é a primeira vez que Donald Trump decide meter-se com os mexicanos. Já em junho, quando o bilionário anunciou a sua candidatura à Casa Branca e garantiu ser o “melhor presidente que Deus alguma vez criou”, culpou o México de enviar para os Estados Unidos os piores membros da sua sociedade: “traficantes e violadores”.

 

Chegou mesmo a prometer construir “uma grande muralha” para evitar a entrada de mexicanos nos EUA.

 

 

Detidos 34 suspeitos de envolvimento na fuga do El Chapo

 

 

O Governo mexicano anunciou que foram detidas mais seis pessoas envolvidas na segunda fuga de El Chapo, o líder do maior cartel de droga do mundo (Sinaloa), de uma prisão de alta segurança do México. E adianta que todos os 34 suspeitos já foram detidos pelas autoridade mexicanas.

 

 

Funcionários da prisão, pilotos e até um cunhado de El Chapo, suspeito de ter supervisionado a construção do túnel, e o seu advogado, que será o grande mentor da fuga, foram algumas das 34 detenções realizadas, segundo informou a procuradora-geral da República, Arely Gómez. Além disso, durante os últimos sete meses as autoridades confiscaram armas, droga, edifícios e meios de transporte da organização criminosa.

 

Sete meses após a sua fuga de uma prisão de alta segurança El Chapo voltou a ser capturado 4

“Ninguém está acima da lei”, declarou Gómez, sublinhando que “nem ele [El Chapo] nem aqueles que o ajudaram escaparão da justiça.” E acrescenta: “Podemos afirmar que foi desarticulado o grupo que, a partir do exterior, planeou, organizou e materializou a fuga” de El Chapo (‘o baixinho’).

 

 

A responsável confirmou ainda o que já se sabia sobre a sua fuga: que o mexicano fugiu por um túnel que ligava a sua cela a um edifício no exterior, dirigindo-se por terra a San Juan del Río, no estado de Querétaro, e de seguida de avioneta para um esconderijo. Segundo informações divulgadas nos últimos dias, El Chapo estaria em Sinaloa, o seu estado-natal.

 

 

Dois dos detidos são suspeitos de ter pilotado as avionetas que permitiram a fuga do líder do cartel de Sinaloa, sendo um deles um dos pilotos históricos da organização criminosa.

 

 

Joaquín ‘El Chapo’ Guzmán Loera fugiu da prisão de alta segurança de Altiplano, no município de Almoloya, Juaréz, através de um túnel com 1,5 quilómetros de comprimento, que unia a cela onde este estava detido a uma casa de construção localizada no exterior do estabelecimento prisional.

 

 

 

Iryna Shev/Pedro Valtierra/EPA/Alexandre Costa/Expresso/Edgard Garrido/Reuters/TPT/Alfredo Estrela/AFP/8/1/2016

 

 

 

 

 

 

 

Um debate onde se acusou muito e se sorriu ainda mais

Marcelo e Maria de Belém sorriram muito, mesmo quando se atacavam, mas no fim quem teve razões para sorrir foi António Costa, levado ao colo pelos dois candidatos

 

 

Se houver um sorrisómetro, comprovará certamente que o debate entre Maria de Belém e Marcelo Rebelo de Sousa esta sexta-feira na RTP foi aquele em que os dois oponentes mais sorriram, e ao longo de mais tempo. Se houver um acusómetro dirá, provavelmente, que este foi o debate em que os candidatos trocaram mais acusações de caráter pessoal. Sempre a sorrir, claro.

 

 

Marcelo até começou, como noutros debates, tentando fugir ao confronto, chegando ao ponto de dizer que não vê adversários “em nenhum dos candidatos” que se apresentaram a estas eleições, mas Belém foi direta ao ataque. Abriu as hostilidades, sorridente, acusando Marcelo de incoerência, de “dizer uma coisa e logo a seguir outra completamente diferente”, e recuperou a expressão “catavento político”, em tempos usada por Passos Coelho, dizendo que “são estas as caraterísticas que lhe conhecemos”.

 

 

Marcelo respondeu com achas na fogueira: acrescentou acusações que Belém lhe fez noutras alturas e que causaram “surpresa” por revelarem “um lado de psicólogo” que o professor de direito não conhecia à antiga deputada. Belém chamou-lhe em tempos “hiperativo” e Marcelo lembrou que essa é uma doença mental, “portanto eu seria um doente mental, segundo a dra. Maria de Belém”, concluiu. E ainda lembrou que Belém o acusou de “dormir pouco”. “Veja-se ao que chegou o debate presidencial. Qual é a relevância das minhas horas de sono?”, perguntou. Belém defendeu-se explicando que não diz isso, mas isso é “o que dizem” de Marcelo – “Ah, não diz? Reproduz?”, ironizou o candidato, sorrindo. Estava o caldo entronado.

 

 

Ao longo da meia hora de Marcelo acusou a adversária de “criar intriga política”, de “mentir sistematicamente fingindo que não mente”, de se comportar com “malícia”. Belém acusou o rival de “sistematicamente” “distorcer os factos”, devolveu a acusação sobre ser “maliciosa” (“Se há pessoa maliciosa… vou ali e já venho”), devolveu o epíteto de intriguista (“Intriguista nunca fui, se perguntar aos portugueses, eu não sou o campeão dessa coisa”).

 

 

A luta fez-se muito sobre o passado – Marcelo lembrou que apesar da “hiperatividade” viabilizou por três anos o governo minoritário de Guterres onde Belém era ministra; Belém desenterrou o episódio em que Marcelo chamou, numa piada publicada no Expresso “lélé da cuca” a Francisco Pinto Balsemão.

 

 

O objetivo de um e de outro eram óbvios: Belém queria sublinhar que Marcelo não é de confiança – para além do passado remoto, invocou a forma como Marcelo se tenta demarcar do PSD e do CDS e as muito repisadas contradições enquanto comentador (ainda assim, admitiu que esses momentos televisivos eram “uma altura agradável do dia”). Levava um dos soundbites da noite, parafaseando a frase de Hamlet: “Não é uma questão de ser ou não ser, é ser e não ser”.

 

 

Marcelo, por seu lado, quis demonstrar que Belém não é de confiar – não largou a questão do PS não apoiar a sua ex-presidente: “não consegue unir o partido dela e quer unir o país? Lança uma candidatura quando o líder do seu partido está a dar uma entrevista importantíssima, cria factos políticos e diz que não intriga?”

 

 

E algo mais do que acusações? Houve pouco. Por várias vezes Marcelo se queixou de que “ainda não falámos do futuro”, mas o passado e a luta na lama chamavam mais alto. Mas sim, houve política para além das acusações recíprocas e do divâ quase freudiano. E, nesses momentos, quem teve motivos para sorrir foi António Costa.

 

 

Por exemplo, quando o moderador, João Adelino Faria, perguntou o que farão os dois eventuais Presidentes da República se o Governo falhar os compromissos europeus. “Estou convencido de que vai cumprir os compromissos assumidos com Bruxelas”, afirmou Marcelo. E foi mais longe: considerou que “é o papel do PR”, para “que este Governo perdure, por razões de estabilidade”, “ajudar o Governo a cumprir esses objetivos”. “Tudo farei” para isso, prometeu. E mais ainda: “Se isso não for possível, não é por isso que se dissolve o Parlamento”.

 

 

Maria de Belém mostrou ter a mesma convicção sobre a capacidade do Governo de António Costa cumprir os compromissos europeus, mas não foi tão enfática nessa convicção como Marcelo. Compensou, porém, quando usou mais vezes do que Marcelo a palavra “legitimidade” para classificar a atual solução governativa.

 

 

Apesar da profissão de fé no Governo de Costa, e talvez para não desagradar totalmente ao seu eleitorado natural, Marcelo referiu-se com pinças ao legado do anterior governo. E teve de usar de toda a sua agilidade retórica para não atribuir ao Governo PSD-CDS a responsabilidade pela “divisão social” que identifica no país. “Atribuo à crise, e as crises penalizam os governos”. Mas lá concedeu que algumas medidas de Passos “aprofundaram” essa crise.

 

 

Enquanto Marcelo tentava piscar o olho à direita e sem deixar fugir a esquerda, Belém fazia o contrário. A candidata fez equilibrismo numa pergunta sobre se a sua condição de católica condicionará a sua atuação como chefe do Estado. Ao mesmo tempo, enfatizou o papel da economia social e reivindicou para si “apoiantes que são à direita, porque sabem que podem contar comigo, coisa que ouvimos dizer que não é verdade em relação ao candidato Marcelo Rebelo de Sousa…”

– “Está a ver, nunca diz, diz que os outros dizem de mim!”, protestou Marcelo.

… e voltaram outra vez ao mesmo. Sempre sorrindo. Sorrindo muito.

 

 

Resumindo, os candidatos presidenciais Marcelo Rebelo de Sousa e Maria de Belém Roseira trocaram acusações de malícia e incoerência, num debate com sucessivas críticas pessoais em que recorreram a episódios das décadas de 80 e 90.

 

 

Neste frente a frente, na RTP1, Marcelo Rebelo de Sousa confrontou Maria de Belém com a falta de apoio do PS e o silêncio de António Costa sobre a sua candidatura, o que a socialista considerou normal.

 

 

Por sua vez, a antiga ministra da Saúde procurou demonstrar que o social-democrata não é fiável e referiu que este em tempos chamou “lelé da cuca” ao fundador do PSD Francisco Pinto Balsemão.

 

 

JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA/Filipe santos Costa/Expresso/8/1/2016

 

 

 

 

 

 

 

PSD critica Governo por não divulgar nomeações para o Estado

O vice-presidente da bancada do PSD, Hugo Soares, acusou o Governo PS de violar a lei ao não divulgar na Internet as nomeações (154 em 41 dias) feitas pelo executivo. No período de declarações políticas, o PS justificou com uma nova política as exonerações no Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP).

 

 

O Governo veio, ao final da tarde, esclarecer que pretende cumprir a lei, que não prevê prazo para a publicação das nomeações. Segundo uma nota da presidência do Conselho de Ministros, será disponibilizada a informação sobre o valor do vencimento bruto e líquido, e o link para o respectivo despacho.

 

 

À esquerda, BE e PCP foram suaves com os socialistas e o Bloco de Esquerda até saudou os despedimentos dos dirigentes naquele instituto.

 

 

Hugo Soares (PSD) começou por criticar o excesso de nomeações para o Estado em “pouco tempo”, mas apontou sobretudo a falta de transparência. “O Governo esqueceu-se foi de nomear o assessor com a competência de publicar as nomeações na sua própria página electrónica. Uma exigência da lei”, gracejou. “Este é um Governo sem pudor a nomear. Mas com muita vergonha em divulgar”, acrescentou, apontando ainda como um exemplo de tentativa de partidarização da administração pública a exoneração de todos os “dirigentes de topo” no IEFP.

 

 

Pelo PS, João Galamba ignorou a divulgação das nomeações, mas contestou o ataque em torno do clientelismo. “Não venha aqui armado em virgem como deputado do partido que despartidarizou a administração pública, quando o que aconteceu foi o contrário em todo o lado”, disse o socialista, justificando o varrimento no IEFP com uma “nova política” a ser adoptada e com o “malabarismo” feito com os números para agradar ao anterior Governo PSD-CDS.

 

 

O Bloco de Esquerda foi também prudente, mas foi mais longe ao saudar a exoneração dos dirigentes do IEFP, que contrataram 900 formadores a recibo verde. Terem sido “despedidos (…) [foi] um serviço ao país”, disse Pedro Filipe Soares, líder da bancada bloquista, que se assumiu contra a existência da Cresap (comissão independente para as colocações na administração pública). A sua existência, defendeu, não impediu “nomeação atrás de nomeação, ora saía o bilhete ao PSD ora saía ao CDS”.

 

 

Pelo PCP, António Filipe lembrou que também o anterior Governo fez muitas nomeações, mesmo quando sabia que ia “cair”. “Não venham cá falar de nomeações. Não andamos aqui à procura de lugares”, sustentou. Para Hugo Soares, a posição do PCP e do BE revela que não sabem se “são do Governo ou da oposição”. O social-democrata diz ainda que o PS quer que as nomeações voltem a ser como antes de 2011: “Com base ou no cartão de militante do PCP, do BE ou dos partidários do PS.”

 

 

As posições das bancadas mais à esquerda reflectem uma atitude mais prudente. O “tempo novo”, como lhe chamou, na sua declaração política, a vice-presidente da bancada do PS Ana Catarina Mendes. A dirigente socialista enumerou algumas das medidas já aprovadas pelo Governo na área da protecção social e do desagravamento da carga fiscal.

 

 

“O tempo novo”

 

 

À esquerda, recebeu um tímido apoio. O PCP, através de Paula Santos, partilhou a ideia de uma perspectiva optimista para 2016 com as medidas já aprovadas. E repetiu: “Estamos num novo tempo, estaremos cá para defender e lutar pelos trabalhadores e pelo nosso povo.” Já Mariana Mortágua (BE) conteve-se no entusiasmo pelo novo Governo, focando-se mais nas consequências das políticas do Governo PSD-CDS.

 

 

O PSD voltou a perguntar pela factura que os portugueses poderão vir a pagar, repescando o discurso social-democrata do “medo” sobre o que aí vem. “Existiram sacrifícios nos últimos quatro anos, isso deveu-se à política do PS e que a senhora deputada veio aqui dizer que estão preparados para repetir. Tenham medo, muito medo, o pior é depois a factura que temos de pagar. Foi uma festa. Só espero que os custos que temos de pagar sejam menores do que os de 2011”, atirou Carlos Abreu Amorim.

 

 

O social-democrata não ficou sem resposta. “Os senhores deixaram Portugal na bancarrota social. Foi a festa da pobreza e do desemprego”, disse Ana Catarina Mendes, recebendo palmas da bancada bloquista. “O medo foi o que os senhores instalaram na sociedade portuguesa nos últimos quatro anos”, rematou.

 

 

Se o BE esteve em harmonia com o PS quanto às políticas de recuperação do rendimento, já sobre o sistema financeiro as opiniões divergem. A declaração política da deputada Mariana Mortágua centrou-se no Banif, para rejeitar qualquer tentação de privatizar a Caixa Geral de Depósitos imposta por Bruxelas no momento em que o banco público precisar de ser recapitalizado. “Nesse dia, como agora, a resposta do Bloco de Esquerda será um redondo e rotundo não”, afirmou.

 

 

Quanto ao Banif, a deputada atirou as responsabilidades para o anterior Governo PSD-CDS. A bancada social-democrata já tinha assumido uma posição logo de manhã, ao antecipar-se ao PS e à esquerda e marcar para dia 22 o debate de uma proposta de criação da comissão parlamentar de inquérito. Uma iniciativa que poderá convergir num texto único caso outras propostas venham a ser apresentadas. O PS, o BE e o PCP estavam a trabalhar num projecto comum mas sem pressas.

 

 

 

Sofia Rodrigues/PUB/8/1/2016

 

 

 

 

 

 

Barack Obama exige novas medidas para o controlo das armas

Rodeado por sobreviventes e familiares de vítimas de tiroteios e apresentado por Mark Barden, cujo filho de sete anos, Daniel, foi uma das vítimas do ataque à escola de Sandy Hook, que fez duas dezenas de mortos em 2012, Barack Obama garantiu: “Sempre que penso naqueles miúdos, ficou furioso”. O presidente americano não conteve as lágrimas num dos momentos mais emotivos de um discurso na Casa Branca durante o qual anunciou novas medidas para o controlo das armas. Entre elas a obrigatoriedade da licença para todos os vendedores e uma análise minuciosa do historial dos compradores.

 

 

Obama, que deixa a Casa Branca em 2017, recordou como o tiroteio em Sandy Hook foi um dos momentos mais difíceis dos seus dois mandatos como presidente. Já na altura, o democrata tentara impor maiores restrições à venda de armas, num país que para 330 milhões de habitantes tem 270 milhões de armas de fogo.

 

 

“Esse dia mudou-me”, garantiu ontem o presidente, que lamentou que desde então tenham continuado a morrer pessoas em incidentes com armas de fogo. Por isso, Obama sublinhou que chega de desculpas e afirmou estar ali “não para debater o último tiroteio, mas para impedir o próximo”.

 

 

Para travar uma violência relacionada com as armas que só na última década matou cem mil pessoas, Obama apresentou um plano em vários pontos. O primeiro encarrega a agência para o Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos (ATF, na sigla em inglês) de garantir que qualquer pessoa que vende uma arma – seja numa loja, numa feira ou online – é obrigado a ter licença. E é também obrigado a fazer uma análise detalhada ao background dos compradores. Quem não cumprir estes requisitos incorre em penas até cinco anos de prisão e 250 mil dólares de multa.

 

 

O objetivo é impedir que as armas acabem nas mãos de indivíduos perigosos. Para tal, o presidente anunciou ainda que o FBI, a polícia federal americana, vai contratar 230 funcionários que se irão dedicar a processar o historial dos compradores de armas, 24 horas por dia, sete dias por semana.

 

 

A ATF também verá orçamento e equipa reforçados para garantir a aplicação da nova lei, no terreno, como online. Mas o maior reforço de orçamento irá para a saúde mental, com a Administração a reservar 500 milhões do orçamento de 2017 para facilitar o acesso dos doentes a cuidados nessa área.

 

 

Guerra no Congresso

 

 

Visto como uma das grandes frustrações da Administração Obama, o reforço do controlo na venda de armas promete abrir uma guerra no Congresso. Afinal desde os anos 90 que este não aprova nenhuma lei para restringir o acesso dos americanos às armas, garantido pela Segunda Emenda da Constituição. Sabendo disso e confrontado com um Congresso em que os republicanos dominam tanto a Câmara dos Representantes como o Senado, Obama impôs estas medidas através de ordens executivas, que não precisam de aprovação dos legisladores. Mas podem ser revogadas pelo próximo presidente. E se este for republicano, é quase certo que tal irá acontecer (texto ao lado).

 

 

Desafiando as críticas da oposição e a NRA, o poderoso lóbi das armas, Obama garantiu ontem que impor estas restrições está nas suas competências e que estas em nada violam a Constituição. “Todos temos de exigir um Congresso suficientemente corajoso para enfrentar as mentiras do lóbi das armas”, afirmou Obama. Para o presidente, o mais importante é que “mesmo que não consigamos salvar todos, conseguiremos salvar alguns”.

 

 

 

“Todos temos de exigir um Congresso suficientemente corajoso para enfrentar as mentiras do lóbi das armas”, disse Obama.

 

 

 

A resposta da NRA surgiu através de Chris Cox que, em comunicado, denunciou um “abuso do governo” e prometeu lutar para proteger os direitos constitucionais dos americanos.

 

 

Vendas batem recorde

 

 

Apesar de tiroteios quase diários nos EUA e de todos os dias 33 americanos serem mortos por uma arma – ou talvez por isso mesmo – as vendas de armas dispararam em 2015. O FBI recebeu 23,1 milhões de pedidos de análise do historial de compradores de armas de fogo. Só na Black Friday – o primeiro dia de saldos após o Natal – foram compradas mais de 185 mil armas. Passavam então poucos dias desde o tiroteio de San Bernardino, Califórnia, quando um casal de atiradores fez 14 mortos e 22 feridos. A corrida às armas é uma reação clássica dos americanos depois de um massacre.

 

 

Apesar das pressões da direita e do lóbi do sector, a última sondagem da Gallup, realizada em outubro, mostra que 58% dos americanos defende um análise mais rigorosa do historial dos compradores de armas.

 

 

 

Kevin Lamarque/ REUTERS /TPT/6/1/2016