All posts by Joao Machado

 

Para o duelo final entre Hillary Clinton e Donald Trump só falta a nomeação oficial

E pronto. Estará decidido. Com vitórias estrondosas na Florida, estado decisivo, Hillary Clinton e Donald Trump só precisarão agora da nomeação de democratas e republicanos para seram oficialmente os candidatos dos dois partidos às eleições de novembro, onde se decide quem ocupará o lugar de Barack Obama na Casa Branca.

 

 

No caso de Trump, a vantagem foi tão avassaladora desde as projeções iniciais, que Marco Rubio, a jogar em casa (é o senador republicano da Florida), anunciou de imediato, ainda nem a contagem dos votos ia a meio, que suspendia a campanha  e se retirava da corrida à nomeação.

 

 

Hillary terá mesmo feito o trio. Nos outros estados onde se votou nesta outra terça-feira decisiva para as primárias americanas, a senadora democrata ganhou igualmente na Carolina do Norte e no Ohio, segundo as projeções da CNN. Este último, um triunfo importante já que o estado era considerado ‘amigo’ de Bernie Sanders. Já nos republicanos, Trump terá ficado à frente na Carolina do Norte, mas não no Ohio, onde a sondagem da CNN dava John Kasich como vencedor.

 

Sede de campanha de Marco Rubio evacuada devido a um “pó branco”

 

 

A sede de campanha do candidato republicano, Marco Rubio, foi esta terça-feira à tarde evacuada por causa de um “pó branco” descoberto dentro de uns envelopes. O caso está a ser investigado pelo FBI e pelos bombeiros.

 

Para o duelo final entre Hillary e Trump só falta a nomeação oficial 2

Os membros da equipa de Rubio foram evacuados para o terraço do edifício, localizado em Washington DC, e ainda não se sabe de que substância se trata. O porta-voz Alex Conant disse à ABC News que a equipa de materiais perigosos encontra-se a revistar o escritório.

 

 

Anonymous declaram guerra a Donald Trump

 

 

O grupo de “hackers” ativistas Anonymous declarou guerra a Trump e anunciou que está disposto a partilhar informações embaraçosas sobre o candidato republicano.

 

 

Donald Trump é o candidato inesperado do Partido Republicano às presidenciais de 2016 que está a chocar o mundo. Quando o empresário apresentou a sua candidatura, ninguém acreditou que pudesse vir a ganhar a relevância que tem agora, mas a verdade é que, neste momento, é apontado como o candidato preferido no campo republicano, mesmo sem contar com o apoio interno do partido.

 

Para o duelo final entre Hillary e Trump só falta a nomeação oficial 3

Se vários são os seus apoiantes, várias são também as vozes que se insurgem contra o controverso candidato. A mais recente é a dos Anonymous, o famoso grupo internacional de hackers ativistas.

 

 

Como já é hábito da organização, a “declaração de guerra” veio em forma de vídeo, onde o grupo anuncia que pretende sabotar a campanha de Trump expondo informações embaraçosas. A iniciativa, explicam, deve-se à “campanha inconsistente e cheia de ódio que não só chocou os EUA como também todo o planeta”. O grupo já publicou o número de Segurança Social do candidato para mostrar que é capaz de aceder a informações privadas e que está disposto a partilhá-las.

 

 

 

TPT/CNN/OBS/EPA/AFP/ 16 de Março de 2016

 

 

 

 

 

BE desafia PS a questionar Guterres sobre situação na Turquia

A porta-voz do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, desafiou este domingo o Partido Socialista (PS) a questionar António Guterres sobre a situação na Turquia, quanto à questão dos refugiados, considerando que está em marcha uma “verdadeira catástrofe humanitária”.

 

 

“O que está a ser preparado para a Turquia é uma verdadeira catástrofe humanitária que a própria Organização das Nações Unidas (ONU) já condenou e, portanto, talvez não fosse mau que o PS perguntasse a António Guterres, por exemplo, o que é que considera deste plano entre a União Europeia e a Turquia”, disse.

 

 

Para a porta-voz do BE, que falava aos jornalistas em Portalegre, à margem de uma sessão pública subordinada ao tema “O que traz este Orçamento? O que quer o Bloco?”, o Governo português não deve participar neste programa. “O que há a fazer neste caso, é o Governo retirar a proposta de participar num programa que é uma catástrofe humanitária anunciada”, declarou.

 

 

Sobre as dotações que o Orçamento do Estado (OE) prevê para a Grécia, Catarina Martins criticou a posição do líder do PSD, Pedro Passos Coelho, sublinhando que os partidos devem ser “coerentes” sobre esta matéria. “Os partidos devem ser coerentes com aquilo que defendem, todo o país se lembra de ver Passos Coelho a congratular-se, em Bruxelas, com o memorando que foi imposto ao governo grego, na altura até dizia “por acaso foi ideia minha parte dele”, e agora está contra”, disse.

 

 

Catarina Martins fez questão de sublinhar que o BE não vai “impor” a austeridade na Europa, quando a mesma está a “acabar” em Portugal. “Nós no BE não temos duas palavras nem dois votos. Nós não vamos impor a nenhum povo a austeridade, que começamos a acabar com ela aqui em Portugal, e esse é o único voto do BE, um voto contra a austeridade na União Europeia”, afirmou.

 

 

Durante o encontro com os jornalistas, Catarina Martins voltou a sublinhar que o Governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, “não tem condições” para continuar em funções. “O BE não fez parte de um Governo que reconduziu Carlos Costa como governador do Banco de Portugal. Nós temos dito que Carlos Costa não tem condições, quando precisava de ser regulador é banqueiro, quando precisava de defender Portugal cumpre as ordens de Frankfurt e, portanto, temos um problema”, disse.

 

 

Para a porta-voz do BE, além do caso relacionado com o Banco de Portugal, os problemas do país passam também pela área financeira. “É verdade, também, que o problema se chama financeiro em Portugal. Não é só o Banco de Portugal. Se a regulação tem de ser mudada é preciso, sobretudo, mudar a legislação que permita o sistema financeiro fazer tudo”, defendeu.

 

 

Catarina Martins considerou que “não é preciso alterar a Constituição nem nada do género” para fazer aquilo que “PSD, CDS-PP, e até mesmo PS, se recusaram a fazer” até esta altura. Na opinião da porta-voz do BE, deve-se “separar” o que é vendido nos balcões, para que “não haja” mais lesados do BES e do Banif, “ter auditorias que são verdadeiramente auditorias e não pagas pelos próprios bancos”, responsabilizar quem “foge” às suas obrigações e, quando há dinheiro público envolvido, desenvolver uma gestão pública “em nome do interesse público”.

 

 

“Tudo isto tem faltado. É bom começarmos pelo princípio, pôr o sistema financeiro na ordem e não arranjar mais desculpas para adiar ainda mais fazer o que precisa de ser feito no nosso país”, defendeu.

 

 

Sousa Pinto diz que PS saiu profundamente derrotado das eleições

 

 

Sérgio Sousa Pinto, a antigo membro da direção do PS que saiu dos órgãos do partido por não concordar com a coligação parlamentar do PS com os partidos à sua esquerda, considera que o seu partido está agora “condenado a gerir as suas duras realidades”, enquanto PCP e Bloco de Esquerda colhem as vantagens deste tipo de acordo sem se comprometerem politicamente já que não fazem parte do Governo.

 

 

“O PCP tem adotado posições muito patrióticas ao lado do governo, designadamente neste Orçamento do Estado. O BE faz um sacrifício muito mais pequeno, porque é mais pragmático e desenvolto na sua atuação política. Não vai descansar enquanto não ocupar o lugar do PS no sistema partidário”, afirmou Sérgio Sousa Pinto em entrevista ao Jornal de Notícias. O deputado socialista considera ainda esta solução de Governo é “questionável”, já que o PS está no “vértice” do acordo.

 

BE desafia PS a questionar Guterres sobre situação na Turquia 2

Para Sousa Pinto, o “PS perdeu as eleições e foi desafiado pela extrema-esquerda, que já tinha derrubado governos do PS, a colaborar numa estratégia que arredasse do poder o partido que ganhou as eleições”. Atualmente, segundo Sérgio Sousa Pinto, o “PS parece um partido condenado a gerir as suas duras realidades enquanto os outros partidos das esquerdas vão arrancando admiráveis propostas políticas que permitem ao país avançar na senda progressista”, continuando a mostrar-se crítico da solução de governação encontrada por António Costa.

 

 

NUNO VEIGA/LUSA /Catarina Falcão/Observador/13 de Março de 2016

 

 

 

 

Milhões de pessoas participam em manifestação no Brasil contra o governo de Dilma Rousseff

Milhões de brasileiros saíram à rua para se manifestarem contra a “roubalheira” do Partido dos Trabalhadores (PT) e o governo liderado por Dilma Rousseff. O protesto foi organizado pelo Movimento Vem Pra Rua, pelo Movimento Brasil LIvre (MBL) e pelos Revoltados Online, e decorreu em dezenas de locais no Brasil e no estrangeiro, num dia que os organizadores esperam vir a tornar-se “histórico no país”.

 

 

De acordo com a estimativa atual da Polícia Municipal, os vários focos de protestos reuniram no total 3,1 milhões de brasileiros. O número é muito superior, apontando para 6,4 milhões de manifestantes nas ruas. Os balanços relativos a algumas cidades ainda não foram divulgados.

 

Milhões de pessoas manifestaram-se em várias cidades do Brasil contra o governo de Dilma Rousseff 2

No Rio de Janeiro, uma multidão tomou conta cerca de oito quarteirões de Copacabana e duas pistas da Avenida Atlântica desde o início da manhã. A concentração estava marcada para as 10h na Praia de Copacabana, na zona sul da cidade, mas os manifestantes começaram a chegar por volta das 9h. Na zona, foi estendida uma longa bandeira com as palavras “chega de impunidade”.

 

 

O balanço da Polícia Militar ainda não foi divulgado, mas de acordo com a organização o protesto do Rio de Janeiro reuniu cerca de um milhão de pessoas. Para Bernardo Santoro, coordenador estadual do Movimento Brasil Livre (MBL), a concentração de Copacabana foi um sucesso. Foram “mais de um milhão de pessoas engajadas por um Brasil sem PT, por um Brasil com impeachment  que pensa no crescimento económico e no progresso. E que pensa no futuro dos seus filhos”, disse  ao G1.

 

 

“Superou as nossas espectativas, estamos muito felizes. Foi tudo em paz. Trouxemos as pessoas para marcarmos a nossa insatisfação com a corrupção em geral”, acrescentou Pedro Rodrigues, um dos organizadores e representante do Vem Pra Rua. Ao site do Globo, Rodrigues admitiu que o número de pessoas foi muito maior do que o que era esperado. “A estimativa era de 500 mil pessoas, mas batemos o um milhão, talvez 1,5 milhões.”

 

Milhões de pessoas manifestaram-se em várias cidades do Brasil contra o governo de Dilma Rousseff 3

Em São Paulo, os manifestantes ocupam dois quilómetros da Avenida Paulista. De acordo com uma contagem pela Polícia Militar, 1,4 milhões de pessoas marcharam pelas ruas de São Paulo. A contagem anterior, divulgada às 16h (19h em Lisboa) pelo instituto Datafolha, apontava para 450 mil pessoas. O instituto garantia que a manifestação era a maior alguma vez registada na cidade.

 

 

Em Minas Gerais, os dados da Polícia Militar apontam para 16 mil pessoas em protesto contra a presidente do país, que aparece vestida com um fato de presidiária, numa clara alusão à corrupção que está a ser investigada no caso Lava Jato.

 

Milhões de pessoas manifestaram-se em várias cidades do Brasil contra o governo de Dilma Rousseff 4

Em Brasília, a Esplanada dos Ministérios estava cheia. Segundo a Polícia Militar, 100 mil pessoas participaram no protesto da capital, onde desfilaram vários camiões contra o PT e exigindo a destituição de Dilma. Além de cartazes e palavras de ordem contra a presidente e Lula da Silva, várias pessoas manifestaram o seu apoio à Polícia Federal e ao juiz Sérgio Moro, responsável pela investigação do Lava Jato.

 

 

“Isto é importante para que as outras partes do Governo se consciencializarem de que a população está a exigir uma resposta mais concreta ao Governo, seja a saída dela [Dilma Rouseff] ou não”, afirmou Fabiano Ribeiro, um manifestante da cidade de Brasília. O brasileiro manifestante condenou o “Governo corrupto” que controla o Brasil e lamentou que a crise política esteja a “influenciar a crise económica”.

 

 

“Cadeia para o Lula, cadeia para o PT”

 

 

Para Maria Eremita, uma popular presente no protesto de Brasília, “a população tem de dizer basta e tirá-los do poder, porque eles estão a acabar com o Brasil”. “O povo brasileiro é trabalhador e decente. Só precisa que se pare de roubar, se saiba administrar, administrar para o povo, não para o próprio interesse”, frisou.

 

 

Com 80 anos, Evangelista Medeiros disse que nunca viu o país nesta situação, lamentando os efeitos da crise política na economia, nomeadamente, no aumento da dívida extrena. O octogenário entende que o país está “na mão de bandidos, de corruptos”, e o nível a que a situação chegou “é muito ruim, mundialmente” e “uma vergonha”.

 

 

Num tom emotivo, Deuza Ivonete, outra manifestante, pede à Lusa para falar, porque quer dizer que é preciso “salvar o Brasil” e, para tal, o ex-presidente Lula da Silva “tem de ir preso”. “Cadeia para o Lula, cadeia para o PT. Ajudou só os amigos, os parentes que hoje são bilionários, e ele, que era uma pessoa bem pobre e que passava fome no nordeste, hoje está riquíssimo”, criticou.

 

Milhões de pessoas manifestaram-se em várias cidades do Brasil contra o governo de Dilma Rousseff 5

Para a manifestante, Dilma Rousseff “não faz nada sem ele [Lula da Silva]”, e o PT tornou-se num partido “cheio de hipocrisia”, porque verdadeiramente não ajudou a população e o Brasil nunca esteve tão mal, desde a educação à saúde. “É revoltante, porque nós acreditámos no PT, porque o PT na época era o coitadinho, era o pobrezinho, então nos lutámos. Queríamos uma vida melhor e não adiantou nada, porque ele aproveitou-se e roubou muito mais do que os outros”, sublinhou.

 

 

A dimensão do protesto deste domingo é considerada decisiva para o Governo, dado que a avaliação definirá se o processo de impeachment(destituição da Presidente) será retomado ou não no Congresso Nacional. A Operação Lava Jato, iniciada em março de 2014 pela Polícia Federal, que investiga um esquema de corrupção, branqueamento de capitais e desvio de dinheiro, já envolveu diretamente Lula da Silva.

 

 

Juiz responsável pela Lava Jato diz-se “tocado” com apoio dos manifestantes

 

 

O juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava Jato, manifestou-se “tocado” com o apoio à investigação que está a liderar, demonstrada durante os protestos deste domingo contra a Presidente brasileira e o antecessor, Lula da Silva.

 

 

“O povo brasileiro foi às ruas. Entre os diversos motivos, para protestar contra a corrupção que se entranhou em parte das nossas instituições e do mercado. Fiquei tocado pelo apoio às investigações da assim denominada Operação Lava Jato”, disse Sérgio Moro num comunicado citado pela imprensa.

 

Milhões de pessoas manifestaram-se em várias cidades do Brasil contra o governo de Dilma Rousseff 6

O juiz destacou “o trabalho institucional robusto que envolve a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e todas as instâncias do Poder Judiciário”.

 

 

“É importante que as autoridades eleitas e os partidos ouçam a voz das ruas e igualmente se comprometam com o combate à corrupção, reforçando as nossas instituições e cortando, sem exceção, na própria carne, pois atualmente trata-se de iniciativa quase que exclusiva das instâncias de controlo”, referiu.

 

 

“Não há futuro com a corrupção sistémica que destrói nossa democracia, o nosso bem-estar económico e a nossa dignidade como país”, sublinhou.

 

 

Sérgio Moro tem lamentado publicamente que o poder público brasileiro não tenha tomado qualquer iniciativa relevante para melhorar a legislação do país contra a corrupção após a eclosão da Operação Lava Jato.

 

 

Em Curitiba, sede das investigações, manifestantes colocaram nas ruas 10 mil máscaras em homenagem ao juiz, segundo a brasileira.

 

 

Na mega-manifestação deste domingo, realizada em vários pontos do Brasil e do estrangeiro, a favor da impugnação de Dilma Rousseff e contra Lula da Silva e o partido que apoia ambos, o Partido dos Trabalhadores (PT), o juiz foi um dos nomes mais ovacionados, bem como a Polícia Federal.

 

 

Mais do que preocupações com a crise económica e críticas às políticas do executivo, os manifestantes falaram em defesa da justiça e contra a corrupção, numa altura em que Dilma Rousseff se encontra cada vez mais isolada, sobretudo depois das recentes alegações de corrupção dirigidas ao ex-Presidente Lula da Silva.

 

 

O partido centrista brasileiro PMDB, aliado decisivo da esquerda no poder, anunciou este sábado um prazo de 30 dias para decidir se rompe ou mantém o apoio à Presidente Dilma Rousseff, ameaçada com um procedimento parlamentar de destituição.

 

 

A 4 de março, Lula da Silva foi detido para prestar esclarecimentos, tendo sido libertado cerca de três horas depois.

 

 

As autoridades investigam a relação do ex-Presidente e dos seus familiares com construtoras envolvidas no esquema de corrupção da Petrobras.

 

 

No dia anterior, o senador Delcídio do Amaral, do PT, numa prestação de informações em troca de possível redução de pena citada pela revista IstoÉ, acusou a chefe de Estado brasileira de ter interferido por três vezes na investigação ao caso Lava Jato com a ajuda do ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e de ter usado a sua influência para evitar a punição de empreiteiros.

 

 

Sebastião Moreira/EPA/AFP/Rita Cipriano/Observador/ 13 de Marçode 2016

 

 

 

 

 

Vêm aí as novas regras para o futebol e a proposta já foi aprovada pelo Conselho da AFI

 As leis do futebol mudaram — ou melhor, mudarão, já que, apesar de a proposta já ter sido aprovada pelo Conselho da Associação de Futebol Internacional (o órgão que determina as leis do jogo e que tem no seu Conselho representantes da FIFA), só deverá ser ratificada pelo órgão em março. Mas tudo indica que irá para a frente e que as novas leis já estarão em vigor por altura do Campeonato da Europa, que se disputará em França, este verão. A revisão foi feita pelo ex-árbitro da Liga Inglesa, David Elleray, que quis clarificar e reformular as regras do desporto rei.

 

 

Aqui ficam cinco grandes alterações, reveladas pela Associated Press. Basta agora apenas que sejam aprovadas pela Associação de Futebol Internacional, o que acontecerá brevemente.

 

 

Pontapé de saída

 

 

As leis atuais dizem que o primeiro toque na bola, em início de partida, deve ser dado para a frente, entre os dois jogadores que abrem o jogo. As leis vão ser alteradas: a partir de março, o primeiro toque na bola pode ser dado em qualquer direção – importante é que a bola se mova. Mantém-se, contudo, a regra de que todos os jogadores têm de estar no respetivo meio-campo.

 

 

Cartões vermelhos antes dos jogos

 

 

Esta será uma das grandes mudanças. Até aqui, os jogadores podiam ser expulsos após a conclusão da partida, mas nunca antes de entrarem no relvado – mesmo que se envolvessem em confrontos no túnel, por exemplo (a regra, registe-se, foi escrita antes de ser habitual que as duas equipas em confronto se alinhassem no túnel, entrando juntas no relvado). No futuro, os árbitros poderão expulsar os jogadores a partir do momento em que se faça a inspeção inicial antes da partida. David Elleray, explica as mudanças:

 

 

[Os jogadores que se envolvem em confrontos antes da partida] serão impedidos de disputar o jogo, mas ambas as equipas iniciarão a partida com 11 jogadores, porque poderiam usar um dos suplentes. Perdem um dos suplentes.

 

 

Jogadores lesionados já não terão de sair e voltar a entrar

 

 

A regra, até aqui, é que os jogadores que sejam assistidos pela equipa médica da sua equipa, dentro das quatro linhas, têm de abandonar o relvado, esperando depois que o jogo volte a parar e o árbitro decida que podem reentrar. A ideia pode ser útil para evitar o anti-jogo (isto é, jogadores que fingem lesões para queimar tempo). Mas prejudica, muitas vezes, os atletas que sofrem entradas duras dos adversários e são assistidos nas quatro linhas, tendo depois de abandonar o terreno de jogo, o que beneficia o adversário. David Elleray explica que isso mudará, no caso dos adversários serem admoestados pelo árbitro:

 

 

Se um jogador se lesionada devido a uma falta que é punida com cartão amarelo ou vermelho, pode ser assistido rapidamente no relvado e não tem de sair [do terreno de jogo]. Sempre [me] pareceu injusto que a equipa vítima [das lesões] fique reduzida a 10 jogadores e a equipa culpada fique [temporariamente] em superioridade numérica.

 

 

Menos paragens por minudências

 

 

Há situações que não justificam tantas paragens. O ex-árbitro David Elleray, autor da reformulação das leis do jogo, dá um exemplo: “Se um jogador sair para mudar de chuteiras, tem de esperar que haja uma paragem e o árbitro tem de ir ter consigo e verificar as novas chuteiras antes de ele poder voltar à partida. O que estamos agora dizer é que as suas chuteiras, ou outras coisas semelhantes, podem ser verificadas pelo quarto árbitro, mesmo pelo árbitro assistente, e [o jogador pode] voltar à partida de imediato”.

 

 

Bola ao solo? Nem sempre

 

 

Quando um jogador sai fora do relvado (sem que a bola saia) e é obstruído nesse espaço (fora do retângulo de jogo), o árbitro atualmente só pode decidir de uma forma: castigar o adversário e fazer “bola ao solo”, com um elemento de cada equipa a lutar por ela. Para David Elleray, isso é errado:

 

 

Dois jogadores saem das quatro linhas. Um tenta voltar ao terreno de jogo para disputar a bola e o outro agarra-o, impedindo-o de regressar. Nesse momento o árbitro mostra um cartão amarelo ou vermelho e retoma a partida com bola ao solo, o que é claramente errado. Portanto, passaremos a ter um livre na linha final ou na linha lateral. Se tal acontece na área de penálti [mas do lado de lá da linha final], pode dar origem a um penálti.

 

 

KERIM OKTEN/EPA/Reuters/OBS/13 de Março de 2016

 

 

 

 

Ao terceiro dia o presidente Marcelo Rebelo de Sousa subiu ao Porto

show Marcelo está no ar e não houve no Porto quem tivesse mudado de canal. Que é como quem diz, nem uma pessoa que se cruzou com ele esta sexta-feira, fosse em frente à Câmara Municipal do Porto, nos Jardins do Palácio de Cristal ou no bairro social do Cerco, aproveitou para mandar um comentário menos simpático. Tudo foram palmas. Tudo foram beijinhos. Houve até algumas senhoras em lágrimas de emoção. Tudo confirmou os 88,7% que, de acordo com uma sondagem recente, acreditam ter agora um presidente melhor do que Cavaco Silva. Quiçá, uma espécie de Papa Francisco à portuguesa.

 

 

“Nunca fui de direita”, começa logo por anunciar Madalena Vidal, uma das dezenas de pessoas que se concentravam em frente ao município à espera que o quinto Presidente da República democraticamente eleito chegasse de Lisboa, às 11h00. “Mas que gosto mais deste Presidente, gosto”, comparando-o a Cavaco Silva. “Parava tudo o que estava a fazer para o ver TV. É o nosso Papa Francisco.”

 

 

Ao lado, Maria de Fátima assume-se “Sá Carneirista” e também se confessa feliz por já não ter como chefe de Estado “o outro antipático”. Marcelo sim. É “um grande homem”, é “um lutador” e até lhe elogia os dotes vocais quando a banda da GNR começa a tocar o hino. Mesmo que Marcelo não esteja a cantar — ainda nem sequer chegou à cidade. “Fiz uma promessa em que, se ele fosse eleito, eu ia a pé até à Santa Rita”, conta. E cumpriu, no último domingo. Às cinco da manhã, lá foi Maria de Fátima sozinha desde a Lapa, no centro da cidade, até à igreja da santa em Ermesinde. Agora vai vê-lo de perto. Mas nem esta reformada nascida em Barcelos, nem Madalena Vidal, se deixam levar por romantismos excessivos. “Nunca tivemos um presidente como este. Agora se vai fazer bem, isso só se saberá depois”.

 

Ao terceiro dia o presidente Marcelo Rebelo de Sousa subiu ao Porto  2

Marcelo Rebelo de Sousa escolheu terminar no Porto a cerimónia da sua tomada de posse, que se prolongou por três dias. E a cidade mostrou-se grata. Pontual, saiu do carro às 11h00 ao som de palmas e de um coro popular maioritariamente feminino que repetia: “Marcelo! Marcelo! Marcelo!”. Uma reação que se repetiria nos restantes pontos de passagem. Antes do discurso que fez no Salão Nobre do município, e em que pediu aos portuenses que “jamais troquem a sua liberdade, o seu rigor no trabalho, os seus gestos de luta e de coragem por qualquer promessa de sebastianismo político ou económico”, saiu e, em vez de ir direto para o carro, quebrou o protocolo. Com índices de popularidade tão altos, porque não atravessar a Praça General Humberto Delgado de uma ponta à outra e receber o carinho que o General que lhe dá o nome também recebeu em 1958?

 

 

A Orquestra Juvenil da Bonjóia tocou “When We Ruled The World”, dos Coldplay. Marcelo pode não dominar o mundo, mas os índices de popularidade estão por sua conta

 

 

 Ao terceiro dia o presidente Marcelo Rebelo de Sousa subiu ao Porto  3

As pessoas adoram os beijos, os abraços, a oportunidade de trocar uma palavra com o homem que a maioria dos portugueses elegeu e que agora está ali, a ouvi-las. O corpo de segurança do Presidente é que já não gosta tanto. Se Cavaco Silva seguia os programas e não arriscava, Marcelo passa o dia a improvisar. No Bairro do Cerco já ia por um caminho que não era o correto, com o vereador Manuel Pizarro a tentar chamá-lo já em desespero para que regressasse ao trilho previsto. Entre o almoço restrito na Casa do Roseiral (consta que no menu não houve carne, por ser sexta-feira de Quaresma) e a chegada à Galeria Municipal para visitar a exposição de homenagem ao vereador da Cultura Paulo Cunha e Silva, falecido em novembro, várias pessoas passaram entre os seguranças para cumprimentar o chefe de Estado e dar conta das suas agruras e pedir que “olhe pelos pobres”.

 

 

Na Galeria Municipal a visita foi fechada, não só aos jornalistas como ao restante público. Mas os visitantes não pareceram nada chateados por terem de esperar na receção. “Nós almoçámos bem. Agora ver o Presidente foi a cereja no topo do bolo”, comenta Armanda Capitão. Quando Marcelo sai, quem teve de ficar à espera para que ele visitasse calmamente a exposição recebe-o com palmas. Mais à frente, quando entra para o carro, mais palmas.

 

 

E à chegada ao bairro social do Cerco? Isso mesmo. Palmas. Marcelo Rebelo de Sousa retribuiu com sorrisos, brincou com as crianças e abanou a cabeça para cima e para baixo ao som do rap do grupo OUPA, formado por residentes do bairro. No final do concerto, o homem do momento, juntamente com Rui Moreira, subiu ao palco e improvisou ele mesmo um rap. Mais cânticos. Mais palmas. Como se fosse ele mesmo um artista popular no final de um espetáculo.

 

 

À sua espera na Obra Diocesana de Promoção Social tinha Tino de Rans, o calceteiro que também concorreu às eleições presidenciais de janeiro. Na mão, trazia dois pares de sapatos “número 41, que é o que ele calça”, conta ao Observador. São feitos em Portugal, porque quer pedrir-lhe “que defenda o trabalho português”. Tino fica contente por ver um político descer à rua. “É o meu presidente e fico contente de ver que ele não tem medo de se dar com o povo. Quem vier por bem, o povo não faz mal a ninguém.”

 

 

As crianças cantaram e encantaram Marcelo

 

 

Nas eleições, Marcelo conseguiu 51,28% dos votos no Porto. Menos umas décimas dos 52% conquistados em todo o país. Escolheu prolongar a cerimónia da tomada de posse e ir à Invicta, não por ali ter sido votado acima da média (não foi), mas para conferir à tomada de posse “uma dimensão nacional”. Admite que esperava uma boa receção, mas o que se passou esta sexta-feira supera esse adjetivo. “O Porto é sempre surpreendente.

 

Ao terceiro dia o presidente Marcelo Rebelo de Sousa subiu ao Porto  4

Eu esperava calor humano, foi muito mais calor que eu esperava. Esperava adesão afetiva e foi superior ao que eu esperava”. Para tudo isso o novo Presidente arrisca uma explicação. “Acho que os portugueses querem afeto e querem acreditar, olhar para o futuro com mais esperança. Nesse sentido é o avançar para uma nova fase da vida portuguesa”.

 

 

Seis horas de visitas depois, não falta quem concorde com o que disse Maria de Fátima bem cedo, enquanto esperava pela chegada de Marcelo à Câmara do Porto. “Nunca tivemos um presidente assim”. Curiosamente, o presidente que Madalena Vidal comparou ao Papa Francisco tem encontro marcado com o verdadeiro chefe de Estado do Vaticano para a semana, a 17 de março.

 

 

Sara Otto Coelho/OBS/12 de Março de 2016

 

 

 

 

O Rancho Folclórico “Camponeses do Minho” de Newark comemorou Bodas de Prata

Mais de quatrocentas pessoas participaram no jantar comemorativo das Bodas de Prata do Rancho Folclórico Camponeses do Minho, do Sport Clube Português de Newark, estado de New Jersey, que teve lugar, dia 5 de Março, no salão nobre deste clube.

 

Rancho Folclórico Camponeses do Minho de Newark comemorou Bodas de Prata 2

Entre os convidados estavam também vários dirigentes associativos e culturais de New Jersey, com destaque para as representações ligadas ao folclore português no “estado jardim”.

 

Rancho Folclórico Camponeses do Minho de Newark comemorou Bodas de Prata 3 - Copy - Copy

Antes do jantar e dos tradiconais discursos, seguiu-se um lauto buffet que foi muito participado.

 

Rancho Folclórico Camponeses do Minho de Newark comemorou Bodas de Prata 4 - Copy - Copy

Segundo os convivas, a comida estava boa e “os nossos colegas de mesa são bastante simpáticos”, confidenciaram.

 

Rancho Folclórico Camponeses do Minho de Newark comemorou Bodas de Prata 5 - Copy - Copy

Esta iniciativa, para além do seu pendor gastronómico, teve também por objectivo lembrar que os portugueses, embora longe do seu país natal, têm as suas terras e as suas gentes no coração.

 

Rancho Folclórico Camponeses do Minho de Newark comemorou Bodas de Prata 6 - Copy - Copy

É que, para além da alegria do reencontro propriamente dito, esta festa veio também ajudar a fortalecer ainda mais, os laços de amizade e humanismo que une todas estas pessoas tão diferentes, mas unidas por princípios e valores comuns.

 

Rancho Folclórico Camponeses do Minho de Newark comemorou Bodas de Prata 7 - Copy - Copy

Do protocolo desta celebração fizeram parte a tradicional entoação dos hinos dos Estados Unidos e Portugal, aqui na voz da jovem Alexandra Marques, e foi observado um minuto de silêncio em memória de todos os sócios, familiares e amigos do rancho aniversariante, já falecidos.

 

Rancho Folclórico Camponeses do Minho de Newark comemorou Bodas de Prata 8 - Copy - Copy

Após esta homenagem, Alberto Veloso, fundador e director do Rancho Folclórico Camponeses do Minho, que fez as honras da casa, começou por agradecer a presença de todos e ao lado do também fundador e tocador de concertina José Alberto Silva Fernandes, destacou o esforço e a dedicação de todos os elementos do rancho, que graças a eles, “continuamos a demonstrar que o nosso folclore se mantém forte, embora longe do nosso país natal”, disse Alberto Veloso que fez questão de lembrar ainda que “como compreendem, não é fácil manter em actividade um grupo desta qualidade, unido e zelozo das suas responsabilidades. Porém, com um pouco de boa vontade este facto tem sabido manter-se, e dou os parabéns a todos os elementos do grupo pelo espírito de sacrifício que têm demonstrado possuir ao longo destes vinte e cinco anos de existência”.

 

Rancho Folclórico Camponeses do Minho de Newark comemorou Bodas de Prata 9 - Copy

Alberto Veloso agradeceu também o apoio da direcção do Sport Clube Portugês de Newark, bem como o trabalho dos que tudo fazem, para que este grupo se continue a reafirmar, na disposição de manter viva, uma das mais belas tradições populares portuguesas em terras da América do Norte. Estas comemorações, para além de outros representantes associativos, contaram ainda com as presenças do presidente da Assembleia Geral do Sport Clube Português de Newark, Carlos Nobre, do presidente da direcção Jack Costa, sem esquecer Manny Lopes, padrinho do rancho aniversariante e também ele um dos responsáveis pela preservação e divulgação do folclore e etnografia da região do Minho, na América do Norte.

 

Rancho Folclórico Camponeses do Minho de Newark comemorou Bodas de Prata 10 - Copy

Manny Lopes (na foto à esquerda), que entregou uma placa de parabéns e reconhecimento ao “Camponeses do Minho”, relembrou os primeiros tempos do rancho dizendo que “é com orgulho que vi nascer este grupo folclórico constituído de jovens e adultos que graças ao seu espírito de sacrifício continuam a compartilhar a alegria das danças e cantares que nos legaram os nossos antepassados. O exemplo disto que falo é a manutenção dos ranchos folclóricos adulto e infantil, que engloba cerca de uma centena de elementos”, referiu.

 

Rancho Folclórico Camponeses do Minho de Newark comemorou Bodas de Prata 11 - Copy

Em conversa com o The Portugal Times, Manny Lopes confidenciou estar muito feliz porque “vejo aqui muita gente interessada em manter as tradições da nossa região em terras da América do Norte, não só através do ensinamento e do exemplo dos mais velhos, mas também pelo empenho de muitos jovens já nascidos aqui de origem portuguesa, que se mostram interessados em ocupar de forma diferente os seus tempos livres, depois do horário escolar americano, aprendendo a cantar e a dançar o folclore da terra dos seus pais e avós. Pelo que vejo aqui hoje, o folclore não vai acabar”, concluiu Manny Lopes.

 

Rancho Folclórico Camponeses do Minho de Newark comemorou Bodas de Prata 12 - Copy

Jack Costa, presidente da direcção do Sport Clube Português de Newark (ao centro na foto), também ele um minhoto, sublinhou durante a sua alocução que a comemoração do 25º aniversário do Rancho Camponeses do Minho, é a expressão verdadeira de que “apesar de separados da terra dos nossos pais e avós pelo Oceano Atlântico, as raízes culturais minhotas ainda hoje permanecem bem vivas aqui por estes lados, graças aos sócios fundadores deste rancho e a todos aqueles homens, mulheres e crianças que durante estes últimos 25 anos se dedicaram e fizeram do Camponeses do Minho um dos melhores ranchos folclóricos dos Estados Unidos da América”. Jack Costa, fez também questão de recordar que ao longo de todo este tempo, “foram muitas as pessoas que passaram por este grupo na missão de directores, músicos, ensaiadores e dançarinos, quase todos gente anónima, mas que tinham como denominador comum o ideal, que a todos faz estar aqui hoje…”

 

Rancho Folclórico Camponeses do Minho de Newark comemorou Bodas de Prata 13 - Copy

Jack Costa, em nome da direcção a que preside, dirigiu publicamente um elogio especial a Alberto Veloso, fundador e director do Rancho Camponeses do Minho e seus colaboradores, “pelo magnífico trabalho desenvolvido em prol da cultura e da juventude” e homenageou o tocador de concertina e também fundador do rancho, José Alberto Silva Fernandes (na foto à esq.), por ao longo de 25 anos “ter ensinado, preservado e divulgado com saber a etnografia, as danças e cantares do Minho”, cujo sucesso se deve, segundo alguns, “à forte amizade, responsabilidade e à boa convivência, que reina no grupo”.

 

Rancho Folclórico Camponeses do Minho de Newark comemorou Bodas de Prata 14 - Copy

E foi em nome de todos os membros da associação que José Alberto Silva Fernandes colocou a tradicional fita na bandeira, testemunho das grandes actuações e dos momentos altos do rancho, perante o olhar de centenas de adultos e jovens de segunda e terceira gerações, inspirados nos saberes dos mais velhos e na memória dos seus antepassados.

 

Rancho Folclórico Camponeses do Minho de Newark comemorou Bodas de Prata 15 - Copy

Constituído por cerca de uma centena de elementos, o Rancho Folclórico “Camponeses do Minho”, Adulto e Infantil, para além da participação em inúmeras festividades que são levadas a efeito nos Estados Unidos, e Canadá, têm actuado também em diversas cerimónias oficiais norte-americanas, e confirmado a sua presença em várias actuações realizadas em Portugal.

 

Rancho Folclórico Camponeses do Minho de Newark comemorou Bodas de Prata 16 - Copy

Antes da grande demonstração de folclore pelo rancho aniversariante, jovens e adultos visivelmente satisfeitos acendiam as velas do bolo de aniversário e convidavam as pessoas presentes a cantar os parabéns e a brindar com champanhe ao 25º aniversário do Rancho Folclórico do Sport Clube Português de Newark.

 

Rancho Folclórico Camponeses do Minho de Newark comemorou Bodas de Prata 17 - Copy

Após o brinde, teve inicio a esperada exibição de folclore pelos elementos do Rancho Folclórico “Camponeses do Minho”, adulto, que entusiasmaram as pessoas presentes com a graça do seu bailado e com a beleza dos seus trajes, recriando o ambiente dos bailes do início do século passado, na região minhota.

 

Rancho Folclórico Camponeses do Minho de Newark comemorou Bodas de Prata 18 - Copy

A exibição do Rancho Folclórico Camponeses do Minho, adulto, foi muito aplaudida, devido ao somatório grandioso de folclore e etnografia, que mostraram com orgulho, através da diversidade dos trajes que ostentavam, das músicas, das danças, dos instrumentos, das vozes, dos movimentos e das maneiras de viver, alegremente.

 

Rancho Folclórico Camponeses do Minho de Newark comemorou Bodas de Prata 19 - Copy

Seguiu-se a actuação do rancho folclórico infantil, que mostraram ao público as novas criatividades, dando o melhor do seu esforço e justificando após disciplinados ensaios, o crédito e a esperança neles depositados.

 

Rancho Folclórico Camponeses do Minho de Newark comemorou Bodas de Prata 20 - Copy

Por aquilo que nos foi dado observar, o Rancho Folclórico Camponeses do Minho começa a ser um caso raro de sucesso, pelo património que possui e continua a construir.

 

Rancho Folclórico Camponeses do Minho de Newark comemorou Bodas de Prata 21 - Copy

E é nesta méscala de costumes e tradições que se encontra a magia e o encanto, que os pais fazem questão de ensinar aos filhos.

Os aplausos que os ranchos receberam após a sua actuação, foram sinónimos de parabéns pelo entusiasmo que demonstram possuir, no campo da preservação das danças e cantares populares da região do Minho.

 

Rancho Folclórico Camponeses do Minho de Newark comemorou Bodas de Prata 22 - Copy

Miguel Veloso, de 24 anos de idade, está ligado ao Rancho Camponeses do Minho desde que nasceu. “Vinha ao colo dos meus pais”, sorriu, “e hoje sigo o seu exemplo, carregando ao colo outras crianças que vão ser o futuro deste rancho e o garante da preservação e divulgação das nossas tradições, onde quer que se encontrem”, disse.

 

Rancho Folclórico Camponeses do Minho de Newark comemorou Bodas de Prata 23

Em conversa com o The Portugal Times, Miguel Veloso que tem sido um dos grandes incentivadores para que o grupo continue a mostrar o seu valor, referiu as dificuldades que existem para manter e dar continuidade a um projecto destes, e lembrou que tudo seria muito mais fácil e motivante “se o Estado português apoiasse as actividades promovidas por associações como a nossa, mas como muito bem sabe, não tem sido prioridade dos sucessivos governos apoiar, nem fomentar a participação juvenil no mundo associativo, o que é uma pena”, concluiu.

 

Rancho Folclórico Camponeses do Minho de Newark comemorou Bodas de Prata 24

O Folclore, com conteúdos de uma singular riqueza, possibilita um trabalho didático pedagógico marcante, para o currículo dedicado aos jovens. E o Rancho Folclórico Camponeses do Minho, do Sport Clube Português de Newark, fundado em 1991, aposta na sensibilização das camadas mais jovens, para manter viva a tradição. Uma tradição ligada profundamente ao quotidiano laborioso das pessoas, às romarias e aos folguedos, sendo ciosamente guardada e divulgada por numerosos grupos folclóricos, entre eles o Camponeses do Minho.

 

 

A festa continuou bem animada pela noite fora e o caso não era para menos, pois tratava-se de comemorar o 25º aniversário do Rancho Folclórico “Camponeses do Minho”, que se reafirma na disposição de manter viva uma das mais belas tradições populares portuguesas, em terras americanas.

 

Rancho Folclórico Camponeses do Minho de Newark comemorou Bodas de Prata 25

Depois da actuação dos ranchos foi a vez do Duo Rotação, constituído pelo talento musical do Pacheco e do Miguel, animar a noite no Sport Clube Português de Newark com um monumental baile, que durou até às primeiras horas da madrugada.

 

 

Rancho Folclórico Camponeses do Minho, ponto de encontro de várias gerações

 

 

Fundado em 31 de Março de 1991, o Rancho Folclórico Camponeses do Minho é ainda constituído por um rancho infantil. Representam músicas e danças típicas da região do Minho e usam traje azul rico de Cordielos, Viana do Castelo.

 

Rancho Folclórico Camponeses do Minho de Newark comemorou Bodas de Prata 26

O rancho folclórico que representa o Sport Club Português de Newark e a rica cultura minhota, em todas as suas actuações, continua a mostrar o seu folclore em várias comunidades, tanto nos EUA como no exterior, dançando com alegria contagiante os tradicionais Viras, Cana Verde e Chulas, que fazem parte do seu vasto repertório.

 

Rancho Folclórico Camponeses do Minho de Newark comemorou Bodas de Prata 27

Com um trabalho prestigiado e reconhecido nos Estados Unidos e Canadá, as tradições da região do Minho continuam bem vivas aqui por estes lados.

 

 

Das muitas actuações e prémios destacamos os seguintes:

 

 

Em 1993, conquistou o segundo lugar num festival de folclore disputado entre 7 ranchos que teve lugar em White Plains, no estado de New York.

 

Rancho Folclórico Camponeses do Minho de Newark comemorou Bodas de Prata 28

O Camponeses do Minho foi também o rancho convidado para estar presente na tomada de posse da ex-Governadora do Estado de New Jersey, Christinne Whitman, cerimónia que teve lugar em New Brunswick, no dia 19 de Janeiro de 1998.

 

Rancho Folclórico Camponeses do Minho de Newark comemorou Bodas de Prata 29

Colaborou também com as suas danças e cantares no programa televisivo do canal 7 ABC na rubrica “Bom dia America”, actuação que lhe valeu rasgados elogios em vários orgãos de comunicação social portugueses e americanos.

 

Participou no festival de folclore levado a efeito no concelho de Paredes de Coura, Portugal, no dia 2 de Agosto de 1998.

 

Participou e conquistou o segundo lugar entre 20 ranchos, no Festival de Folclore do Dia de Portugal 2000, em Newark, NJ.

 

Venceu o concurso de “melhores trajes” no festival de folclore que teve lugar em Long Branch, New Jersey, em Maio de 2003.

 

Representou Portugal e a seleção Portuguesa durante o Campeonato do Mundo de Futebol 2006 num programa de televisão do canal Univision (41).

 

Rancho Folclórico Camponeses do Minho de Newark comemorou Bodas de Prata 30

Por tudo isto e não só, as comemorações do 25º aniversário do Rancho Folclórico “Camponeses do Minho”, são motivo de orgulho para todos os seus membros e um dia especial para a sua direcção.

 

 

JM/The Portugal Times/ 11 de Março de 2016

 

 

 

 

 

Primeiro Ministro António Costa promete continuar desígnios de Cavaco sobre o mar

O Presidente da República diz que o “desafio” é “convencer os investidores nacionais e internacionais” a investir em Portugal. Primeiro-ministro garante que é “hora de fazer acontecer e transformar o desígnio [do Presidente] em realidade”.

 

 

A promessa ficou feita e registada: António Costa garantiu ao Presidente da República que este Governo “tudo fará para, ao longo da legislatura, dar continuidade ao desígnio” que Cavaco Silva lega, depois de ao longo dos seus mandatos ter considerado o mar como um tema estratégico para o desenvolvimento do país. Além de “concretizar” esse desígnio, o Governo fará com que essa mensagem de Cavaco Silva “se prolongue para além da finitude dos mandatos”.

 

 

O Presidente da República, por seu turno, deixou um conselho: “Para transformar as potencialidades do mar em negócios rentáveis e emprego precisamos de atrair investidores nacionais e externos, de trabalhar com países europeus voltados para o mar e que já têm o know how.” E considerou que o “desafio neste momento é convencer” esses investidores a investirem em Portugal.

 

 

Nos últimos anos foi aprovada uma estratégia nacional para o mar e uma lei de bases – “é agora tempo de fazer acontecer, de transformar o desígnio em realidade”, disse o primeiro-ministro no final do Conselho de Ministros temático, ao lado do Presidente da República, no Forte de São Julião da Barra, em Oeiras. Realçou que este Governo “assumiu o mar como prioridade política” ao restaurar o Ministério do Mar e atribuindo-lhe competências transversais a todo o Governo, de forma a “mobilizar” todo o executivo para a prossecução das políticas do mar”.

 

 

“Esse foi o objectivo deste Conselho de Ministros: garantir que passaremos das palavras aos actos”, apontou António Costa, podendo ler-se nas suas palavras uma indirecta ao Governo de Pedro Passos Coelho. Pouco antes, o Presidente da República dissera que este Conselho de Ministros deu “continuidade ao trabalho feito no passado”, mas realçara também que a reunião “procurou dar um passo em frente nas medidas concretas necessárias para transformar o mar em negócio criador de crescimento económico e de emprego, no respeito rigoroso da sustentabilidade ambiental”.

 

 

Na reunião foi aprovado um conjunto de diplomas que visam “responder e dar corpo à execução desta estratégia, através de financiamento do investimento, de condições para haver maior eficiência na actividade portuária e novas actividades de marinha mercante, e aproveitamento dos nossos recursos em matéria energética no mar”, resumiu António Costa depois de descrever que o Executivo definiu como vértices da sua política do mar a garantia da soberania sobre o território marítimo, o aprofundamento do conhecimento sobre o mar e a dinamização da economia do mar.

 

 

O Presidente da República disse acreditar no “potencial do mar para o desenvolvimento do país e para a criação de emprego”, descreveu o que considerou serem os aspectos positivos e os instrumentos que o mar oferece aos portugueses – da qualidade das infra-estruturas dos portos às condições para a biotecnologia, passando pela aquacultura e a produção de energia offshore ou pelas condições para a náutica de recreio e o turismo de cruzeiro. Mas para os aproveitar, vincou, é preciso atrair os investidores.

 

 

A aposta estratégica no mar e nas suas potencialidades foi uma questão abordada sucessivamente por Cavaco Silva no seu segundo mandato, depois de em 2010, nas comemorações do 25 de Abril, o Presidente ter centrado o seu discurso na necessidade de Portugal apostar na economia do mar.

 

 

Quando há cinco meses Cavaco Silva esteve na Assembleia Geral das Nações Unidas, um dos pontos fortes do seu discurso foi a sustentabilidade dos oceanos. Já na campanha eleitoral de 2011, Cavaco Silva defendeu mesmo que deveria existir um Ministério do Mar, considerando ser desvantajoso distribuir competências sobre o mar por vários gabinetes. Quando foi primeiro-ministro, o seu Governo tinha um ministério com esta pasta, que foi ocupado por Azevedo Soares e por Duarte Silva.

 

 

Economia do mar com 530 milhões de euros

 

 

O Presidente da República terá dado alguns contributos para as decisões que foram tomadas no Conselho de Ministros, mas tanto a ministra da Presidência como a do Mar esquivaram-se a dizer em que questões concretas. Questionadas pelos jornalistas, Maria Manuel Leitão Marques garantiu que o Chefe de Estado “participou activamente e não apenas passando diplomas” e “intervindo sempre activamente”. Mas acrescentou que o Presidente “sublinhou que é importante passar da reflexão, dos relatórios e da teoria para este patamar de concretização”.

 

 

Dando corpo a essa aposta no financiamento, o Governo aprovou a criação do Fundo Azul, descrito como um “mecanismo de incentivo financeiro ao arranque de novas actividades ligadas à economia do mar”, que contará no arranque com 10 milhões de euros. Será financiado através de uma percentagem das taxas de entidades como os portos, capitanias, Direcção-Geral dos Recursos Marítimos e também do Fundo Português de Carbono, Segurança Alimentar. “A intenção é que em velocidade de cruzeiro se financie a si próprio”, especificou a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino.

 

 

Além disso, foi aprovada uma resolução para estabelecer prazos curtos para que sejam feitos os regulamentos das medidas de apoio do Programa Operacional Mar 2020 e se abram os concursos para os projectos dos fundos europeus exclusivos para o mar e pescas. Entre fundos comunitários e comparticipação nacional, o Mar 2020 vai disponibilizar 520 milhões de euros, especificou a governante.

 

 

Ana Paula Vitorino anunciou ainda, na área da simplificação administrativa aplicada ao sector do mar, a criação da factura única portuária por escala de navio, que agrega num só documento a facturação de todas as entidades públicas ligadas ao acto de escala de um navio num porto nacional. O Porto de Sines servirá de projecto-piloto e começará a testar o sistema até ao fim deste mês de Março. Além das poupanças administrativas, serão menos 600 mil folhas A4 a circular entre navios e entidades portuárias.

 

 

Em termos organizacionais, o Conselho de Ministros decidiu que os portos de Lisboa, Setúbal e Sesimbra passaram a ter um conselho de administração comum, para potenciar o “planeamento estratégico e a promoção de sinergias organizacionais e operacionais”. Essa administração terá que entregar um plano estratégico a breve trecho que terá que ser aprovado pela Área Metropolitana de Lisboa. Esta entidade, aliás, passará a nomear um administrador daquele conselho, numa tentativa de “aproximar a gestão portuária da administração do território”, explicou a ministra Ana Paula Vitorino.

 

 

Maria Lopes/Público/7 de Março de 2016

 

 

 

 

 

24ª fase da Lava Jato começa com mandado contra Lula da Silva que foi detido pela polícia

O dia amanhecia quando a Polícia Federal chegou ao prédio onde mora o ex-presidente Lula em São Bernardo do Campo (SP), com um mandado de condução coercitiva, expedido pelo juiz Sérgio Moro. Esse mandado obriga o suspeito ou investigado a apresentar-se a uma autoridade policial.

 

24ª fase da Lava Jato começa com mandado contra Lula da Silva que foi detido pelas autoridades 2

No despacho, Moro disse que a medida era necessária para evitar tumultos políticos como o ocorrido no Fórum Criminal da Barra Funda, em fevereiro, quando várias pessoas ficaram feridas.

 

 

Lula deixou São Bernardo num carro da Polícia Federal sem logotipo e foi levado para o aeroporto de Congonhas. Assim que a notícia se espalhou, manifestantes começaram a reunir-se em frente ao apartamento de Lula e houve confrontos entre pessoas contra e a favor do ex-presidente.

 

 

 

 

Militantes do PT tomaram o saguão e a parte externa do aeroporto, e houve mais confusão com pessoas que comemoravam o avanço da Operação Lava Jato.

 

24ª fase da Lava Jato começa com mandado contra Lula da Silva que foi detido pelas autoridades 3

Cerca de 200 polícias e 30 fiscais da Receita Federal participaram na 24ª fase da Lava Jato. Batizada de “Aletheia”, que em grego quer dizer “verdade”, a operação investiga a relação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus familiares com empreiteiros envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras.

 

 

No total, o juiz Sérgio Moro expediu 33 mandados de busca e apreensão e 11 mandados de condução coercitiva nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia.

 

 

O Ministério Público Federal diz que a empresa “LILS Palestras” recebeu R$ 10 milhões de doações de empresas e o Instituto Lula outros R$ 20 milhões. Os investigadores querem saber se o dinheiro foi desviado da Petrobras.

 

Houve busca e apreensão na casa do ex-presidente, no sítio em Atibaia, no tríplex em Guarujá (SP) e no Instituto Lula.

 

 

Paulo Okamoto, presidente do instituto, foi trazido de Atibaia para São Paulo para depor, também com um mandado de condução coercitiva.

 

 

“Foi tranquilo. Perguntaram como funciona o Instituto Lula, como é que funciona a empresa de palestra do Lula, como é que as pessoas são contactadas. Eu tive a oportunidade de esclarecer para a polícia. Eu já tinha esclarecido para a Receita Federal, já tinha esclarecido para o Ministério Público e faltava esclarecer para a polícia”, diz Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula.

 

 

O Ministério Público Federal pediu também um mandado de condução coercitiva contra dona Marisa Letícia, esposa de Lula, mas o juiz Sérgio Moro indeferiu.

 

 

Depois do depoimento, o ex-presidente Lula deixou Congonhas por uma saída na parte de trás do aeroporto e foi para a sede nacional do PT, que estava cercada por militantes. Ali, Lula falou por 20 minutos sobre sua trajetória pessoal e a do PT e também rebateu acusações.

 

 

“Se a Polícia Federal e o Ministério Público, ou quem quer que seja encontrar um real de desvio na minha conduta, eu não mereço ser desse partido”, diz Lula.

 

 

No fim da tarde voltou para casa, em São Bernardo do Campo (SP), onde mais militantes esperavam o ex-presidente. Lula preferiu o contacto com as pessoas e desceu do carro para entrar no prédio a pé.

 

 

À noite, Lula deixou novamente o apartamento e seguiu para a quadra do Sindicato dos Bancários, no centro de São Paulo, onde centenas de militantes estavam concentrados. Discursou por mais de uma hora, emocionou-se e disse que não vai desanimar.

 

 

“Eu não sou vingativo, eu não carrego ódio na minha alma, mas eu quero dizer para vocês uma coisa: eu tenho consciência do que eu posso fazer por esse povo e tenho consciência do que eles querem comigo. Se vocês estão precisando de alguém para animar a nossa tropa, o animador está aqui”, afirmou Lula diante de militantes do PT.

 

 

Lula diz que “se sentiu prisioneiro” e que quem “não deve nem teme”

 

O ex-presidente do Brasil acredita que o mandado de “condução coercitiva” era desnecessário e que “não vai abaixar a cabeça” diante da “luta”.

 

24ª fase da Lava Jato começa com mandado contra Lula da Silva que foi detido pelas autoridades 4

O ex-presidente do Brasil, Luís Inácio Lula da Silva, criticou o mandado de “condução coercitiva” que o levou a ser detido de manhã da passada sexta-feira no Aeroporto de Congonhas para depor, na sequência da 24º etapa da Operação Lava Jato. Em declaração aos militantes na sede do PT em São Paulo, Lula disse acreditar que a medida era desnecessária, pois já tinha colaborado em outras ocasiões com as autoridades brasieiras.

 

 

Já fui prestar vários depoimentos na Polícia Federal, no Ministério Público, e para vocês que não sabem, no dia 5 de janeiro estava de férias, suspendi as férias para ir à Brasília [para] prestar um depoimento a convite da Polícia Federal. Se o juiz [Sérgio] Moro ou o Ministério Público quisessem me ouvir, era só ter-me mandado um ofício e eu ia como sempre fui porque não devo e não temo”, explicou.

 

24ª fase da Lava Jato começa com mandado contra Lula da Silva que foi detido pelas autoridades 5

O ex-presidente do Brasil afirmou ainda que o mandado de condução coercitiva valeu mais pelo “show mediático do que pela “apuração séria” de qualquer facto. “Lamentavelmente, eu acho que estamos vivendo um processo em que a pirotecnia vale mais do que qualquer coisa. O que vale mais é o show mediático do que a apuração séria, responsável, que deve ser feita pela Justiça, pela polícia, pelo Ministério Público”.

 

 

Lula, no entanto, diz valorizar os trabalhos realizados pelas autoridades do país em todas as etapas da Operação Lava Jato. “Eu não só valorizo como valorizei muito quando era Presidente da República [as investigações de casos de corrupção e lavagem de dinheiro], porque nunca se investiu tanto nestas coisas como eu investi nas instituições”.

 

 

Depoimento à imprensa

 

 

Horas depois, ainda na sede do PT em São Paulo, Lula afirmou aos jornalistas, em conferência de imprensa, que se sentiu “um prisioneiro” durante a ação da Polícia Federal do país. O ex-presidente repetiu alguns dos principais pontos do seu discurso para os militantes: reafirmou que “não vai abaixar a cabeça” e que “a luta continua”. “O que eles [a Polícia Federal, o Ministério Público Federal] fizeram com esse ato de hoje é que, a partir da próxima semana, CUT [Central Única dos Trabalhadores], PT, [Movimento dos Trabalhadores Rurais] Sem-terras, PC do B, me convidem, que eu vou andar esse país”, disse.

 

24ª fase da Lava Jato começa com mandado contra Lula da Silva que foi detido pelas autoridades 6

Lula voltou a insistir na sua discordância com o mandado de condução coercitiva ao dizer que o comportamento dos investigadores é “muito grave”, porque sempre esteve disponível para cooperar com as autoridades. O ex-presidente acredita que “ser amigo de Lula é uma coisa criminosa hoje no Brasil” e que a elite “não se conforma” que ele tenha sido presidente do país. “Eu e meus companheiros me levaram a ser presidente desse país, e fui melhor que todos eles [os outros presidentes], que todos cientistas políticos, fazendeiros, advogados”, afirmou, citado pela Folha de São Paulo.

 

 

Para Lula, “há uma tentativa de criminalizar o PT” com o objetivo de “cercear a liberdade de Dilma Rousseff” para governar o Brasil. “Se tem alguém neste país que precisa de autonomia é a presidente da República. Ninguém quer que essa mulher governe este país. Desde 26 de outubro de 2014, eles não estão permitindo que a Dilma governe”, defendeu.

 

 

O ex-presidente foi detido esta manhã para depor, ao abrigo de um mandado de “condução coercitiva” [que é emitido quando a pessoas que está ser investigada é obrigada a depor] assinado pelo juiz federal Sérgio Moro. A polícia tinha ainda em sua posse um outro mandado de busca e apreensão para a sua casa, a sede do Instituto Lula e outros locais ligados ao petista. As autoridades investigam  suspeitas de que ele tenha cometido crimes de corrupção e lavagem de dinheiro provenientes de desvios da Petrobrás.

 

 

 

Dilma diz-se “inconformada” com “desnecessária condução coercitiva” de Lula da Silva

 

A Presidente do Brasil, Dilma Rousseff, demonstrou o seu “mais absoluto inconformismo” com a “desnecessária condução coercitiva”, que levou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a prestar depoimentos na sequência da 24º etapa da Operação Lava Jato.

 

24ª fase da Lava Jato começa com mandado contra Lula da Silva que foi detido pelas autoridades 7

O respeito aos direitos individuais passa, nas investigações, pela adoção de medidas proporcionais que jamais impliquem em providências mais fortes, ou seja, mais gravosas do que aquelas necessárias para o esclarecimento dos factos”, afirmou num pronunciamento realizado à imprensa no Palácio do Planalto, em Brasília.

 

 

Dilma também mostrou a sua “indignação” com a os termos da “hipotética delação premiada” do senador Delcídio do Amaral, medida utilizada pela Justiça brasileira para diminuir a pena de um réu em troca de informações privilegiadas que possam ajudar uma investigação, no caso referente à Operação Lava Jato.

 

 

De acordo com o depoimento de Delcídio, citado pela revista “IstoÉ”, a presidente do Brasil nomeou um ministro do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) do país para beneficiar empresários denunciados na investigação.

 

 

Do ponto de vista institucional, não teria nenhuma razão a pedir com um senador para conversar com um juiz. Não é o senador que participa dos processos de nomeação dos ministros do STJ e nem do Supremo [Tribunal Federal]. É importante destacar que nomeei 16 ministros do STJ e 5 do Supremo. (…) É absolutamente subjetiva e insidiosa a fala do senador, se ela foi feita”, explicou.

 

 

Outra informação mencionada no depoimento de Delcídio segundo a revista “IstoÉ” foi a alegada interferência de Dilma Rousseff nos processos da Operação Lava Jato em reunião com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, ocorrida no Porto no ano passado. “Em nota, o presidente da Suprema Corte desmentiu essa absurda versão. O objectivo dessa reunião foi a discussão de um projeto de lei que tratava do reajuste dos servidores do Poder Judiciário”, justificou.

 

 

Dilma ainda criticou a fuga de informações sobre o alegado depoimento de Delcídio e afirma que a ação foi realizada por “desejo de vingança”.

 

 

Acredito ser lamentável que ocorra ilegalmente o vazamento de uma hipotética delação premiada, que, se chegou a ser feita, teve como motivo único a tentativa de atingir a minha pessoa e o meu governo. Provavelmente pelo desejo de vingança, pelo imoral e mesquinho desejo de vingança e de retaliação de quem não defendeu quem não poderia ser defendido pelos actos que praticou”, assegurou.

 

 

É de salientar, no entanto, que a delação premiada de Delcídio não foi homologada pela Procuradoria-Geral da República, porque algumas informações prestadas ainda estão sob investigação. O depoimento do senador, réu da Operação Lava Jato, só terá validade caso seja homologado.

 

 

Lula da Silva e Dilma Rousseff alegadamente beneficiaram da corrupção na Petrobras, diz procurador

O procurador do Ministério Público Federal do Brasil, Carlos Fernando dos Santos Lima, disse que tanto o ex-presidente como a atual governante podem estar vinculados com o esquema da Lava Jato.

24ª fase da Lava Jato começa com mandado contra Lula da Silva que foi detido pelas autoridades 8

O procurador do Ministério Público Federal do Brasil Carlos Fernando dos Santos Lima disse que tanto o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva como a atual chefe de Estado, Dilma Rousseff, beneficiaram dos esquemas de corrupção na Petrobras.

 

 

Falando sobre as investigações contra Lula da Silva, detido hoje para depor, no âmbito da 24.ª fase da operação Lava Lato, que investiga um alegado esquema de corrupção que envolve empresas privadas e públicas, incluindo a Petrolífera Petrobras, o procurador citou vantagens supostamente obtidas pela Presidente em exercício.

 

 

“Como já foi dito pelo Procurador-Geral da República, este esquema de corrupção na Petrobras é um esquema de compra de apoio político partidário. É neste sentido que existe a vinculação da Presidente Dilma porque ela é a chefe de Estado”, disse.

 

 

Santos Lima fez questão de dizer, porém, que Dilma não é investigada na Operação Lava Jato.

 

 

“Não investigamos ninguém com foro privilegiado em Curitiba. Se aparecer qualquer indício da participação de algum envolvido que tenha foro privilegiado nós remeteremos a informação para Brasília”, declarou.

 

 

Mesmo que o seu nome não seja vinculado como participante ativa do escândalo, a credibilidade pessoal da Presidente brasileira deve ser abalada pelo caso porque Lula da Silva, que é seu padrinho político, passou a figurar entre os suspeitos de obter vantagens no esquema de corrupção da Petrobrás.

 

 

Petrobras sobe 18% em bolsa e real valoriza depois das buscas a casa de Lula

 

 

As ações da Petrobras abriram a subir 18% na bolsa de São Paulo, num dia que está a ser marcado pela divulgação de bons indicadores económicos e pelas buscas a casa do antigo Presidente brasileiro ‘Lula’ da Silva, que foi levado pelas autoridades para depor.

 

24ª fase da Lava Jato começa com mandado contra Lula da Silva que foi detido pelas autoridades 9

De acordo com a agência financeira Bloomberg, o Ibovespa abriu a subir mais de 6% e a moeda brasileira estava a valorizar-se quase 3% no dia que começou com as imagens da detenção do antigo Presidente da República ‘Lula’ da Silva.

 

Partidos da oposição brasileira reforçam pedido de renúncia de Dilma Rousseff do cargo de Presidente

 

 

Vários partidos da oposição brasileira voltaram a pedir a renúncia de Dilma Rousseff, na sequência da divulgação de uma denúncia que a compromete na Operação Lava Jato.

 

24ª fase da Lava Jato começa com mandado contra Lula da Silva que foi detido pelas autoridades 10

Vários partidos da oposição brasileira voltaram, esta quinta-feira, a pedir a renúncia de Dilma Rousseff do cargo de Presidente, na sequência da divulgação de uma delação que a compromete no âmbito do Operação Lava Jato.

 

 

O senador Delcídio do Amaral, do Partido dos Trabalhadores (PT), numa delação premiada [prestação de informações em troca de possível redução de pena] citada pela revista IstoÉ, disse que a chefe de Estado brasileira interferiu por três vezes na investigação ao caso Lava Jato com a ajuda do ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e usou a sua influência para evitar a punição de empreiteiros.

 

 

O senador referiu ainda que Dilma lhe pediu para tentar garantir que os empresários Marcelo Odebrecht e Otávio Marques de Azevedo, presos no âmbito da Operação Lava Jato, fossem libertados.

 

 

Nesta delação, o mesmo dirigente do PT também fez declarações que comprometem o ex-Presidente, Lula da Silva, dizendo que mandou comprar o silêncio de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras, e de outras testemunhas e pediu-lhe para evitar a convocação de pessoas para depor.

 

24ª fase da Lava Jato começa com mandado contra Lula da Silva que foi detido pelas autoridades 11

Para o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e para os Democratas (DEM), já não se pode negar que a Presidente e o seu antecessor sabiam do esquema de corrupção na Petrobras.

 

 

“Chega, Presidente Dilma. Não dá mais. A senhora tem de ir à população esclarecer os fatos e dar uma chance ao povo brasileiro de recuperar a sua esperança”, afirmou o deputado Betinho Gomes, em nome do PSDB, na tribuna do plenário.

 

 

O deputado pediu à Presidente para ter “humildade de dizer que não há condições de ficar à frente do país”. O deputado Pauderney Avelino, líder do DEM, considerou que a delação de Delcídio “coloca mais uma vez a crise e a Lava-Jato no colo da Presidente Dilma e abraça Lula definitivamente”.

 

 

“A cúpula do PT transformou-se numa organização criminosa contra o Brasil”, acusou, defendendo que “a Presidente tem que pedir a renúncia”.

 

 

Já o vice-líder do governo, deputado Silvio Costa, do Partido Trabalhista do Brasil (PTdoB), defendeu a inocência de Dilma e pediu um tratamento igual da oposição relativamente às denúncias de recebimento de subornos envolvendo o presidente do PSDB, o senador Aécio Neves.

 

 

O deputado Waldih Damous, uma espécie de assessor jurídico do PT, referiu que o senador Delcídio desmentiu a notícia de delação.

 

 

Dilma foi a casa de Lula oferecer solidariedade

 

 

O ex-Presidente pediu aos apoiantes para saírem em defesa do Partido dos Trabalhadores. “Se eles me querem vencer, têm que me enfrentar nas ruas deste país”, disse.

A Presidente brasileira, Dilma Rousseff, foi neste sábado a casa de Lula da Silva para lhe prestar solidariedade, depois de o ex-chefe de Estado ter sido levado para prestar depoimento pela polícia federal, no âmbito da investigação à rede de corrupção na Petrobras.

 

24ª fase da Lava Jato começa com mandado contra Lula da Silva que foi detido pelas autoridades 12

Dilma esteve no apartamento de Lula em São Bernardo do Campo (estado de São Paulo) uma hora, durante a qual os dois surgiram numa varanda para acenar às cerca de 250 pessoas — segundo o jornal O Globo — que ali se juntaram em apoio do ex-Presidente. Na véspera, Rousseff tinha criticado a forma como Lula fora levado pela polícia, considerando que fora “desnecessário”, pois o líder histórico do Partido dos Trabalhadores (PT) já teria comparecido várias vezes de forma voluntária para prestar esclarecimentos.

 

 

Dilma Rousseff e Lula da Silva foram acusados por Delcídio Amaral — que era o representante do Governo no Senado e no Congresso e que fez um acordo com a polícia — de interferência na Lava Jato, a operação do Ministério Público e da Polícia Federal que expôs o esquema na petrolífera estatal. A Presidente denunciou a fuga de informação que fez chegar as declarações de Amaral à imprensa e disse que este agira por “vingança”.

 

 

Depois de Lula ter sido ouvido, o Ministério Público divulgou que Lula foi “um dos principais beneficiários” da corrupção na Petrobras. O ex-Presidente contra-atacou, pedindo aos seus apoiantes para saírem à rua em sua defesa e do PT. “Se eles querem vencer, têm que me enfrentar nas ruas deste país”, disse Lula, que na sexta-feira à noite saiu do apartamento em São Bernardo para falar com os apoiantes. “Eu sobrevivi à fome, e quem sobrevive à fome nunca é derrotado”, disse, citado pela AFP.

 

 

Já neste sábado, pelas nove horas, a polícia fechou uma das vias da avenida onde Lula mora, preparando o local para a manifestação de apoio. Foi pendurada uma faixa a dizer “Lula o mais honesto e honrado deste país” e os manifestantes cantaram “Lula, guerreiro do povo brasileiro” e “Lula meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo”. Quando Dilma chegou, relata O Globo, gritaram ainda que não iriam permitir “o golpe”.

 

 

Empresa diz ter pago ilicitamente despesas da campanha da PR Dilma Rousseff

 

 

A multinacional brasileira Andrade Gutierrez disse ter pago ilicitamente despesas com fornecedores da campanha eleitoral da Presidente Dilma Rousseff, de acordo com um acórdão citado hoje pelo jornal Folha de São Paulo.

 

24ª fase da Lava Jato começa com mandado contra Lula da Silva que foi detido pelas autoridades 13

A revelação foi feita no acordo para a delação premiada de 11 executivos da empresa e o pagamento terá ocorrido através de um contrato fictício de prestação de serviços e a pedido direto de um dos coordenadores da campanha do Partido dos Trabalhadores (PT), a formação política de Dilma Rousseff.

 

 

O fornecedor conhecido até aqui, segundo pessoas que tiveram acesso aos detalhes do acordo e citadas pelo diário brasileiro, é a agência de comunicação Pepper, que trabalhou para Dilma em 2010.

 

 

Esta é a primeira citação direta de irregularidades apuradas no âmbito da Operação Lava Jato que envolve a campanha eleitoral da Presidente brasileira.

 

 

Para efeitos contabilísticos, a empresa terá feito um contrato fictício com a Pepper, sendo o valor envolvido de 5 milhões de reais (1,147 milhões de euros), avança o diário.

 

 

Nesse ano, a empresa fez três doações oficiais para o comité financeiro da campanha de Dilma Rousseff, entre agosto e outubro, que totalizam 5,1 milhões (1,170 milhões de euros).

 

 

Já a campanha da atual Presidente declarou gastos de 6,4 milhões de reais (1,468 milhões de euros) com a agência Pepper.

 

 

Tratando-se da campanha de 2010, segundo o jornal, se o crime for provado, não haverá implicações diretas na Justiça Eleitoral, como perda do mandato, porque o governo terminou funções em 2014.

 

 

Vários elementos da oposição têm reiterado pedidos de renúncia da Presidente e recentemente decidiram-se aliar-se a movimentos anti-Dilma nos protestos de rua agendados para dia 13 de março.

 

 

The Portugal Times com: Carla ModenaSão Paulo, SP/AFP/Lusa/TPT/Nelson Almeida/AFP/Milton Cappelletti/OBS/ Fernando Bizerra Jr./EPA/

6 de Março de 2016

 

 

 

 

 

 

 

Trump ganha na maioria dos estados mas continua com Ted Cruz à perna

Senador pelo Texas ganhou no seu estado e roubou Oklahoma ao líder da corrida, que saiu vitorioso em sete dos estados a votos esta terça-feira. Marco Rubio só ganhou em Virginia, com novas sondagens a preverem a sua vitória no estado-natal da Florida a 15 de março. Trump promete ir atrás de “uma só pessoa quando tudo terminar”: Hillary Clinton, pois claro.

 

 

Começa a ser impossível contornar as evidências de que Donald Trump não vai a lado nenhum e que, contra os desejos de muitos dentro do Partido Republicano e de todos os democratas, veio para ficar.

 

 

Nesta Superterça-feira, madrugada de quarta em Portugal, o magnata terá garantido vitórias em sete dos 12 estados a irem a votos em primárias e caucuses. De acordo com as contagens de votos, Trump venceu em Georgia, Alabama, Tennessee, Massachusetts, Arkansas, Virginia e no Vermont, com os resultados do caucus republicano do Alaska ainda por definir.

 

 

Ted Cruz, o único dos seus quatro rivais na corrida que já lhe conseguiu roubar um primeiro lugar (no Iowa, o primeiro estado a ir a votos, a 1 de fevereiro), saiu vitorioso no Texas, o estado que representa no Senado, e em Oklahoma — duas importantes derrotas para Trump, algo inesperadas e que representam um dilema para os republicanos.

 

 

“Esta noite foi outro ponto decisivo e os eleitores falaram”, declarou Cruz ao confirmar as suas duas vitórias face às sete de Trump na corrida pela nomeação do partido. “Amanhã de manhã [esta quarta-feira] temos uma escolha. Enquanto o campo continuar dividido, o caminho de Donald Trump para a nomeação [republicana] vai permanecer dividido. E isso seria um desastre para os republicanos, para os conservadores e para a nação”, sublinhou o senador pelo Texas, pedindo aos restantes rivais — Marco Rubio, John Kasich e Ben Carson — que desistam da corrida e o apoiem para fazer subir as hipóteses de derrotar Trump.

 

 

Apesar de Rubio apenas ter saído vitorioso no Minnesotta, o facto de a maioria dos estados distribuir o número de delegados eleitorais pelos candidatos mais votados, em vez de os concentrar em apenas um, dá-lhe algumas garantias — tal como a Cruz — de virem a sair-se melhor nas próximas fases. Ainda assim, o desafio tornou-se mais complicado depois da série de vitórias do grande rival.

 

 

Neste momento, sondagens apontam que Rubio vai ganhar no próximo dia 15 de março na Florida, estado pelo qual é senador, um dos poucos de entre os 50 estados norte-americanos que atribui a totalidade dos delegados em jogo ao candidato que fica em primeiro lugar na votação. É nisso que os republicanos estão concentrados agora para não perderem o seu “candidato do sistema”, o único que veem como capaz de derrotar Trump e até Cruz.

 

 

Porém, é possível que nem isso seja suficiente para evitar o que Cruz pediu, que é a concentração de votos e apoios no senador do Texas como uma das únicas formas de garantir que Trump não consegue a nomeação republicana para disputar a Casa Branca com o rival democrata. Para obter a nomeação do Partido Republicano, um candidato precisa de um mínimo de 1237 delegados eleitorais que o representam no encontro nacional marcado para julho. Neste momento, Donald Trump tem 274 delegados, após somar 192 na Superterça-feira, contra um total de 149 já garantidos por Cruz e 82 por Rubio.

 

 

“Assim que tudo [primárias, caucuses e a convenção nacional republicana] terminar, irei atrás de uma pessoa e essa pessoa é Hillary Clinton”, prometeu Trump, após dar os parabéns ao rival Cruz e de voltar a gozar com o “peso pluma” que é Rubio num discurso na Florida — onde já está a apostar todas as fichas embora haja ainda dez estados a votarem em primárias e caucuses republicanos antes desse (os jornalistas não puderam deixar de notar na cara de nojo de Chris Christie durante esse discurso, dias depois de decalarar o seu apoio formal so candidato).

 

 

A julgar pelas mais recentes sondagens, contudo, poderá não ser bem assim como declarou em tom vitorioso: neste momento, inquéritos de opinião continuam a mostrar que Trump será derrotado em novembro por qualquer um dos dois candidatos democratas que vença a nomeação, seja Hillary Clinton ou Bernie Sanders.

 

 

CNN/AFP/TPT/Reuters/Joana Azevedo Viana/Expresso/ 2 de Março de 2016

 

 

 

 

Universidade do Texas (EUA) autoriza armas de fogo nas salas de aula

A partir do próximo ano letivo, os estudantes da Universidade do Texas (UT) vão poder levar armas para as salas de aula, a par com os cadernos ou computadores, anunciou, esta quarta-feira, o presidente da instituição de ensino.

 

 

A norma será aplicada apesar da oposição do reitor e do presidente da universidade e da maior parte da comunidade universitária.

 

 

“Eu não acho que as armas pertençam à Universidade. Tomar esta decisão foi o maior desafio da minha vida”, afirmou o presidente da UT, Greg Fenves, que esclareceu que a medida não vai aplicar-se nas residências estudantis, eventos desportivos nem nos laboratórios.

 

 

A norma foi aprovada há uns meses nas duas câmaras do parlamento do Texas, controladas pelos republicanos, no âmbito de um pacote de medidas que também contempla, por exemplo, o livre porte de armas na via pública.

 

 

A Universidade do Texas, com 50 mil alunos, uma das maiores e mais prestigiadas dos Estados Unidos, está obrigada a implementar a norma em causa, enquanto as instituições de ensino privadas podem decidir se a aplicam, tendo a maioria optado por não a adotar.

 

 

À medida também se opõe o reitor da Universidade do Texas, William McRaven, antigo militar que comandou a operação das forças especiais norte-americanas em que o líder da Al-Qaeda Osama Bin Laden foi morto.

 

 

“As armas não têm lugar numa instituição de ensino superior, cuja missão educativa e de investigação se baseia no debate e na liberdade de expressão”, assinalou.

 

 

Steven Weinberg, o único laureado com o prémio Nobel que a Universidade do Texas tem nos seus quadros (Física, 1979), já afirmou que vai proibir a entrada nas suas aulas de estudantes armados, em nome da sua própria segurança e dos restantes alunos.

Com Steven Weinberg estão centenas de professores e milhares de alunos.

 

 

Os partidários da norma, externos à comunidade universitária, argumentam, por seu lado, que a medida pode salvar vidas, já que um estudante armado pode prevenir um tiroteio.

 

 

Ironicamente, a nova medida entrará em vigor no 50.º aniversário do dia mais triste da história da Universidade: um massacre protagonizado por um estudante que resultou em 30 mortos e em três dezenas de feridos, a 01 de agosto de 1966, no `campus` de Austin.

 

 

CNN/TPT/29 de Fevereiro de 2016