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Governo confirma chumbo do Parque Eólico de Torre de Moncorvo

O projeto de Parque Eólico de Torre de Moncorvo, no distrito de Bragança, recebeu uma Declaração de Impacte Ambiental desfavorável, porque os impactos positivos não se sobrepõe aos impactos negativos, como confirmou o Ministério do Ambiente. Mais, a construção deste parque eólico teria impactos negativos ao nível da biodiversidade e paisagem, que não se mostraram passíveis de serem mitigados.

 

 

Previa-se que os 30 aerogeradores de 120 metros de altura, constantes deste projeto, fossem instalados nos concelhos de Torre de Moncorvo e Carrazeda de Ansiães. Grande parte da implantação seria na Zona Especial de Proteção (ZEP) do Alto Douro Vinhateiro e nos limites da Rede Nacional de Áreas Protegidas e dos Sítios e ZPE que integram a Rede Natura 2000.

 

 

As Câmaras de ambos os municípios de implantação do projeto, a Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, a Direção-Geral do Território e Direção Regional de Agricultura e Pesca do Norte, assim como o Turismo de Portugal, não se opuseram à construção do parque eólico. As principais contestações ao projeto vêm das associações ambientalistas e de conservação da natureza Quercus e SPEA (Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves), que alertam para o impacto no ecossistema, nas aves e na paisagem do Alto Douro Vinhateiro – paisagem considerada Património Mundial da Humanidade.

 

 

Os impactos negativos mais significativos previstos com a implantação do parque eólico serão sobre as aves e a comunidade de morcegos”, segundo a Declaração de Impacte Ambiental. “Na fase de construção, poderá ocorrer a destruição dos locais de alimentação de morcegos e a destruição dos seus abrigos (…). A situação será mais grave durante a época de criação e hibernação por existirem indivíduos sem capacidade de fugir pelo que poderão morrer. Na fase de exploração, o principal impacto sobre os quirópteros será a mortalidade originada pelos aerogeradores.”

 

 

A Declaração de Impacte Ambiental (DIA) considera que existem impactos positivos, nomeadamente a produção de energia elétrica de fonte renovável e a criação de postos de trabalho permanentes e receita fiscal para os concelhos. Mas os impactos negativos parecem sobrepor-se. A DIA destaca “a existência de um elevado número de espécies de flora, muitas delas com interesse conservacionista”, “a presença de uma elevada diversidade de aves, nomeadamente rapinas, e também morcegos, tendo muitas destas espécies elevado valor conservacionista” e “a importância económica que as classes de ocupação de solo afetadas representam para a região e para as populações que delas dependem”. Os impactos na ocupação de solo foram classificados de “negativos, diretos, certos, permanentes e irreversíveis”.

 

 

Na fase de construção preveem-se impactos negativos significativos relacionados com a destruição dos habitats de criação, de abrigo e de alimentação, que pode incluir mortalidade dos animais, perturbação das aves nomeadamente durante o seu período reprodutor, e aumento da mortalidade devido ao aumento da circulação de veículos”, refere a Declaração de Impacte Ambiental em relação às aves, incluindo 14 espécies de aves de rapina protegidas. “Na fase de exploração preveem-se impactos negativos muito significativos e não minimizáveis”, como “risco de colisão com aerogeradores e com as linhas elétricas”.

 

 

 

IVO PIRES/LUSA/Vera Novais/OBS/5/1/2016

 

 

 

 

Um primo da Terra já aqui ao lado, mas bem mais quente

Uma equipa internacional de investigadores encontrou um planeta semelhante a Vénus “no quintal do vizinho”. GJ 1132b está a apenas 39,14 anos-luz no sistema estelar da anã vermelha Gliese 1132 – um tipo de estrela relativamente mais pequeno e mais frio que o nosso Sol. Isto quer dizer que está três vezes mais perto da Terra do que qualquer outro exoplaneta descoberto dentro deste tamanho. A descoberta foi publicada na revista científica Nature e contou com a participação de Nuno Santos, investigador no Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço e Universidade do Porto – o português que anda à procura de exoplanetas.

 

 

De cada vez que um planeta passa em frente da sua estrela obscurece-a um pouco, mas nem sempre os cientistas (ou os telescópios) estão em posição de ver este alinhamento perfeito. Se o conseguirem fazer, podem determinar não só o tempo da órbita – neste caso 1,6 dias –, mas, mais importante ainda o diâmetro, do planeta. Avaliar a diminuição da luz da estrela Gliese 1132 com o método dos trânsitos permitiu perceber que GJ 1132b tem um diâmetro 1,2 vezes maior do que o da Terra.

 

 

A Luz e a Velocidade

 

 

* A luz viaja no vácuo a aproximadamente 300 mil quilómetros por segundo.

 

 

* Um ano-luz é a distância que a luz percorre em linha reta, no vácuo, num ano (365,25 dias).

 

 

* Um ano-luz corresponde a cerca de 10 biliões de quilómetros.

 

 

* A luz demora 8,3 minutos do Sol até à Terra.

 

 

* Depois do Sol, a estrela que está mais próxima da Terra é a Proxima Centauri, a 4,2 anos-luz – que é também o tempo em anos que a luz dessa estrela demora a chegar à Terra.

 

 

Mas o tamanho pouco diz sobre a massa de um planeta – com o mesmo tamanho, um planeta rochoso ou gasoso terão massas completamente diferentes. Para já, a primeira pista é que este planeta é rochoso (e que tem uma densidade equivalente à da Terra). Nem podia ser de outra forma, tendo em consideração a distância a se encontra da sua estrela – apenas 2,25 milhões de quilómetros quando comparado com Mercúrio que está a cerca de 55 milhõquilómetros do Sol. Com o calor da estrela, os planetas mais próximos não conseguiram condensar muitos gases durante a sua formação e por isso ficaram mais rochosos.

 

 

Mas como é que se mede a massa de um planeta? Pelo método das velocidades radiais, mas troquemos isto por miúdos. Dois corpos celestes, neste caso um planeta e uma estrela, exercem força gravítica um sobre o outro – uma força que será tanto maior quanto maior a massa daquele que a exerce. E a passagem do planeta junto da estrela acaba por afetar a velocidade desta. Sim, as estrelas também se mexem um bocadinho para trás e para a frente. Foi assim que se verificou que este planeta tem uma massa 1,6 vezes maior que a Terra.

 

 

Conjunto de telescópios MEarth-South, em Cerro Tololo, no Chile, dedicados a estudar o brilho de estrelas pequenas e relativamente próximas.

 

 

Conhecido o diâmetro, a massa e a densidade deste planeta rochoso, há algo mais que chama a atenção dos cientistas: existem condições para a presença de uma atmosfera. Espera-se que telescópios possam dar mais informação sobre esta possibilidade num futuro próximo. Impossível parece ser, no entanto, que exista água, porque a temperatura é demasiado elevada. A estrela  Gliese 1132 tem 21% do tamanho do Sol, mas o planeta está tão próximo que recebe 19 vezes mais radiação da sua estrela do que a Terra recebe do Sol. É por isso que os cientistas calculam que as temperaturas se situem entre os 135 e os 305 graus Celsius – a temperatura de Vénus à superfície é de 462º C. O que até nem é assim tanto, dadas as condições, é mais baixa que qualquer outro exoplaneta conhecido.

 

 

[Dada a proximidade] este planeta será um alvo favorito dos astrónomos durante anos”, diz em comunicado de imprensa Zachory Berta-Thompson, primeiro autor do artigo e investigador no Instituto de Tecnologia do Massachusetts (MIT), nos Estados Unidos.

 

 

Esta estrela tão próxima e o seu planeta vão permitir aos cientistas estudar como é que a atividade estelar influencia a formação e manutenção da atmosfera dos planetas que a orbitam. Ainda se lembra do que os ventos solares fizeram à atmosfera de Marte? Isto pode mudar a forma como se procuram sinais de vida nos exoplanetas que orbitam anãs vermelhas.

 

 

Que outros exoplanetas temos aqui na vizinhança?

 

 

Mais um planeta no nosso quintal, o HD219134 b.  Este planeta orbita uma estrela visível a olho nu a partir da Terra e está a qualquer coisa como 200 biliões de quilómetros.

 

 

O Kepler-452b é um pouco maior que a Terra  – mais 60% em diâmetro – e orbita a zona habitável de uma estrela pouco maior do que o Sol – apenas mais 10%. Além disso, a orbita é de apenas de 385 dias e o planeta está quase à mesma distância da estrela que a Terra está do Sol. O anúncio foi feito pela NASA em julho.

 

 

Uma equipa de astrofísicos captou a imagem do planeta gigante VHS 1256b  – o exoplaneta mais próximo da Terra do qual se conseguiu, até hoje, obter imagens e um espetro. VHS 1256b tem um tamanho semelhante a Júpiter, mas uma massa 11 vezes superior, e orbita uma estrela anã vermelha que está a 40 anos-luz da Terra. A descoberta foi divulgada pelo Instituto de Astrofísica das Canárias, em Espanha.

 

 

Os astrónomos descobriram um planeta a 100 anos-luz de distância da Terra. O 51 Eridani b é parecido com o que Júpiter foi há biliões de anos e pode dar novas informações sobre como os planetas se formam. A descoberta foi publicada na revista Science.

 

 

O planeta extrassolar 51 Pegasi b, o primeiro a ser confirmado em torno de uma estrela parecida ao Sol, foi descoberto mediante um espetrógrafo que detetou as mudanças regulares na velocidade radial da sua estrela. Este exoplaneta é visto como o modelo planetas parecidos com Júpiter, em termos de massa e tamanho, mas com órbitas muito mais próximas das suas estrelas progenitoras.

 

 

 

Dana Berry (CfA)/TPT/5/1/2016

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Líderes da Rússia e Índia reforçam as relações em encontro que tiveram no Kremlin

O Presidente russo, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro indiano, Narenda Modi, reuniram-se no Kremlin para concluir contratos bilaterais avaliados em 7 mil milhões de dólares (6,4 mil milhões de euros) e impulsionar as relações estratégicas.

 

 

“Desenvolvemos de forma consciente e sólida a cooperação estratégica entre a Índia e a Rússia. As nossas relações abrangem todos os âmbitos, incluindo as questões de caráter político e a coordenação na arena mundial”, disse Putin no início do encontro.

 

 

Modi, que se encontra em visita de Estado à Rússia, sublinhou por sua vez que as cimeiras anuais russo-indianas, como a que agora decorre na capital russa e inclui reuniões entre empresários dos dois países, “permitem desenvolver as relações e tomar decisões importantes”.

 

 

“Estou seguro que esta cimeira dará um novo impulso às nossas relações bilaterais e reforçará a nossa confiança mútua”, assinalou o primeiro-ministro indiano perante Putin.

 

 

Apesar dos “diversos problemas no mundo, apesar das pressões [internacionais] contra a Rússia, conseguiu colocar o seu país num outro nível. Hoje a Rússia é respeitada e está orgulhosa do percurso do seu desenvolvimento”, disse Modi numa referência ao papel de Putin.

 

 

Após a reunião bilateral, os dois responsáveis tinham previsto comparecer num encontro entre empresários dos dois países, que segundo fontes do Kremlin poderão implicar contratos e convénios de 6,4 mil milhões de euros.

 

 

Especialistas citados pela agência noticiosa Efe consideram que Modi deverá anunciar a intenção de aprovar o acordo com a Rosatom, a agência de energia atómica russa, para a construção de uma nova central nuclear com reatores no estado de Andhra Pradesh (sul), junto às margens do Golfo de Bengala.

 

 

Aguarda-se ainda a assinatura de um contrato técnico para a construção de dois novos reatores, o quinto e sexto, na central nuclear de Kudankulam, construída pela Rosatom no extremo sul do país e cujo primeiro reator entrou em funcionamento em 2014.

 

 

No âmbito militar, as duas partes também poderão assinar um contrato para a venda de cinco sistemas de defesa antiaérea S-400, e que faria da Índia o segundo país estrangeiro, depois da China, a garantir estas armas de última geração.

 

 

A nível oficial, Moscovo suspendeu as exportações destes sistemas até que a sua produção contemple as necessidades das Forças Armadas russas.

 

 

Fontes do Kremlin referiram ainda que a Índia está interessada na compra de dois submarinos ‘diesel’ e outro nuclear, além de 48 helicópteros de transporte Mi-17V5 e até 150 blindados ligeiros de infantaria.

 

 

Hoje deverá ser ainda assinado um acordo intergovernamental para a construção conjunta de uma fábrica de helicópteros Ka-226T na Índia.

 

 

MAXIM SHIPENKOV / POOL/EPA/TPT/5/1/2016

 

 

 

 

 

 

 

Com os novos tratamentos para as verizes o tempo de convalescença é diminuto

As varizes são muito mais do que um problema estético, podendo condicionar, além de grande incómodo e prejuízo da qualidade de vida, complicações diversas. Assim, o seu tratamento está indicado e deve ser o mais precoce possível para garantir um melhor e mais definitivo resultado.

 

 

Contudo, muitas pessoas adiam este tratamento, por desconhecimento ou por medo. Classicamente, a cirurgia de varizes é ainda olhada com algum receio e conotada com tempos prolongados de internamento, repouso no leito e absentismo laboral.

 

 

Na realidade, a cirurgia de varizes é uma cirurgia segura, com poucas complicações e, com os novos métodos disponíveis, pode ser realizada em ambulatório, sendo expectável o retorno à atividade habitual diária em poucos dias.

 

 

 

Quando se considera um algoritmo de tratamento de varizes, o clínico deve ser seletivo e basear as suas decisões nas necessidades do doente em questão.

 

Com os novos tratamentos para as verizes o período de convalescença é diminuto 2

O objectivo principal na cirurgia de varizes é tratar primeiro a causa das varizes, na maioria dos casos incompetência das veias safenas. É o tratamento destas veias que pode diferir e condicionar diferentes tempos de recuperação, complicações e resultados.

 

 

Tradicionalmente estas veias são removidas, implicando uma incisão na região da virilha (ao longo da sua prega) e a sua extracção através de uma pequena incisão abaixo do joelho ou no tornozelo. Como é compreensível este método pode provocar equimose mais ou menos extensa ao longo do trajecto da veia removida.

 

 

Contudo, cada vez mais são procurados métodos menos invasivos e que envolvam menos complicações, permitindo uma mais fácil e rápida recuperação.

 

 

Ablação endovenosa por radiofrequência.

 

 

Este é  um procedimento minimamente invasivo para o tratamento de varizes. É um método alternativo ao clássico stripping da veia safena (método de extração desta).

 

 

Esta técnica evita a habitual incisão na prega da virilha e as suas potenciais complicações. Além disso, a ausência de dissecção cirúrgica na região da virilha permite manter intacta a drenagem linfática da parede abdominal e dos membros inferiores.

 

 

Este método utiliza a energia da radiofrequência para aquecer a parede da veia, através de um cateter que é colocado no seu interior, por visualização ecográfica. O aquecimento provoca encolhimento das fibras de colagénio que fazem parte da parede do vaso. O diâmetro da veia é reduzido e simultaneamente as proteínas do sangue são desnaturadas pelo calor, obliterando o vaso. Nos 10 a 12 meses seguintes a veia acaba por fibrosar completamente, tornando-se indetectável ao exame ecográfico, sem que na realidade tenha sido extraída.

 

 

Preparação

 

 

A escolha do método anestésico é habitualmente feita entre o médico e o doente. Contudo, a anestesia local apresenta muitas vantagens neste caso. Estando acordado, o doente pode comunicar se sentir alguma dor que possa resultar de aquecimento pelo cateter, através da veia, do nervo cutâneo sensitivo que está na sua proximidade. É também desejável o início rápido da deambulação após a intervenção, que pode ser atrasado com a recuperação de uma anestesia geral.

 

 

Técnica

 

 

O doente é colocado em posição deitada e é administrada anestesia local para inserção do cateter de radiofrequência na veia. Este é inserido habitualmente  abaixo do joelho, no ponto em que a veia se encontra mais próximo da superfície cutânea. Para isso é feita uma pequena “picada” na pele através da qual se punciona a veia para introduzir o cateter, cuja extremidade é colocada, através de controle ecográfico, imediatamente abaixo da zona de confluência da veia safena com a veia femoral, isto é, ao nível da virilha.

 

 

Quando o cateter está adequadamente colocado, é aplicado um fluído anestésico em torno da veia. Tal é conseguido através de pequenas picadas na pele, ao longo do trajeto da veia. O objectivo é envolver completamente a veia, a ela restringindo o efeito de aquecimento, evitando assim afectar significativamente as estruturas cutâneas e nervosas adjacentes.

 

 

Findo este processo, o doente é colocado com as extremidades inferiores elevadas a cerca de 20º. O aquecimento é controlado por um gerador computorizado e a passagem do cateter pela veia é feita a uma velocidade de cerca de 2 a 4 cm por minuto.

 

 

Quando se termina, deve fazer-se um controlo ecográfico para confirmar a  obliteração da veia safena e a permeabilidade dos vasos profundos.

 

 

Seguimento e cuidados

 

 

No fim do procedimento é calçada uma meia de contenção elástica até à raiz da coxa.

 

 

O doente é encorajado a deambular precocemente após a intervenção e em alguns casos pode mesmo retomar a sua atividade laboral no próprio dia.

 

 

No espaço de cerca de 5 dias deverá ser reavaliado pelo médico e efetuar um ecodoppler para confirmar a ablação venosa e a ausência de extensão do trombo à veia femoral.

 

 

Riscos

 

 

As complicações são raras e o período de convalescença diminuto.

 

A complicação mais séria, descrita em cerca de 1% dos procedimentos, é a ocorrência de trombose venosa profunda como resultado da extensão do trombo para a veia femoral. O seu tratamento baseia-se geralmente na administração de fármacos hipocoagulantes, tal como nos casos de trombose venosa profunda por qualquer outra causa.

 

 

Queixas de perda de sensibilidade ou sensação de “dormência” no trajeto da veia tratada, traduzem lesão nervosa e são atualmente uma complicação muito rara graças aos novos dispositivos, à instilação de anestesia tumescente em torno da veia e à restrição da aplicação do método ao segmento acima do joelho, onde o trajeto do nervo sensitivo não é tão próximo do da veia.

 

 

A ocorrência de queimaduras cutâneas praticamente está extinta com a aplicação de tumescência. Deve contudo ter-se atenção a todos os detalhes nos casos de pernas magras, em que o trajeto da veia é mais superficial, aumentando o risco de queimadura.

 

 

Podem ocorrer flebites com este método, tal como com qualquer outro tratamento de varizes em resultado da trombose de sangue residual entre os segmentos obliterados. Algum grau de flebite é inerente ao próprio método terapêutico, uma vez que ocorre uma lesão “controlada” da parede da veia, pelo calor. As queixas habituais são de dor local e rubor na pele suprajacente à veia tratada. Habitualmente a situação regride espontaneamente ao longo de algumas semanas, estando apenas recomendado tratamento sintomático, com analgésico e anti-inflamatório.

 

 

Os doentes podem ainda descrever uma sensação curiosa, mais frequentemente durante a segunda ou terceira semana após a cirurgia, que consiste numa sensação de estiramento no trajeto da veia, na face interna da coxa, quando esticam ou flectem a perna tratada. Tal pode representar um processo inflamatório que ocorre à medida que se dá a cicatrização após a lesão infligida pelo calor. Esta sensação habitualmente regride totalmente ao longo de várias semanas.

 

 

Conclusão

 

 

Trata-se de um método seguro e eficaz, com um período de convalescença curto, permitindo um retorno precoce ao trabalho e às rotinas diárias.

 

 

Além da radiofrequência esta ablação/colapso da veia pode ser conseguido com injeção de espuma (uma mistura de ar e de um agente químico produzindo uma consistência que permite um maior contacto com a parede do vaso a tratar) ou com uma cola específica para uso endovenoso. As técnicas a propôr dependem sempre de uma criteriosa avaliação e do doente em causa.

 

 

 

 

 

Por: Joana Carvalho, Cirurgiã Vascular/TPT/5/1/2016

 

 

 

 

 

A Festa de Natal da ourivesaria Jack & Dee continua a ser um dia muito especial

Tal como tem vindo a acontecer ao longo dos últimos 33 anos, o objetivo desta festa organizada pela administração da ourivesaria portuguesa J & D Enterprises, com sede em Newark, passa por promover os valores desta época natalícia, dando destaque aos mais necessitados.

 

A Festa de Natal da ourivesaria Jack  Dee continua a ser um dia muito especial 2

Neste ano de 2015, o empresário e benemérito Joaquim Coelho, acompanhado pela sua esposa Adelaide, fez questão de referir na festa de Natal da sua empresa que “numa época onde se fala tanto de dificuldades e egoismo, as pessoas são mais solidárias do que se pensa e sabem unir-se por causas, em favor de pessoas e instituições, como em outras situações já o fizeram”.

 

A Festa de Natal da ourivesaria Jack  Dee continua a ser um dia muito especial 3

O encontro deste ano teve lugar na “varanda” do restaurante Mediterraneo Manor, em Newark e contou com a presença de mais de centena e meia de pessoas que aproveitaram para se fazer um balanço do ano, fomentando a boa disposição, boa comida, alegria e acima de tudo, promovendo o “espírito de equipa“.

 

A Festa de Natal da ourivesaria Jack  Dee continua a ser um dia muito especial 4

Para além de um bom momento de convívio e diversão, esta iniciativa da J&D Enterprises, reuniu também à mesma mesa familias e amigos que levam a cabo ao longo do ano, todos os anos, acções relacionadas pelo “espírito de doação”.

 

A Festa de Natal da ourivesaria Jack  Dee continua a ser um dia muito especial 5

Entre os convidados presentes, estavam também o Comendador Bernardino Coutinho, acompanhado pela sua esposa Maria Coutinho e seu filho Billy.

Bernardino Coutinho, empresário e filantropo, a quem se atribui o pioneirismo na realização das Comemorações do Dia de Portugal em Newark, é também um homem desde há muito ligado a acções de filantropia e que para além de realizar durante 30 anos, as Comemorações do Dia de Portugal em Newark (1979-2009), também deu muito do seu tempo e trabalho em prol da cultura portuguesa e multi-étnica do estado de New Jersey.

Bernardino Coutinho, visivelmente satisfeito com o espírito festivo do Natal que se sentia na festa, ia dando a perceber que ajudar ao próximo é uma daquelas coisas que podem mudar a nossa vida – e a dos outros.

 

A Festa de Natal da ourivesaria Jack  Dee continua a ser um dia muito especial 6

Neste reencontro natalício a juventude também mostrou a sua boa disposição (e o seu esperado espírito académico), comemorando com entusiasmo a festa de Natal da empresa.

 

A Festa de Natal da ourivesaria Jack  Dee continua a ser um dia muito especial 7

Segundo Ricky Vera, genro de Joaquim Coelho, e director executivo da Jack & Dee Enterprises (uma empresa de joalharia que se dedica ao restauro e à compra e venda de jóias de ouro, pedras preciosas e diamantes), “hoje é um dia muito feliz para o nossa família, por ver aqui tantos amigos a comemorar connosco e com os nossos colaboradores mais uma festa de Natal, onde tradicionalmente sempre se angaria mais alguns fundos para ajudar instituições de solidariedade e pessoas necessitadas. Hoje quero também agradecer a todos quantos estiveram connosco nesta caminhada de 2015 e desejar-lhes um novo ano cheio de saúde e prosperidade”.

 

A Festa de Natal da ourivesaria Jack  Dee continua a ser um dia muito especial 8

Para Adelaide Coelho (2ª esq./dir.) “a força do nosso sucesso também está em cada colaborador, principalmente, porque, como sabe o valor de uma empresa está nas pessoas que trabalham nela e para ela. São essas pessoas que, com o seu conhecimento e empenho, garantem que as nossas acções estejam de acordo com as necessidades dos nossos clientes e colaboradores.

 A Festa de Natal da ourivesaria Jack  Dee continua a ser um dia muito especial 9

E para colaborar na animação da 33ª festa de Natal da Jack & Dee Enterprises, estavam os artistas (esq./dir.), Mário Prejsmar; Rogério Ribeiro; Emília Silva e Fátima Molina, que proporcionaram bons momentos de alegia e boa disposição.

Este “quarteto” que desde há vários anos se dedica à animação musical, junto da comunidade portuguesa que reside nos Estados Unidos e Canadá, continua a trabalhar na pesquisa das novidades da música, para além de apresentarem no seu reportório cantigas “de todos os tempos” próprias dos momentos de festa.

 

A Festa de Natal da ourivesaria Jack  Dee continua a ser um dia muito especial 10

E como tristezas não pagam dívidas a assistência inquieta e ansiosa, por mexer as pernas, instalou-se no salão.

 

A Festa de Natal da ourivesaria Jack  Dee continua a ser um dia muito especial 11

Os músicos dão vida aos instrumentos e o baile começou. Dois a dois, começam a encher a sala de movimentos pomposos e alegres. A alegria que a música oferece, e a destreza dos movimentos animam o espírito, e obrigam o corpo a mover-se. “Autêntico exercício, anti-stress”, dizem os dançarinos.

 

A Festa de Natal da ourivesaria Jack  Dee continua a ser um dia muito especial 12

E embora na “varanda” do Mediterranean Manor a dança unisse a música, essa forma de arte que expressa sentimentos e emoções através de seus movimentos e gestos, o que realmente importa nesta festa de Natal é o espírito solidário que toma conta das pessoas. O clima de festa que nos traz a alegria que devemos conservar durante o ano todo.

 

A Festa de Natal da ourivesaria Jack  Dee continua a ser um dia muito especial 13

Joaquim Coelho, patriarca desta família, em jeito de reconhecimento para com os seus familiares, amigos e colaboradores, disse ao The Portugal Times que “a nossa meta é oferecer sempre o melhor. Espero que da mesma forma que contamos com cada um para atingirmos os nossos objectivos no ano de 2015, tenhamos também a força e a disposição renovadas para que 2016 seja ainda melhor para todos nós. Aos nossos clientes, amigos e familiares, elevamos o nosso carinho, e desejamos-lhes um Próspero Ano Novo”, concluiu.

 

 

Quem é Joaquim Coelho o empresário luso-americano que se sente vocacionado para fazer o bem?

 

Joaquim Coelho, é uma das mais emblemáticas figuras empresariais luso americanas de New Jersey. Natural de Ílhavo, distrito de Aveiro, emigrou para os Estados Unidos da América, em 1960, onde o esperavam o pai e o avô.

 

 

Começou por frequentar a escola Lafayette Street, em Newark, e após ter completado 17 anos de idade, arranjou emprego numa fábrica de objectos de ouro. Mas a luta de Jack Coelho, na procura do “sonho americano”, não se fica por aqui.

 

 

Depois de se envolver em vários negócios, funda em 1980 a empresa “Jack & Dee Enterprises, INC.”, uma empresa composta por fábrica, e estabelecimento de venda de objectos de ouro e outras pedras preciosas. Talvez devido ao facto de em pequeno ter frequentado o seminário Santa Joana Princesa, de Aveiro, o empresário Joaquim Coelho tem desenvolvido acções, de apoio humano junto de instituições e de pessoas necessitadas, nos Estados Unidos e em Portugal.

 

 

O reconhecimento das acções em que se tem envolvido este empresário português de New Jersey, estão bem parentes nas inúmeras distinções que tem recebido, não só nos Estados Unidos, mas também em Portugal. Na cidade de Ílhavo, sua terra natal, para além de ajudar inúmeras famílias necessitadas, patrocinou também a construção da estátua de homenagem ao Homem do Mar, bem como o novo hospital de cuidados continuados, que tem 55 camas de internamento, e uma área de fisioterapia com 500 metros quadrados. Esta unidade hospitalar tem ainda capacidade para acolher doentes abandonados pelas famílias, e doentes crónicos de poucos recursos económicos.

 

 

JM/The Portugal Times/31/12/2015

 

 

 

 

 

 

 

Cidade de Matosinhos vai receber Casa da Diáspora e da Língua Portuguesa

A Câmara de Matosinhos está a preparar a criação da Casa da Diáspora e da Língua Portuguesa e o presidente da autarquia, Guilherme Pinto, assume que gostaria de poder inaugurar este novo espaço museológico em 2017. A ideia foi apresentada ao ministro da Cultura, João Soares, durante uma visita às futuras casas da Arquitectura e do Design.

 

 

Depois da visita, em declarações ao PÚBLICO, Guilherme Pinto disse estar muito satisfeito por o ministro ter considerado que o novo projecto que a autarquia quer desenvolver “tem interesse nacional”. “Não queremos fazer coisas para o nosso umbigo. Nada disto tem interesse se for apenas para Matosinhos, é necessário dar-lhe uma dimensão nacional”, disse.

 

Casa da Diáspora e da Língua Portuguesa vai ser criada na cidade de Matosinhos 2

O autarca independente disse que a ideia de criar um museu dedicado à língua portuguesa tem já alguns anos, mas que, no último ano e meio, o conceito evoluiu, para ganhar uma dimensão considerável associada à diáspora. “Vamos explorar as evoluções da língua, pelos vários continentes, bem como as várias línguas concorrentes no território nacional, como o mirandês. Além disso, queremos homenagear a diáspora e vamos fazê-lo, contando vários casos de sucesso, quer dos que saíram quer dos que, ao longo do tempo, contactaram com Portugal”, explica.

 

 

Guilherme Pinto diz que a casa – que deverá chamar-se Cais da Diáspora e da Língua Portuguesa – ficará instalada numa antiga fábrica que será reabilitada para o efeito, mas recusa, para já, dar a localização exacta do espaço, uma vez que, diz, o negócio relativo ao edifício ainda não está fechado. Contudo, o autarca tem a expectativa de que tal possa acontecer já no início do ano, a mesma altura em que espera ter pronto o programa museológico. Quanto à rua onde ficará instalado este novo espaço, poderá vir a receber um de dois nomes – Rua das Fábricas (por ter vários edifícios ligados à actividade fabril) ou Rua dos Museus. Isso, diz, vai depender da vontade da população.

 

 

O projecto está a ser encabeçado pela ex-ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, e será entregue a uma equipa externa à autarquia. Quanto aos custos, Guilherme Pinto aponta para cerca de dois milhões de euros – o que inclui a reabilitação mas não a aquisição do prédio. Apesar de reconhecer que o projecto poderá ser candidatado a fundos comunitários, o presidente da câmara garante que ele se irá fazer, com ou sem esse apoio.

 

 

Patrícia Carvalho/Pub/TPT/28/12/2015

 

 

 

 

 

Rebelo de Sousa apresenta jovem cientista como sua mandatária nacional

O candidato presidencial Marcelo Rebelo de Sousa apresentou nesta segunda-feira a investigadora científica Maria Pereira, de 29 anos, como mandatária nacional da sua candidatura, adiantando que optou por não ter um mandatário para a juventude.

 

 

Maria Pereira, investigadora na área da área da biotecnologia e medicina, que atualmente desenvolve a sua atividade em França, foi apresentada como mandatária nacional na cerimónia de inauguração da sede de campanha de Marcelo Rebelo de Sousa, localizada na Rua da Junqueira, junto ao Palácio de Belém, em Lisboa.

 

 

O antigo presidente do PSD disse que se trata uma desconhecida para a maioria dos portugueses, “mas não o é lá fora, nos meios mais sensíveis ao que de melhor se faz na ciência e na sua aplicação à tecnologia, como não o é para a informação nacional mais atenta”. Maria Pereira foi distinguida pela revista norte-americana Forbes como um dos 30 talentos mundiais com menos de 30 anos, referiu.

 

 

“Representa tudo o que eu quero para a minha candidatura”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, considerando que Maria Pereira representa “não o passado” mas “o futuro”, a aposta na educação e na ciência defendida pela sua candidatura, e é também um exemplo dos jovens que nos últimos anos partiram para o estrangeiro e um elogio aos emigrantes portugueses.

 

 

Maria Pereira contou que foi surpreendida com o convite de Marcelo Rebelo de Sousa e que ficou hesitante e pediu uns dias para refletir, mas decidiu aceitá-lo “por uma questão de responsabilidade cívica” e “para promover a aproximação dos jovens à política”.

 

 

A investigadora declarou-se uma defensora do ensino público português.

 

“Eu estou fora, mas estudei sempre em Portugal. Nós temos um sistema de ensino muito bom, público, que tem de ser preservado, que tem de ser melhorado – tudo o que existe tem de ser melhorado”, disse. “Atingi elevados graus de formação académica, sempre ao abrigo do sistema público português”, salientou.

 

 

Maria Pereira, licenciada em ciências farmacêuticas pela Universidade de Coimbra e doutorada ao abrigo de um programa de colaboração com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), considerou a sua geração é possivelmente “a mais qualificada de sempre” em Portugal, mas que “falta massa crítica económica capaz de gerar emprego, criar valor no país e conseguir integrar os jovens e também os menos jovens no mercado laboral”.

 

 

No seu entender, isso levou a que muitos portugueses “se sentissem desiludidos com o país”.

 

Segundo Maria Pereira, “quem permaneceu em Portugal por regra sofreu fortes restrições nos últimos anos, quem saiu sofreu o peso da distância e do afastamento”.

 

 

Porém, disse que vê a emigração também “como uma oportunidade de criar novas redes, colaborações, contactos, num mundo cada vez mais pequeno”.

 

 

Orçamento baixo mas que pesa na consciência

 

 

 

Numa sessão discreta de inauguração da sede da candidatura, sem a presença de quaisquer nomes sonantes da área política, Marcelo explicou ainda o porquê de ser o candidato com o orçamento de campanha mais baixo (157 mil euros), dizendo que “se pudesse voltar atrás”, o orçamento seria mais baixo ainda. “É por uma questão de princípio, as campanhas eleitorais devem ser muito mais modestas do que são habitualmente”, disse, acrescentando que em período de crise é “um escândalo gastar centenas de milhares de euros”.

 

 

“Se há alguma coisa que me pesa na consciência é o orçamento”, sublinhou, referindo que podia ter sido ainda mais baixo do que foi, sendo o desejável ficar a baixo dos 100 mil euros. A ideia é desenvolver uma campanha o mais simples possível e focada no “essencial”, daí que a própria sessão de inauguração da sede e apresentação da mandatária nacional tenha sido discreta, rápida e sem “floreados”, ouviu o Observador junto da organização da campanha.

 

 

Descartando a ideia de que a fraca aposta na dinamização da campanha se deva ao facto de já se considerar um candidato vencedor, Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que em tempos houve “candidatos com notoriedade elevada que tiveram campanhas muito dispendiosas”, mesmo tendo “décadas” de experiência política.

 

 

 

José Sena Goulão/LUSA/Rita Dinis/OBS/TPT/28/12/2015

 

 

 

 

 

 

Paulo Portas anunciou que não se vai recandidatar à liderança do CDS

Paulo Portas é o líder partidário em funções há mais tempo. É, mas vai deixar de ser: Portas anunciou hoje ao partido, na reunião da Comissão Política desta segunda-feira à noite, que não se vai recandidatar à liderança. O que significa que vai deixar de ser o presidente do partido a partir do próximo congresso.

 

 

Aos dirigentes do CDS, Paulo Porta disse que sairia da presidência do partido por não ser candidato ao cargo no próximo congresso. Durante o discurso, Portas agradeceu o empenho dos centristas durante a sua liderança e o trabalho desempenhado ao longo dos últimos anos, contaram ao Observador várias fontes presentes na reunião.

 

 

Esta reunião de hoje antecede o Conselho Nacional do partido de 7 de janeiro, onde será marcada a data do congresso que deverá decorrer durante os primeiros meses de 2016, entre março ou abril.

 

 

A saída de Paulo Portas da liderança do CDS era esperada em caso de derrota da coligação Portugal à Frente em outubro. Já havia até movimentações, mas com a coligação à frente do PS e a formar Governo (que contudo durou menos de um mês) o partido sossegou. Foi, afinal, por pouco tempo.

 

 

“A liderança é tão forte que essa não é questão que se ponha, o partido está completamente ao lado do seu líder”, dizia antes dessas eleições ao Observador o dirigente centrista Diogo Feio. “O CDS está muito contente com o seu líder e quer que ele continue”, reforçava Cecília Meireles. “A sua liderança ainda vai a meio, a outra metade é para governar com ventos mais favoráveis”, concluia o deputado Telmo Correia.

 

 

Em maio, contudo, Assunção Cristas assumia, em entrevista ao Observador, que estava “ao serviço do partido para o que for necessário”, inclusive para a liderança. Antes, o ministro da Economia, Pires de Lima, já tinha dito ao Expresso que “só nos regimes menos democráticos é que os líderes se perpetuam independentemente dos resultados”, fazendo depender uma eventual saída de Portas dos resultados eleitorais. Ainda que nenhum queira falar na hipótese de uma sucessão no curto prazo, a verdade é que, mais uma vez, o elefante entrou e ficou à espera na sala.

 

 

Eleito líder do CDS em 1997, Portas abandonou a liderança pela primeira vez em 2005, com o reconhecimento de que tinha falhado a meta dos 10% dos votos que tinha traçado. “Acho que terminou o ciclo político em que presidi ao CDS/PP”, disse na altura, afirmando que “o povo português detesta a conversa das vitórias morais”. Hoje, muitos dizem que “foi um erro”. Porque abriu fissuras fortes no partido e “foi muito difícil recuperar a coesão”, diz o deputado João Rebelo. A diferença, acrescenta, é que na altura Portas “teve medo” de sair “porque não havia ninguém muito preparado” para o substituir.

 

 

Nessa altura foi Ribeiro e Castro que presidiu ao partido no interregno de Paulo Portas (até 2007), mas agora é seguramente uma carta fora do baralho. Ao Observador, o atual deputado muito crítico da falta de debate interno e da “ausência de uma rotina de discussão de políticas” dentro do partido, afirmava em setembro que não pensa recandidatar-se no caso de uma saída de Portas. Da ala crítica de Portas, atualmente é Filipe Anacoreta Correia o rosto mais ativo, podendo ser ele o candidato desafiador do portismo no momento da sucessão.

 

 

Depois de dois anos fora, Paulo Portas não aguentou o afastamento e regressou para reconquistar a liderança do partido. Nessa altura, voltou determinado a fazer mudanças e fez da captação de novos quadros e da renovação pelo mérito as suas palavras de ordem. Pela mão levou por exemplo a atual ministra da Agricultura, Assunção Cristas, e de 2007 para cá tem-se dedicado a dar protagonismo a todos os discípulos em quem vê mérito. É o caso de Mota Soares, que além do cargo no Governo, é o homem do CDS na mediação da coligação, da deputada Cecília Meireles, a quem lhe deu a pasta da coordenação da campanha eleitoral, de João Almeida, secretário de Estado que faz a gestão da comunicação do partido, ou da própria Cristas que ficou com a responsabilidade de elaborar o programa eleitoral. Ou de Nuno Melo, o primeiro vice-presidente do partido e o mais popular entre os militantes – a seguir ao líder. Tudo nomes que agora surgem apontados como sucessores, antevendo-se uma guerra de tronos num partido que muitas vezes foi visto como sendo “de um homem só”.

 

 

 

Diogo Queiroz de Andrade/Liliana Valente/OBS/28/12/2015

 

 

 

 

 

 

 

FC Porto anuncia acordo de 457,5 milhões com a PT por um período de dez anos

O FC Porto anunciou às primeiras horas deste domingo a venda, por 457,5 milhões de euros, dos direitos de transmissão dos jogos disputados em casa à PT/Altice, que se tornará também no patrocinador principal das camisolas do clube.

 

 

O acordo, válido por dez anos, supera os valores alcançados num negócio de contornos parecidos celebrado no início deste mês pelo Benfica com a NOS, concorrente directa da PT — que detém a operadora Meo — no mercado televisivo português.

 

 

Em comunidado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, a SAD do FC Porto informa que o acordo envolve “os direitos de transmissão televisiva dos jogos disputados pela equipa principal de futebol, na qualidade de visitado, na Primeira Liga, bem como o direito de exploração comercial de espaços publicitários do Estádio do Dragão”.

 

 

Esta parte do acordo é válida por um período de dez épocas desportivas mas apenas com início em 1 de Julho de 2018, dado que só nessa altura expira o contrato dos “dragões” com a PPTV de Joaquim Oliveira, o empresário dono da Sport TV.

 

 

Muito antes disso, já a partir do próximo dia 1 de Janeiro de 2016, a PT/Meo ficará com o “estatuto de patrocinador principal do FC Porto, com o direito de colocar publicidade na parte frontal das camisolas da equipa principal de futebol” e por um período de sete épocas e meia, segundo o mesmo comunicado.

 

 

Nessa mesma data, a operadora televisiva ganhará também o “direito de transmissão do Porto Canal, pelo período de 12 épocas e meia”, não explicitando o comunicado se essa transmissão será feita em regime de exclusividade.

 

 

Embora de maior abrangência, o acordo agora anunciado pelo FC Porto supera os valores do contrato celebrado a 2 de Dezembro entre o Benfica e a NOS, que comprou por dez anos, e por um valor que pode chegar aos 400 milhões de euros, os direitos de transmissão televisiva dos jogos dos “encarnados” na Liga portuguesa disputados no Estádio da Luz, para os mercados nacional e internacional. O contrato, que engloba também os direitos de transmissão e distribuição do canal Benfica TV, terá início na próxima temporada e irá prolongar-se, inicialmente, por três anos, podendo ser alargado por mais sete. Só nesse caso os valores do contrato chegarão aos anunciados 400 milhões de euros.

 

 

O negócio do Benfica exclui, contudo, o patrocínio das camisolas do clube, que passou a ser assegurado nesta temporada pela Emirates.  Este contrato, celebrado em Maio e válido até à época de 2017/18, deverá render mais 30 milhões de euros aos cofres dos “encarnados”, a uma média de entre oito a dez milhões de euros por ano, dependendo dos objectivos alcançados. A companhia aérea do Dubai substituiu precisamente a PT/Meo como principal patrocinadora do clube da Luz.

 

 

AFP/Pub//28/12/2015

 

 

 

 

Tornados fazem 11 mortos no norte do estado norte-americano do Texas

“Foi uma destruição total no dia depois do Natal, é horrível”, disse o porta-voz da polícia local. O tornado tem a segunda classificação mais grave numa escala de seis níveis.

 

 

Os tornados e as posteriores tempestades que afetaram durante a noite de sábado a zona de Dallas, no Texas, fizeram pelo menos onze mortos e afetaram centenas de casas, deixando algumas destruídas, revelaram este domingo as autoridades. A povoação mais afetada foi Garland, a noroeste da área metropolitana de Dallas, onde morreram oito pessoas num acidente rodoviário provocado por um tornado, que envolveu doze viaturas.

 

Tornados fazem 11 mortos no norte do estado norte americano do Texas 2

Outras 15 pessoas foram resgatadas e transportadas de ambulância desde o local do acidente, na autoestrada interestadual I30, para hospitais da zona, segundo explicou o agente Pedro Barineau, porta-voz da Polícia de Garland, numa conferência de imprensa. As outras três mortes aconteceram no condado de Collin, também a noroeste de Dallas. Duas pessoas morreram em Copeville quando um tornado arrasou o posto de abastecimento de combustíveis onde estavam estacionadas, enquanto a terceira morte ocorreu em Blue Ridge, não sendo conhecidos mais detalhes.

 

Tornados fazem 11 mortos no norte do estado norte americano do Texas 3

As equipas de emergência e os moradores da zona de Garland trabalham nesta altura debaixo de uma forte chuva para reparar os prejuízos causados pelos tornados, ao mesmo tempo que surgem novos alertas de tornados e inundações e os meteorologistas preveem ventos e chuvas fortes e neve, para a noite de domingo. A passagem dos tornados por Garland deixou uma paisagem desoladora, com cerca de 600 moradias com danos ou destruídas, além de 60 pessoas feridas.

 

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“Foi uma destruição total no dia depois do Natal, é horrível”, disse Barineau. As autoridades procuram pessoas presas debaixo dos escombros, ainda que não haja indicação de desaparecidos, ao mesmo tempo que recomendam aos habitantes da zona que não saiam de casa e evitem utilizar os automóveis.

 

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O tornado que atingiu Garland foi classificado pelos meteorologistas como EF4, numa escala de seis níveis, em que EF5 é o mais grave, com ventos que alcançaram os 320 quilómetros por hora. O único tornado desta escala registado na zona de Dallas ocorreu em 1927 e provocou a morte a 15 pessoas.

 

 

Desconhece-se o número total de tornados que passaram na região, mas as autoridades emitiram cerca de 40 alertas durante a noite de sábado. Além dos tornados no Texas, há relatos de inundações em Saint Louis, Missouri, no sul do Ohio e no Oklahoma.

 

Tornados fazem 11 mortos no norte do estado norte americano do Texas 6

As tempestades no norte do Texas constituem o último de uma série de incidentes climáticos que ocorreram na semana passada no país e que já tinham causado 14 mortos no Arkansas, Mississípi e Tennessee, o que eleva para 25 o número total de mortos.

 

 

PAUL MILLER/EPA/TPT/28/12/2015