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PSD e PS mantêm distribuição de deputados da emigração

 

De Fora de Portugal, nada de novo. Na reta final da contagem dos votos da emigração, tudo indica que o PSD elegeu três deputados e o PS, apenas um. Assim, a nova Assembleia da República há de iniciar os seus trabalhos com os mesmos deputados eleitos, em 2011, pelos círculos dos residentes no estrangeiro: Carlos Alberto Gonçalves (PSD) e Paulo Pisco (PS) pela Europa; José Cesário e Carlos Páscoa Gonçalves (ambos do PSD), pelo círculo Fora da Europa.

 

 

O The Portugal Times sabe que, mantendo-se inalterado a distribuição do número de eleitos pelo velho continente, a coligação Portugal à Frente (PSD/CDS-PP) conseguiu ultrapassou o PS em número de votos, o que não acontecia desde as legislativas de 1991.

 

 

Este é o resultado (ainda provisório) da contagem dos votos da emigração que decorre, desde esta manhã, em Lisboa. Dos trabalhos, ainda por concluir, destaca-se ainda o aumento do número de inscritos em ambos os círculos: 3 200 na Europa e 44 207 Fora da Europa. Mas, também a quebra dos votantes na Europa, onde se registaram menos 4 mil votos do que em 2011. Com o número de inscritos a crescer e de votantes a cair, conclui-se que não é só em território nacional que a abstenção cresce. Lá fora, ela cresce ainda mais, atingindo, segundo o Público, os 88,5%.

 

 

Tendo em conta o apuramento dos votos da emigração, as eleições de 4 de outubro fizeram eleger 89 deputados do PSD, 86 do PS, 19 do Bloco de Esquerda, 18 do CDS, 17 da CDU e um do PAN.

 

 

De acordo com a agência Lusa, o “Nós Cidadãos” já “apresentou uma queixa à Comissão Nacional de Eleições (CNE), relativa às “irregularidades gravíssimas que têm marcado a votação nos círculos eleitorais da Europa e de Fora da Europa”” e admite mesmo impugnar a eleição pelo círculo Fora da Europa. A ocorrer, esta impugnação atrasará a publicação dos resultados em Diário da República (que ocorre num prazo de três dias depois do apuramento dos votos) e, por consequência, o início dos trabalhos da nova Assembleia da República.

 

 

Visão/Lusa/TPT/14 de Outubro de 2015

 

 

 

 

 

 

Hipótese de um governo de esquerda em Portugal alastra-se. O Euro e a Nato são para ficar

Aumento do salário mínimo, fim dos falsos recibos verdes, corte nas taxas moderadoras, redução das propinas, fim da municipalização do ensino e um ponto final no regime de requalificação da função pública. A renegociação da dívida, a saída do Euro e da NATO não entram na equação – no limite, podem esperar. Com tanta coisa em jogo, o que espera a esquerda do possível acordo entre PS, Bloco de Esquerda e PCP? Duas coisas logo à cabeça: a reversão das políticas de austeridade e do Governo de Passos e Portas.

 

 

Até entre os mais duros dos sindicalistas, de Arménio Carlos (CGTP) aMário Nogueira (Fenprof), reina o optimismo face à possibilidade de um Governo à esquerda. Não são as bandeiras da renegociação da dívida, da saída do euro ou da saída da NATO que vão impedir uma convergência entre a “nova maioria” no Parlamento. Segundo o histórico dirigente do sindicato dos professores, é uma questão de “traçar prioridades” – o resto vai lá pelo diálogo ou, “como se costuma dizer, o caminho faz-se caminhando“. E a prioridade é, diz, “travar as políticas de direita” e “virar a página”.

 

 

É essa a cola que une PS, BE e PCP: contrariar os caminhos que estavam a ser seguidos, contrariar a destruição do estado social. Sobre as questões de fundo, é preciso diálogo”, diz.

 

 

Para Mário Nogueira, agora é o tempo de “travar o caminho que estava a ser seguido”, nomeadamente no que diz respeito às políticas da educação, como é o caso da municipalização do ensino, darequalificação de professores ou da defesa da escola pública. E depois “é ir passo a passo”.

 

 

Sabemos que pelo menos somos todos contra a municipalização do ensino, por isso o importante é que há coisas que se podem travar já, suspender, depois o caminho a seguir faz-se através do diálogo, passo a passo” (Mário Nogueira).

 

 

Arménio Carlos alarga o horizonte das prioridades, aquelas de que o PCP não vai (acredita) abdicar nas negociações com os socialistas: “Melhor distribuição da riqueza – através de mudanças na política fiscalaumento dos salários –combate à precariedade e pobreza,defesa dos serviços públicosfim das privatizações econcessõesproteção do SNS, da Escola Pública e da Segurança Social pública“. “Apenas estas”, diz, excluindo por isso outras questões de fundo que afastariam a esquerda mais à esquerda dos socialistas. Mesmo assim, o caderno de encargos é grande – ainda que suficientemente genérico para evitar conflitos nos detalhes.

 

 

À procura do que é comum

 

Quando muitos consideram que socialistas, bloquistas e comunistas jamais se vão conseguir entender porque divergem em matérias que seriam, à partida, fundamentais, Rui Tavares, fundador do Livre, desvaloriza: a saída de Portugal do Euro ou da NATO não vão ser os grãos de areia na engrenagem de um eventual acordo entre PS, Bloco de Esquerda e PCP, como muitos sentenciam. “Não faz sentido agitar esse fantasma“, até porque Catarina Martins e Jerónimo de Sousa sabem “qual é o peso que cada medida tem no seu eleitorado, diz ao Observador. A saída da NATO e da UE são questões minoritárias na sociedade portuguesa”, explica o fundador do Livre.

 

 

Além disso, continua o historiador, Catarina Martins e Jerónimo de Sousa, “como democratas que são”, reconhecem o peso relativo que ocupam numa eventual negociação com PS e vão ser capazes de estabelecer prioridades.

 

 

A coordenadora do BE parece já ter dado um passo nesse sentido ao ter deixado caído a bandeira da reestruturação da dívida. Ora, o Livre/Tempo de Avançar de Rui Tavares e Ana Drago disse sempre que esse era um objetivo de que não abdicaria, mesmo num quadro de uma eventual coligação com o PS. Ao Observador, o historiador defende que a reestruturação da dívida pública portuguesa “é uma bandeira que não deve ser abandonada”, mas espera que um futuro governo à esquerda seja capaz de travar essa batalha num “quadro multilateral”.

 

 

À saída do Palácio de Belém, depois da reunião com Cavaco Silva, António Costa deu a fórmula para a “plataforma comum”: agora é altura de fazer um “programa de Governo comum”, para quatro anos. Os programas dos partidos, disse, são outra coisa – “cada um tem o seu programa, a sua autonomia”. As linhas vermelhas ficaram no congelador?

 

 

Uma parte das linhas vermelhas parece já ter sido franqueada”, nomeadamente, e à cabeça, a revisão “das regras do Tratado Orçamental” – algo de que o Bloco, por exemplo, parecia não querer abrir mão, lembra Rui Tavares.

 

 

O fundador do Livre prefere, por isso, falar em que pontos é que os três partidos parecem convergir: por exemplo, em relação “ao aumento salário mínimo, à erradicação dos falsos recibos verdes, àredução das propinas e ao fim das taxas moderadoras”. São quatro pilares que ajudarão a dar força a uma “solução estável” e duradoura. Uma solução que prove que a esquerda é capaz, não só de governar, mas “de governar melhor do que a direita”, sem os “fantasmas da intransigência”. Dado curioso: no final de cada reunião com as esquerdas, foi essa a expressão preferida de Costa: as matérias onde há “convergência”.

 

 

Também para o ex-dirigente comunista Carlos Brito, o homem que saiu do PCP para lutar de outra forma, as medidas prioritárias passa por aqui: acabar com a política de austeridade (o que inclui a reposição dos salários da função pública, como o fim dos cortes das pensões), mais o reforço do Serviço Nacional de Saúde e da escola pública e a sustentabilidade da Segurança Social. Uma lista semelhante à de Henrique Sousa, ex-dirigente do PCP e membro da comissão organizadora do Congresso Democrático das Alternativas: atualização do salário mínimo, restabelecimento de direitos dos reformados, condições para a criação de emprego, reforço do Estado social.

 

 

O problema chama-se Tratado Orçamental. Traduzindo: a conta

 

A fatura, essa, ainda não é clara. E menos clara ainda quando é preciso fazer contas a um orçamento – e, claro, a Bruxelas, que continuará a acompanhar Portugal nos próximos anos – bem de perto. Era daí, aliás, que vinham as reivindicações do Bloco e PCP para que se abrisse uma renegociação da dívida – para aliviar o fardo e encontrar dinheiro no Orçamento para repor as políticas sociais.

 

 

“A maior dificuldade seria a questão da dívida, que tem que ser regulada e para a qual deve ser procurada uma resposta com outros países com uma situação semelhante como a Grécia, a Espanha, a Itália. Não há outra saída que não seja a renegociação“, afirma ao Observador Carlos Brito que era, no 25 de abril, responsável pelo PCP-Lisboa. Foi depois líder parlamentar, candidato à Presidência da República, em 1988, e diretor do jornal Avante! entre 1992 e 1998. Em 2002, foi suspenso por dez meses por discordar da orientação oficial do PCP, numa altura em que a corrente de militantes que defendiam a renovação do PCP teve expressão. Terminado o prazo da suspensão, o dirigente histórico optou, em 2003, pela auto suspensão.

 

 

É, portanto, aí que o otimismo unânime entre atores políticos da esquerda é mais travado. Daniel Oliveira, ex-bloquista que esteve ligado ao movimento Livre/Tempo de Avançar, acredita que a possibilidade de um acordo PS/PCP/BE é real – mas admite que a ‘única’ questão que aparece no caminho como o desafio prioritário para a esquerda é – precisamente o cumprimento do Tratado Orçamental – um desafio que, diz, vale tanto para a esquerda mais à esquerda como para os socialistas do centro-esquerda. Claro está, a “única” questão é a mais difícil de resolver – e aquela onde levam muitas outras.

 

 

Para já, o caminho faz-se caminhando. E a hora, diz Daniel Oliveira, é para negociar passando por cima das diferenças. E essas diferenças não impedem as negociações? Na opinião do líder da Fenprof, não. Nem as bandeiras mais firmes dos três partidos têm de cair, podem apenas ficar guardadas.

 

 

Não acho que tenha de haver bandeiras a cair, só não podem é cair princípios. E isso só obriga a redefinir prioridades”, diz ao Observador Mário Nogueira. Mesmo a dívida “é uma questão que vai acabar por se colocar por si só. Cada coisa a seu tempo”.

 

 

Também o líder da CGTP, Arménio Carlos, acredita que “independentemente das diferenças” entre os três partidos à esquerda “é possível assumir um compromisso de futuro para pôr termo à política de austeridade”. É esse o grande motor que une as esquerdas. Ao Observador, Arménio Carlos admite que se os três partidos partirem para a discussão a olhar para os seus respetivos programas então “não há saída”. Mas, diz o sindicalista, podendo identificar as matérias convergentes que ponham fim à austeridade que que ponham a “economia ao serviço das pessoas”, então sim, “vale a pena tentar” uma união das esquerdas.

 

 

José Sá Fernandes, o homem que foi eleito pelo Bloco mas acabou por sair em rutura (e ficar na equipa de Costa na Câmara), mantém a fé acesa: diz que o acordo entre PS, BE e PCP não só é possível como, aparentemente, não muito difícil. Primeiro, porque bloquistas e comunistas nunca disseram “propriamente que queriam sair da Europa”. E, depois, continua o vereador, porque BE e PCP parecem ter cedido no único dossier que podia condenar o acordo logo à partida: a vontade de “estar na Europa”, “sem prejudicar aquilo que está assinado”, ou seja, sem desrespeitar o Tratado Orçamental e mas sem pôr em causa as regras europeias.

 

 

Prestes a fazer história? “Tantos anos à espera disto”

 

À esquerda, há regojizo e satisfação com algo que muitos defendiam e que até há pouco tempo parecia impossível. “Há muitos anos que sou um defensor da convergência dos partidos de esquerda. Estou a acompanhar as negociações com o maior interesse e estou curiosíssimo“, afirma Carlos Brito. “Não tenho ilusões que as dificuldades serão muito grandes”, disse, referindo-se a pressões externas e também a divisões dentro dos partidos de esquerda. “As maiores dificuldades não virão das questões programáticas mas dessas pressões internacionais”. “Mas há que procurar dar uma resposta coerente e audaciosa perante esta oportunidade”, insiste.

 

 

Brito nota que, pela primeira vez, o secretário-geral do PCP fez uma campanha a defender claramente a convergência dos partidos de esquerda e que assumiria responsabilidades governativas. “Ele insistiu muito nessa ideia”, sublinha, considerando que isso sucedeu depois do repto de Catarina Martins, desafiando Costa para o diálogo depois de dia 5. “É toda uma situação nova que tem que ser negociada e que põe fim à comodidade de uma certa situação de facto”.

 

 

O ex-líder parlamentar assinala que a declaração de Jerónimo depois do encontro com Costa estava preparada (leu um papel e não falou de improviso), o que prova que toda a estratégia foi concertada em Comissão Política. De qualquer forma, Brito espera que o acordo venha a revestir-se da forma de acordo de incidência parlamentar e não coligação de Governo, embora esta fosse uma “solução mais robusta”.

 

 

Em junho, quando passaram dez anos da morte de Álvaro Cunhal, Carlos Brito tinha dado uma entrevista à Lusa em que criticava a falta de audácia do PCP ao descartar um entendimento com o PS, acusando os comunistas de não dialogarem com os socialistas por terem “medo de serem levados” no processo. Na altura, Brito foi muito criticado pela linha oficial do PCP. O ex-dirigente Vítor Dias veio dizer que o ex-camarada tem “um final de carreira política que mete dó” e acusou-o de “deturpar indecentemente” afirmações de Jerónimo de Sousa.

 

 

O congresso das esquerdas em 2012 também “contribuiu ao seu modo para criar condições para esbater muros e possibilitar o diálogo”, frisa Henrique Sousa, considerando que a crise que vivemos “é uma situação de exceção que apela de forma mais profunda à responsabilidade de todas as forças”. “Foram quatro anos de austeridade violenta“.

 

 

Este “desbloqueio” da esquerda é “uma excelente notícia. Esperei tantos anos por isto”, confessa Rui Tavares, que acabou por tocar (quase) sozinho numa orquestra – a esquerda à esquerda do PS – que sempre preferiu desafinar do que alinhar com os socialistas. O historiador rompeu com o Bloco de Francisco Louçã – tinha sido eleito eurodeputado como independente pelo Bloco de Esquerda, fundou um partido e desenhou uma coligação com Ana Drago e Daniel Oliveira para se afirmar como uma esquerda que, sendo esquerda, queria governar. Não conseguiu entrar no Parlamento, mas está contente porque um eventual acordo entre PS, BE e PCP “pode mudar muito o rosto da esquerda em Portugal”.

 

 

Ao Observador, o historiador diz que encara com “normalidade” esta solução e explica porquê: anormal era que “parte do hemiciclo estivesse excluído das negociações”, como aconteceu até agora.

 

 

A pergunta chave: o que sobrará do PCP e BE?

 

Até onde PCP e BE estão dispostos a ceder para capitalizar a nova maioria é a pergunta para um milhão de euros. Mas é aí que Daniel Oliveira diz que reside a “grande revolução” que pode mesmo vir a mudar para sempre o “sistema político-partidário português”: a capacidade de os partidos, mesmo os tradicionalmente mais estáticos, se adaptarem. “Os partidos por natureza, se querem intervir na realidade, adaptam-se, essa é a grande revolução e é isso que vai provar que o PCP e o BE ganharam relevância política”, diz.

 

 

Uma coisa é certa: sempre foi um dado adquirido pensar que só a direita é que se entendia, e que a esquerda era inconciliável. Daí que se possa estar prestes a “fazer história”, como nota Daniel Oliveira. Mário Nogueira também olha para isso com “agradável surpresa“. O facto de haver a possibilidade de PCP e BE terem responsabilidades governativas é “um avanço da esquerda”, diz, sublinhando que há um facto político das eleições que tem de ser tido em conta: “todo o eleitorado que votou à esquerda da PàF votou contra a PàF”, e essa é a base de entendimento, diz.

 

 

Se à esquerda nunca fosse possível haver convergência o eleitorado tradicional dos comunistas e dos bloquistas podia pensar ‘então porque é que hei-de votar neles’? O que há-de pensar o eleitorado destes partidos se ao fim de 40 anos não quiserem ser governo?”, questiona o líder da Fenprof, destacando que é “normal” durante a campanha haver um realce mais marcado das diferenças entre as esquerdas, mas que depois disso, há um bem maior que se sobrepõe às divergências: “derrubar a direita”.

 

 

E se, como lembra Mário Nogueira, na anterior legislatura se notava no Parlamento que a oposição tinha mais pontos de entendimento entre si do que com a maioria, e se essa maioria agora deixou de ter maioria, porque não juntar a nova maioria que se formou em oposição às políticas da primeira? Daniel Oliveira concretiza: “Não há alianças positivas que não comecem por uma maioria negativa. Só passa a ser positiva a partir do momento em que se entenderem sobre matérias especificas – e é esse trabalho que estão a fazer”, diz.

 

 

As teses do PCP? A moção do BE? Tudo na gaveta?

 

Catarina Martins e Jerónimo de Sousa já deram provas de que estão dispostos a apoiar um Governo socialista, mesmo que isso signifique que vão ter de deixar cair algumas das bandeiras que defendem. E há três que, a verificar-se este entendimento, vão mesmo ter de cair: a saída de Portugal da NATO, que ambos defendem, a saída do Euro, hipótese que o PCP admite estudar, e o fim do Tratado Orçamental, que o BE elege como prioridade.

 

 

Na Moção Unitária em Construção aprovada pelo Bloco na IX Convenção Nacional, em 2014, Catarina Martins e companhia deixam claro que “contra a austeridade, a esquerda deve assumir todas as possíveis consequências do confronto com as instituições da UE. Este caminho alternativo pode resultar num rompimento com a união monetária”.

 

 

Noutro campo, o BE admite que “estará disponível para apoiar uma candidatura independente” nas eleições presidenciais “que se coloque sem ambiguidade no campo antiausteridade, pela desvinculação do Tratado Orçamental e pelo cumprimento da Constituição”.

 

 

Os bloquistas vão mais longe e escrevem que a “aplicação do Tratado Orçamental coloca dois campos em confronto: o campo da alternância, formalizado em 2011 pelas direções do CDS, PSD e PS na assinatura do memorando, continua na submissão àquele Tratado e à dívida. Na oposição a qualquer governo deste campo, deve afirmar-se um pólo político de alternativa à austeridade. É nesse pólo à esquerda que o Bloco se situa. Não há posição intermédia”.

 

 

As referências aos socialistas não se ficam por aqui: “Os setores que se aproximam do Partido Socialista e com ele pretendem governar abdicam de responder ao principal desafio colocado ao país: desobedecer às imposições da UE como condição para cumprir qualquer objetivo da esquerda em Portugal. O Bloco não desiste”.

 

 

Já em 2012, no programa aprovado no Congresso do partido, o PCP escrevia sobre o “período particularmente grave” que Portugal vivia, referindo-se ao “processo contra-revolucionário – em desenvolvimento –” e ao “processo de integração na União Europeia”, que, “interligados, conduziram a uma situação marcada pelo domínio dos grupos monopolistas, associados e dependentes do capital estrangeiro, pela acentuação do processo de perversão do regime democrático e por um elevado grau de comprometimento da soberania e independência nacionais. Uma situação que apresenta características típicas do capitalismo monopolista de Estado, num quadro em que o Estado português é cada vez mais subalternizado, dominado e colonizado no âmbito da UE e em geral pelo imperialismo e as suas estruturas”.

 

 

Críticos desde o primeiro momento da entrada de Portugal na CEE, o PCP acrescentava ainda: “Nada pode obrigar Portugal a renunciar ao direito de optar pelas suas próprias estruturas socioeconómicas e pelo seu próprio regime político. Nada pode obrigar Portugal a aceitar a posição de Estado subalterno no quadro da UE e a alienar a sua independência e soberania nacionais”.

 

 

Em relação à NATO, o PCP deixava claro que considerava aquela organização “militarista e ofensiva” um “sério perigo para a luta dos povos e da paz mundial”. E definia como “objetivo crucial para a afirmação da soberania nacional e para a paz mundial” a “dissolução da NATO”.

 

 

Quanto ao PS, além da referência ao papel desempenhado pelos socialistas e pelo MFA no período pós-revolucionário, o PCP critica aquilo que tem sido “a política de sucessivos governos com composições partidárias diversas (PS, PSD, PS‑CDS, PS‑PSD, PSD‑CDS), assim como alguns dos chamados “governos de iniciativa presidencial», que adotaram, como objectivo estratégico e linha de força de todas as políticas sectoriais, a restauração do capitalismo monopolista, com a sua dinâmica de exploração dos trabalhadores e de centralização e concentração de capital”.

 

 

 

Helena Pereira/Miguel Santos/Rita Dinis/Obs/TPT/12/10/2015

 

 

 

 

Cerca de 500 pessoas participaram na Caminhada Contra o Câncer que teve lugar na cidade de Newark

Com T-shirts e laços solidários a favor da Luta Contra o Câncer, cerca de 500 pessoas pararam o trânsito em várias ruas do Irounbond, para lembrar a importância da prevenção e do tratamento de todos os géneros de cânceres, com destaque para o câncer da mama que atinge uma mulher a cada 24 segundos no mundo.

 

Caminhada contra o câncer juntou cerca de 500 pessoas no Bairro Leste da cidade de Newark 2

A concentração teve lugar no Parque Peter Francisco (o nome de um herói português que combateu na guerra da independência deste país).

 

Caminhada contra o câncer juntou cerca de 500 pessoas no Bairro Leste da cidade de Newark 3

E à hora marcada (dez horas da manhã de domingo, 11 de Outubro,) a côr “rosa-choque”, tomava conta do centro do parque, respondendo assim ao apêlo dos mentores desta iniciativa que, pelo 4º ano consecutivo, realizam no Bairro Leste da cidade de Newark, a “Caminhada de Sensibilização” para a necessidade da prevenção, e luta contra o câncer.

 

Caminhada contra o câncer juntou cerca de 500 pessoas no Bairro Leste da cidade de Newark 4

Fazem parte desta organização o East Ward Councilman Augusto Amador, e o Angel Lucy Wellness Project, que contam também com o apoio da cidade de Newark, bem como da Horizon Blue Cross Blue Shield de New Jersey; St. Michael’s Medical Center; Consulado Geral do Equador, em New Jersey e Pennsylvania; St. James Health, Ironbound Business Improvement District (IBID); e East Side High School.

 

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A Caminhada foi encabeçada por um veículo da polícia de Newark, com o objectivo de abrir caminho aos participantes que, com o objetivo de angariar fundos para o departamento de oncológia do St. Michael’s Medical Center, percorreram a Ferry Street, Fillmore St., Raymond Blvd., e Van Buren St., até ao East Side High School.

 

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Ao longo do caminho, e falando baixinho, uma senhora aproximou-se de mim e confidenciou-me um dos assuntos que gostava de reivindicar nesta caminhada.

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Miquelina (nome fictício), começou por me dizer que esteve em tratamento oncológico durante quatro anos, e que há um facto na vida das mulheres que mais ninguém pode calar.

 

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“É preciso alertar que “muitos maridos se distanciam das mulheres, quando nelas é descoberto um câncer. Isso está errado”, lamentou. “No meu caso foi diferente, os meus familiares ficaram mais próximos de mim e foram quatro anos de muita batalha, muita oração e muito sorriso para esquecer os problemas.

Agora que estou curada e que consegui vencer essa malvada doença, percebo que o principal remédio para um tratamento eficaz, é sem dúvida o afecto” contou Miquelina.  E aqui fica o seu “grito de alerta”.

 

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Chegados ao East Side High School, encontrámos vários pontos de informação sobre como adquirir Seguro de Saúde, ou como conseguir ajudas para minimizar as despesas com assistência médica, diagnóstico e tratamento especializado a outras esferas da atenção oncológica, como a prevenção, o acompanhamento, a reabilitação e os cuidados paliativos.

 

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Sobre os serviços que a Horizon Blue Cross Blue Shield de New Jersey , soubemos que está a oferecer recursos grátis para ajudar as pessoas a compreender as suas melhores opções de seguro e ajudá-los com os próprios passos.

 

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Mas, também é importante saber que, para ver todas as opções de Plano de Saúde qualificados disponíveis, o melhor será visitar o site do Seguro de Saúde de mercado no HealthCare.gov. ou através deste número de telefone, que fomos fomos autorizados a divulgar: 732-216-5895.

 

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Em relação à Angel Lucy Wellness Project trata-se de uma organização que tem por objectivo apoiar os doentes e suas famílias, através da contribuição de dinheiro, para que as pessoas possam pagar despesas médicas, renda da casa, transportes quando se deslocam para fazer os seus tratamentos, e também, promover o progresso do conhecimento científico sobre a natureza, evolução, prevenção, e tratamento destas doenças.

 

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Mário Santos, presidente do Angel Lucy Wellness Project, que também participou na caminhada, disse ao nosso jornal que “em caso que alguém necessite de mais informação e apoio, sobre este assunto, pode entrar em contacto com os seguintes enderessos: – Mário Santos – 188 Jerfferson Street – Suite 210 – Newark, NJ 07105 ou ainda através do correio electrónico de MarioSantos@santronics.net e para outra opção www.SANTRONICS.net

 

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O vereador Augusto Amador que caminhou o trajecto acompanhado pela sua esposa, bem como, pelo Dr. Shavar Jeffries, ex-candidato à presidência da Câmara Municipal de Newark e também pelo vereador geral desta cidade, Carlos M. Gonzalez, disse ao The Portugal Times que “é importante continuar a apoiar um projecto tão motivador como este que visa estabelecer como uma das suas principais prioridades a prevenção e o combate Contra o Câncer.

 

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O reconhecimento de que as doenças oncológicas constituem uma das grandes causas de morte também em Newark, assim como o aumento da incidência e mortalidade por câncer nos Estados Unidos, Augusto Amador deu ainda a entender que , esta organização de que faz parte, tem vindo a desenvolver inúmeras iniciativas destinadas a promover uma imagem realista acerca do câncer, da sua natureza e causas, bem como angariar fundos para ajudar a colocar um sorriso no rosto de muitas mulheres, homens e crianças.

 

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O vereador Augusto Amador, durante a sua alucução no final da caminhada, deu a conhecer toda a história de conquistas e objetivos concretizados nos últimos quatro anos, e para celebrar a data e o sentido dos objectivos da organização, procedeu à plantação de uma árvore no Independence Park, acto este, considerado como o melhor exemplo da personificação da vida, em honra de todos quantos faleceram vítimas desta terrível doença.

 

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Depois do acto da plantação da árvore, decorreu no auditório do East Side High School uma sessão onde foi realizada uma sessão de testemunhos por parte de quem já sofreu de câncer.

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No final desta iniciativa foi também elogiada a participação de todos quantos aderiram a esta “Caminhada de Sensibilização”, referindo entre outros, o exemplo de “Os Tugas”, o grupo de bombos do S.C.P. de Newark, cujo exemplo pode ser seguido por outros grupos e organizações .

 

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O grupo de bombos do Sport Club Português de Newark, “Os Tugas”, personificam o que em Portugal se designa por “Zés Pereiras” e desfilam pelas ruas tocando instrumentos de percussão e por vezes, acompanhados de gigantones e cabeçudos.

 

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Outro dos elogios nesta 4ª Caminhada Contra o Câncer, foi para os elementos da polícia de Newark que cordenaram o trânsito para que esta caminhada decorresse sem incidentes, e também para a equipa do “Ironbound Ambulance Squad” que esteve de prevenção para socorrer a quem de auxílio urgente precisasse.

 

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No final de mais esta iniciativa, a Organização da “Caminhada Solidária Contra o Câncer”, no Bairro Leste de Newark, agradeceu a participação de todos, e já pensa na 5ª edição para continuar a expôr a importância das lutas e da consciencialização em relação à doença do Câncer, ajudando desta forma a inundar a cidade de Newark, de mais esperança.

 

 

J.M./The Portugal Times/12/10/2015

 

 

 

 

 

 

 

 

União das Mutualidades diz que Banco de Portugal pode tirar Montepio aos associados com nova lei

 

A União das Mutualidades Portuguesas (UMP) contestou o diploma que consagra o novo Regime Jurídico das Caixas Económicas, dizendo que o mesmo dá poder ao Banco de Portugal (BdP) para transformar uma caixa económica, como o Montepio, em sociedade anónima.

 

 

Desde logo, a UMP lamentou num comunicado hoje divulgado não ter sido ouvida atempadamente, enquanto entidade representativa das instituições destinatárias do diploma publicado no dia 10 de setembro, que consagra o novo Regime Jurídico das Caixas Económicas, e que entra em vigor a 10 de outubro.

 

 

O diploma classifica as caixas económicas (instituições de serviços bancários detidas por associações de cariz social) em duas modalidades, caixas económicas anexas (com ativos inferiores a 50 milhões de euros) e caixas económicas bancárias (com ativos superiores a 50 milhões de euros), atendendo ao respetivo volume de ativos, e, conforme salientou a UMP, “dá poder ao Banco de Portugal para ‘determinar a transformação’ de uma caixa económica, como é o caso do Montepio, em sociedade anónima”.

 

 

A UMP contestou a atual redação do Artigo 6.º deste diploma, “uma vez que não defende os legítimos interesses dos mais de 750.000 associados individuais das três mutualidades que detêm caixas económicas anexas, e que são os seus verdadeiros proprietários” e “permite a apropriação por terceiros de bens e valores que, desde sempre, foram e são dos associados”.

 

 

A entidade quer “que se desfaça o equívoco de que as caixas económicas, pelo menos as das mutualidades, são propriedade da associação mutualista”, realçando que “as caixas económicas são propriedade dos associados da mutualidade a que a caixa está anexa”.

 

 

Luís Alberto Silva, presidente da UMP, reforçou ainda que “os valores aplicados pelas mutualidades no capital institucional das caixas económicas não pertencem à mutualidade, mas a todos os seus associados”.

 

 

E realçou: “Não é, por isso, aceitável nem prudente atribuir-se unicamente ao Banco de Portugal, ou, de resto, a qualquer outra entidade, a faculdade de ‘determinar a transformação’ de uma caixa económica em sociedade anónima, porque estará assim a tirar a caixa económica aos seus legítimos proprietários: os associados”.

 

 

O responsável esclareceu que “não se trata de qualquer tipo de reserva da UMP quanto à atuação do Banco de Portugal ou de qualquer entidade reguladora”, mas que “é simplesmente inaceitável que, num Estado democrático, a lei atribua a uma única entidade o poder arbitrário de determinar a transformação de seculares caixas económicas, desde sempre pertença dos associados das instituições a que estão anexas, em sociedades anónimas”.

 

 

A UMT considerou ainda que o novo diploma “escancara a porta para que terceiros (os novos acionistas das caixas económicas bancárias) se delas apropriem, com prejuízo de centenas de milhares de associados que durante séculos as construíram, mas igualmente para o mais que certo encerramento das pequenas caixas económicas anexas”.

 

 

OBS/7/10/2015

 

 

 

 

Jornalista do Washington Post lança livro sobre o estado da educação em Newark, New Jersey

Nos Estados Unidos da América, a educação foi sempre vista como ‘o grande amplificador social’, contudo esta ideia tornou-se ao longo do tempo um mito. Ao longo da última década, havido um esforço vigoroso para fortalecer e reconstruir as nossas escolas, e há um reconhecimento geral de que temos falhado, com as nossas crianças, especialmente com as que vivem em situação de pobreza, para as quais, a educação pode – e deve – significar evolução. De Chicago a Nova Orleães, a reforma da escola foi projetada pelos endinheirados e bem relacionados gestores de “hedge funds” juntamente com os diretores das fundações, que acreditam que com o tipo certo de professores e pedagogia, e com uma boa administração, a escolaridade pode superar os encargos diários e indignidades de crescer pobre. “Não há desculpas” tornou-se o grito de guerra dos reformadores.

 

Jornalista do Washington Post lança livro sobre o estado da educação em Newark, New Jersey 1

O novo livro de Dale Russakoff “The Prize”, é um relato de alguém de fora do espectro político, fala sobre a tentativa da cidade Newark endireitar o sistema escolar público. Quando Russakoff começou a escrever este livro em 2010, o sistema escolar estava a desmoronar-se e algo precisava de ser feito. Destes escombros surgiu uma emocionante e incomum parceria entre três indivíduos: O carismático e ambicioso ex-Mayor Cory Booker, actualmente Senador Federal, o tempestuoso Governador Republicano, Chris Christie e Mark Zuckerberg, o fundador do Facebook , que prometeu uma soma gritante de 100 milhões de dólares. Este presente tão extraordinário de Zuckerberg, com Booker e Christie ao seu lado, teve como objectivo, não o de reparar o sistema de educação em Newark, mas desenvolver um modelo para salvá-lo. Um caso de estudo para toda a América urbana e Newark passou a ser uma “bússola” para a reforma escolar.

 

 

Russakoff, uma experiente repórter do Washington Post, teve o bom senso de reconhecer o poder potencial de toda esta história logo no início, e com uma análise honesta e incisiva do que vê e ouve, incorporou-se no xadrez social de Newark, ganhando acesso não só aos jogadores-chave – Booker, Christie e Zuckerberg – mas também a alguns professores e alunos notáveis ​​cujas histórias servem como uma verificação dos esforços de reforma.

 

Jornalista do Washington Post lança livro sobre o estado da educação em Newark, New Jersey 3

Quando Zuckerberg declarou a sua concessão, foi bastante claro: Em cinco anos queria transformar as escolas de Newark num modelo para toda a nação. O problema comecou por ser a falta de consenso quanto à melhor forma de proceder. Mais do que tudo, Christie queria romper o domínio dos sindicatos dos professores. Booker queria mais escolas charter. Zuckerberg pretendia elevar o estatuto dos professores e recompensar o ensino, com as melhores contribuições para o desempenho dos alunos.

 

 

Perante este começo difícil recorreu-se a consultores, alguns pagos a mil dólares por dia. Um educador rotolou esta indústria financeira como a “indústria do fracasso escolar.” Perante o interesse cada vez maior de Booker na sua carreira política, Christie contratou uma ideóloga para controlar as escolas de Newark. E Zuckerberg, um recém-chegado à filantropia, parece frustrado pela incapacidade de negociar um acordo para aumentar os salários dos professores jovens e promissores e pagar bónus de mérito substanciais aos melhores professores.

 

 

Cami Anderson, Super-intendente das escolas de Nova Iorque, impôs uma gestão inflexível e um estilo único criando o pânico entre pais, professores e alunos . Cami com um furor ideológico para criar mais escolas charter, deixa um sistema de escola pública enraivecido. Russakoff chamou a esta teoria ‘salva-vidas da reforma da educação’, argumentando que poderia ter deixado a maioria das crianças a afundar-se no grande navio educacional. O processo democrático é muitas vezes ignorado nas escolas, essa mesma educação tão importante como chave da Democracia. A grande fundação desta expriência, a inclusão dos pais e professores na reforma do sistema de educacão esbarra em Cami Anderson, no seu estilo de gestão inflexível.

 

 

Neste relato emocionante ainda que preocupante Russakoff conta histórias de pessoas: professores, alunos e pais. Esforços heróicos por parte dos professores e funcionários, e os obstáculos enfrentados pelos alunos. Anderson anunciou recentemente demitir-se do cargo de superintendente.

 

 

No ano passado, juntamente com sua esposa, Priscilla Chan, que como estagiária pediátra cuidou de crianças carentes nos arredores de San Francisco, Zuckerberg anunciou uma doação de 120 milhões de dólares em doações para as escolas de extrema pobreza da área da baía. Porém, desta vez, declararam a sua intenção de incluir os pais e os professores no processo de planeamento e a construção de “uma rede de apoio geral aos estudantes,” que inclui tudo, desde médico, aos cuidados de saúde mental. Zuckerberg concluiu que a reforma escolar sozinha não é suficiente, que, se queremos fazer a diferença na sala de aula, precisamos de fazer a diferença nas vidas destas crianças, muitas das quais lutam contra os efeitos debilitantes da pobreza e os traumas que daí advém.”

 

 

Pedro Fernandes/The Portugal Times/7/10/2015

Fontes: nytimes.com/NJ.com

 

 

 

 

 

 

Brasileiro que matou os pais e a sobrinha em Harrison, New Jersey, pode ser inimputável

Carlos Campos-Trinidad Jr., o homem que em 2011 matou os pais e a sobrinha de 3 anos de idade, na vila de Harrison, foi novamente considerado não competente para ser julgado por estes crimes terríveis. “O meu cliente sofre de pensamento delirante muito grave”, disse hoje o advogado Joseph Russo.

 

 

Carlos Campos-Trinidad Jr. é acusado de no dia 16 de agosto de 2011 esfaquear fatalmente o seu pai, Carlos A. Campos-Trinidad Sr. de 56, a sua mãe Ruth L. Pereira, de 58 e a sobrinha de 3 anos de idade, Gabriella Morales, dentro de sua casa, localizada na Hamilton Street em Harrison, NJ.

 

Brasileiro que matou os pais e a sobrinha em Harrison, New Jersey, pode ser considerado inimputável 2

“O Sr. Campos é ativamente psicótico e não poder participar de forma racional num julgamento”, afirmou o advogado de defesa na audiência de hoje, sobre o réu que estava com as mãos algemadas a uma corrente em torno de sua cintura.

 

Antes do homicidio Campos-Trinidad foi avaliado no Hospital Universitário de Newark onde “informou acreditar que estava num programa de televisão e sendo treinado por um amigo para se juntar a uma sociedade secreta”, de acordo com documentos judiciais.

 

 

De acordo com o depoimento de hoje, Campos-Trinidad sofre de delírios graves, acredita ter ordens para matar, que é controlado por uma sociedade secreta de nome “Illuminati” e não tem controle sobre a sua vida.

 

 

No dia após a sua prisão, Campos-Trinidad foi considerado doente mental e perigoso para os outros, sendo involuntariamente admitido no Centro Forense Ann Klein em Trenton.

 

 

O réu foi considedo não competente para ser julgado depois das avaliações psiquiátricas estaduais e das avaliações da defesa, diagnosticado-o com esquizofrenia ou transtorno psicótico/delirante em quatro ocasiões, mais concretamente entre 18 Maio de 2012 e 10 de Junho de 2014.

 

 

Contudo um psiquiatra estadual considerou Campos-Trinidad como esquizofrénico, mas descartou a competência para ser julgado em novembro de 2014 e em março deste ano. Dois psiquiatras da defesa posteriormente reforcaram a tese de imputabilidade.

 

 

Hoje, o Juiz Superior do condado de Hudson, John Young, considerou convincente os argumentos da defesa e ordenou uma audiência sobre o status de Campos-Trinidad a cada seis meses. O antigo Procurador Edward DeFazio, disse na época dos assassinatos, que pode ter havido uma discussão entre o pai e o filho no início do dia.

 

 

Campos-Trinidad Sr. foi esfaqueado uma vez na parte de trás do pescoço e não tinha feridas defensivas, levando os detetives a suspeitar que ele foi morto em primeiro lugar, disseram as autoridades, acrescentando que o seu corpo foi encontrado no seu quarto. Ruth Pereira, a mãe do assassino, foi encontrada morta no corredor fora do quarto e os detetives suspeitam que quando a mãe foi ver o que se estava a passar, sofreu um ferimento na área do peito e do pescoço tendo também sofrido ferimentos de defesa nas mãos e no ombro, disseram as autoridades.

 

 

A menina de 3 anos pode ter sido a última a ser morta. Foi encontrada uma faca de cozinha, pensado-se que seja a arma do crime, disseram as autoridades.

 

 

Em 2011 este crime chocou a comunidade brasileira de New Jersey e o motivo continua a ser um mistério

 

Um crime que está a deixar a comunidade brasileira de New Jersey desesperada em busca de respostas. O que levou o brasileiro Carlos Campos de 23 anos a assassinar a facadas os pais e a sobrinha de 3 anos? Ninguém parece ter a certeza do que teria acontecido, mas a polícia está levantando suspeitas de que uma discussão entre eles, aliada a uma possível depressão de Carlos, teria sido um dos motivos que levou ao triplo assassinato.

 

As vítimas foram os mineiros Carlos Campos-Trinidad, 56, Ruth Pereira, 58 e Gabriella Morales, 3. No dia do crime, a mãe de Gabriella estava em viagem para o Haiti com um grupo missionário. Após cometer os crimes, Carlos teria caminhado até à esquadra da polícia local, onde se entregou. O assassino, que na altura do crime residia na cidade de Harrison, está a ser acusado de tríplo assassinato qualificado e posse de arma perigosa.

 

Após o crime e antes de comparecer em Tribunal, o assassino passou por uma Junta de Avaliação Psiquiátrica no Jersey City Hospital, informou na altura, o procurador do condado de Hudson, Edward DeFazio, tendo a justiça estabelecido na altura uma fiança de 3 milhões de dólares. As evidências apontam para uma possível discussão entre Carlos e o pai antes do crime. Cada uma das vítimas tinha pelo menos uma marca de facada no pescoço, informou o procurador.

 

Amigos e vizinhos descreveram o casal como trabalhadores, religiosos que tinham chegado de Belo Horizonte há mais de 20 anos.  A notícia do crime espalhou-se rapidamente pela comunidade brasileira e portuguesa do conhecido bairro do Ironbound, onde a família frequentava a igreja.

 

João Abreu, que diz ter sido amigo pessoal do pai de Carlos, disse que eles se conheceram anos atrás num grupo de brasileiros especializados em trabalhos realizados em grandes altitudes, nas áreas da pintura, solda e reparação de pontes e torres de água. Ele disse ainda que o brasileiro assassinado tinha-se aposentado por invalidez, depois de sofrer uma lesão nas costas.

 

Na altura dos crimes, o João disse ainda, que o assassinado nunca falou sobre os problemas com o filho, que recentemente havia tirado uma licença de “caçador de recompensas”, mas que estava deprimido por ter dificuldade em achar um emprego fixo.
Ele afirmou ainda que a mãe de Carlos tinha um problema de temperamento, descrevendo-a como profundamente religiosa e que ia à igreja vários dias por semana, mas que constantemente perseguia o marido e o seu filho. Segundo ele, Ruth gritava com o marido na porta de casa, para ele entrar. “Ele era sempre calmo, ele nunca levantou a voz, mas reclamava em particular que ela sempre o humilhava”, disse João.

 

 

Pedro Fernandes/J.M./The Portugal Times//7/10/2011

Fontes: The Jersey Journal/ NJ.com

 

 

 

 

 

 

Newark, no estado de New Jersey: era uma vez uma cidade tranquila…

O clamor público dos residentes de Newark por uma política de segurança que ao mesmo tempo, controle a criminalidade, aumente o sentimento de segurança do cidadão e dê respostas adequadas às demandas, não parece ter sido suficiente para que houvesse uma mudança de qualidade na implementação de mudanças permanentes na cidade. Nos dias actuais, a violência pode ser considerada um dos maiores problemas da sociedade. Seja a doméstica, nascida no seio familiar, seja a proliferada nas ruas, seja a praticada pelos policias, é realmente, um dos males mais assustadores e preocupantes.

 

 

De acordo com dados colhidos na rua pelo The Portugal Times, a violência e o desemprego figuram como a maior preocupação da população do Condado de Essex. O mesmo dado pode ser encontrado nas inúmeras reportagens realizadas por jornais e televisões do Estado e do País, que constataram um preocupante crescimento da violência na “cidade das cerejeiras”.

 

 

Como a segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida pela preservação da ordem pública e da salvaguarda das pessoas e bens, o mayor de Newark, Ras Baraka, esteve no Distrito 1 da cidade a que preside, onde participou numa reunião com a comunidade, a fim de ouvir e responder às diversas perguntas feitas pelas pessoas presentes.

 

Newark, no estado de New Jersey era uma vez uma cidade tranquila... 2

O encontro teve lugar na Igreja de St. Stephan’s, disponibilizada para o efeito pelo pastor Moacir Weirich, e para além do mayor Ras Baraka, estavam também presentes o Chefe da Policia de Newark, Anthony Campos e o Comandante da Esquadra do Ironbound, capitão Joseph S. Pereira que ouviram e responderam a diversas questões relacionadas com o combate à insegurança e a necessária união e mobilização de todos, em busca da solução desse problema.

 

Newark, no estado de New Jersey era uma vez uma cidade tranquila... 3

A violência é a principal preocupação da população, que a cada dia se sente prisioneira, em suas próprias residências, uma vez que as ruas tornaram-se um lugar inseguro, onde andar de carro ou sozinho, significa uma possibilidade de ser assaltado ou até mesmo morto, por pessoas que não respeitam as leis previamente existentes. Newark atravessa um cenário complicado sob o ponto de vista social, com elevadas taxas de desemprego, analfabetismo, criminalidade e de insucesso escolar.

 

 

“E é, especialmente difícil, nunca o esqueçamos, para aqueles que têm mais frágeis rendimentos ou que sofrem o flagelo do desemprego”, disse ao The Portugal Times Ana Baptista, presidente do Distrito 1 de Newark , para quem os sectores do ensino, o acesso à saúde, o combate ao desemprego e o reforço da segurança, são as críticas mais sublinhados pela população. A cidade de Newark tem cerca de 300 mil habitantes e destes, 50 mil são portugueses.

 

 

Newark tem também uma população considerável de trabalhadores emigrantes que não têm estatuto legal no país e por essa razão, preferem esconder da polícia qualquer crime de que sejam alvo, ou que observem como testemunhas.  Fazem-no por medo de deportação. Contudo, os seus receios  permitem que os criminosos escapem às malhas da polícia.

 

Newark, no estado de New Jersey era uma vez uma cidade tranquila... 4

Questionado sobre como pensa fazer face à prevenção da criminalidade, numa cidade com as caraterísticas de Newark, o Chefe da Polícia Anthony Campos disse ao The Portugal Times que quer seguir à risca a ideia de participação da comunidade na segurança pública, tanto por esta ser a maior conhecedora dos factos criminosos que acontecem ao ser redor, como por acreditar na força da acção conjunta.

 

 

Anthony Campos, que é descendente de uma família natural da Murtosa, distrito de Aveiro, começa a fazer história no Departamento da Polícia de Newark, ao querer aproximar a sociedade aos órgãos da Segurança Pública, levando diretamente às autoridades as suas queixas, e permitir que a população fiscalize a actuação da polícia, reivindicando e oferecendo sugestões, bem como, capacitar o cidadão para a utilização dos recursos disponibilizados pela Segurança Pública, e identificar os principais problemas que afligem as pessoas do bairro ou da cidade.

 

Newark, no estado de New Jersey era uma vez uma cidade tranquila... 5

Desde que em 2010 a Academia de Polícia de Newark fechou e após o seu encerramento serem dispensados 167 polícias por motivos de orçamento, o Departamento da Policia de Newark sofre diariamente em razão dessas consequências. Mas mesmo assim, ainda há quem acuse a Polícia como sendo a responsável pelo aumento da criminalidade, por falta de uma melhor política de defesa da sociedade. “Mas, será que a Polícia é realmente culpada pelo aumento da criminalidade ?”, interroga-se Anthony Campos. “Não haverá outros factores que concorrem ou contribuem directamente para a realidade que é noticiada todos os dias nos telejornais?”, concluiu.

 

Newark, no estado de New Jersey era uma vez uma cidade tranquila... 6

Manuel Lavin, um activista comunitário de Newark, ligado à defesa do meio ambiente, também participou na reunião onde para além do mayor e dos responsáveis policiais, estiveram ainda presentes a legisladora do estado de New Jersey, Eliana Pintor Marin, o membro directivo do Partido Democrata, de New Jersey, Joseph Parlavechio, Ana Baptista, presidente do Distrito 1 de Newark, o presidente da União de Clubes Luso Americanos de New Jersey, Fernando Grilo, e ainda os ex-candidatos a vereador da cidade de Newark, Jimmy Parrilho e Jonathan Seabra, os quais reconhecem a dificuldade com que as autoridades estão a lidar com esta vaga de acontecimentos criminosos que estão a enssombrar o prestígio da maior cidade do estado de New Jersey e também a maior cidade da área metropolitana de New York.

 

 

Da comunidade em geral, surgiram as indicações dos pontos de maior intranqüilidade, dos locais críticos em relação à criminalidade e as soluções mais eficientes, como os pedidos de aumento de contingente nas ruas. Em suma, discutiram-se os problemas e traçaram-se estratégias de acção.

 

 

Na reunião, percebia-se, pois, que todos querem uma cidade que aprenda a viver de dia e de noite. Querem uma cidade sem medo das sombras e que se passeie ao domingo em vez de se agarrar ao televisor. E querem que todos – pobres, ricos ou remediados, brancos, negros e amarelos – possam ter direito a uma cidade limpa, e a filhos que frequentem uma escola decente e segura.

 

 

Porém, cientes de que não existem fórmulas milagrosas para combater os problemas sociais, os responsáveis da cidade de Newark estão empenhados, pois, em contribuir para uma melhoria na segurança dos cidadãos, na tentativa de resgatar valores de convivência pacífica e harmoniosa entre as pessoas. Mas para isso, é preciso chamar os jovens para a participação social, oferecendo-lhes também espaços de convívio entre eles e com outros grupos etários e sociais, ocupação de tempos livres, tirando-os mais tempo das ruas e dos potenciais perigos da toxicodependência, da delinquência, da preguiça, da inutilidade.

 

 

Neste contexto, houve também quem afirmou após a reunião que a ilegalidade não deve ser suportada, pois viver em um Estado de direito significa cumprir a lei e respeitar as autoridades constituídas, “mas, o uso exclusivo da força por meio dos órgãos policiais, também não será suficiente para conter o aumento da criminalidade”, disseram.

 

 

Outra das preocupações do Departamento da Polícia de Newark, está também focada no fenómeno” da violência escolar, mas deixam um aviso: “também aqui, para obtermos êxito no combate à indisciplina e à violência, depende da família e de todos nós”.

 

 

Por sua vez, o capitão Joseph S. Pereira, acreditando num futuro melhor, referiu que, “com a interferência de cada parte integrante da sociedade e a partir de uma conscientização de que a responsabilidade pelos problemas sociais é de todos, as nossas acções vão obter êxito”. Enquanto isto, o sentimento das pessoas exprime-se desta forma: “não podemos deixar que a criminalidade conquiste a cidade de Newark”!

 

 

J.M./The Portugal Times/ 23 de Setembro/2015

 

 

 

 

Angel Lucy Wellness Project ajudou mais de três mil pessoas em 10 anos

Cerca de duas centenas de mulheres e homens, estiveram em Newark, para comemorar, merecidamente, a sua vitória sobre o cancro. Mostrar que o cancro pode ter cura, foi a principal mensagem das pessoas que participaram no almoço comemorativo do 10º Aniversário da Angel Lucy Wellness Project que teve lugar ontem, na Casa Seabra.

 

 

A Angel Lucy Wellness Project é uma organização que tem por objectivo contribuir para aumentar a eficácia do tratamento do câncer, e apoiar os doentes e suas famílias, através da contribuição de dinheiro, para que as pessoas possam pagar despesas médicas, renda da casa, transportes quando se deslocam para fazer os seus tratamentos, e também, promover o progresso do conhecimento científico sobre a natureza, evolução, prevenção, e tratamento destas doenças.

 

 

Como disse o Mestre Ariévlis, “ajudar o próximo, certamente é um acto de amor, de solidariedade, que todas as pessoas deveriam adotar, pois a ajuda não doi, nem machuca, muito menos fere de modo contrário, apenas engrandece os seres humanos que a praticam”.

 

Angel Lucy Wellness Project ajudou mais de três mil pessoas nos seus 10 anos de existência 2

E foi pela importância de ajudar o próximo que Cláudia Garzesi, em representacção do vereador Augusto Amador, fez a entrega de uma proclamação em nome dos Membros do Conselho Municipal de Newark a Mário Santos, Presidente da Angel Lucy Wellness Project, pelo seu exemplar exercício de cidadania e pela manifestação visível, de boa vontade. Para além disto, a representante do vereador fez ainda a entrega do tradicional donativo, para este projecto, cujos membros se batem heroicamente no apoio aos que sofrem desta terrível doença.

 

Angel Lucy Wellness Project ajudou mais de três mil pessoas nos seus 10 anos de existência 3

Mário Santos agradeceu emocionado o reconhecimento, e agradeceu também a presença de todos os participantes pelo apoio demonstrado à causa da Angel Lucy Wellness Project, e enfatizou a sua vontade de ver desenvolvidos programas de saúde nas escolas, “destinados a promover a qualidade de vida não só dos alunos mas, também, de todo o “staff” integrado nos seus diversos factores”.

 

Angel Lucy Wellness Project ajudou mais de três mil pessoas nos seus 10 anos de existência 4

Possuindo importantes contactos com excelentes profissionais no campo da oncologia, Mário Santos tem pretenções de instalar centros de apoio em vários países da Ásia e da Améria Latina, com o objectivo de oferecer assistência médica, diagnóstico e tratamento especializado a outras esferas da atenção oncológica, como a prevenção, o acompanhamento, a reabilitação e os cuidados paliativos.

 

Angel Lucy Wellness Project ajudou mais de três mil pessoas nos seus 10 anos de existência 5

Mas, uma das grandes preocupações do presidente da Angel Lucy Wellness Project, é ainda, a falta de conhecimento existente sobre a doença. Factor que pode estar associado a alguns resultados negativos, incluindo, não aderência aos tratamentos, insatisfação com os cuidados dispensados pela equipa, e prejuízos na qualidade de vida, em múltiplos domínios.

 

 

Cerca de 7 milhões de pessoas morrem de cancro anualmente

 

O cancro é a principal causa de morte nos países economicamente desenvolvidos e a segunda principal causa de morte nos países em vias de desenvolvimento. A sua incidência continua a aumentar de ano para ano, particularmente nos países em vias de desenvolvimento, sendo que pelo menos cerca de 7 milhões de pessoas morrem de cancro anualmente.

 

Angel Lucy Wellness Project ajudou mais de três mil pessoas nos seus 10 anos de existência 6

Porém, e segundo informação de Mário Santos, neste campo, “cerca de 40% de todos os cancros podem ser prevenidos e outros podem ser detectados numa fase precoce do seu desenvolvimento, tratados e curados”. Assim, atendendo a que o cancro é potencialmente, de entre as principais doenças crónicas ameaçadoras da vida, aquela que mais pode ser prevenida e com maior possibilidade de cura, torna-se necessário aplicar o conhecimento existente e implementar acções no âmbito do seu controlo, por forma a tornar esta verdade uma realidade.

 

Angel Lucy Wellness Project ajudou mais de três mil pessoas nos seus 10 anos de existência 7

Segundo Mário Santos, a sensibilização, prevenção primária e detecção precoce do cancro “são portanto componentes chave para o controlo desta doença, possibilitando uma redução da sua incidência e mortalidade na população”. Por isso, se, e quando tiver dúvidas sobre este assunto, ou precisar de apoio ou informação credível, contacte os seguintes enderessos: – Mário Santos – 188 Jerfferson Street – Suite 210 – Newark, NJ 07105 ou ainda através do correio electrónico de MarioSantos@santronics.net e para outra opção www.SANTRONICS.net

 

 

O segredo para lutar por uma boa saúde é ter dinheiro para a pagar

 

Se a principal preocupação da Angel Lucy Wellness Project é a saúde, e como sabem, actualmente é obrigatório ter seguro nos Estados Unidos, não foi por acaso que Mário Santos convidou Maria Coelho, representante local para a Horizon Blue Cross Blue Shield of New Jersey de Essex e Union County, para proferir uma palestra informativa sobre o assunto.

 

Angel Lucy Wellness Project ajudou mais de três mil pessoas nos seus 10 anos de existência 8

Após o almoço, Maria Coelho começou por falar sobre assuntos importantes para qualquer cidadão, relacionados sobre o seguro Obama Care, Marketplace, e outros serviços que podem e devem ser aproveitados pelos residentes. Maria Coelho forneceu instruções sobre a compreensão do seguro de saúde, aconselhando e incentivando as pessoas a saberem se são elegíveis ou não para o apoio financeiro, ajudando também a facilitar o processo de inscrição e candidatura.

 

 

Para além de compartilhar a sua experiência de vida, preparada para superar novos desafios e trabalhar para a população que mais precisa da ajuda do poder público, Maria Coelho referiu a importância de as pessoas se informarem sobre o seu estatuto. Como resultado, a Horizon Blue Cross e Blue Shield está a oferecer recursos grátis para ajudar as pessoas a compreender as suas melhores opções de seguro e ajudá-los com os seus próprios passos”. Para qualquer informação sobre este assunto, fomos autorizados a divulgar este número de telefone: 732-216-5895.

 

Angel Lucy Wellness Project ajudou mais de três mil pessoas nos seus 10 anos de existência 9

E como a música também ajuda a combater a doença, o grupo musical “Ultra Sound” que tem acompanhado este projecto ao longo da sua existência, teve a seu cargo a responsabilidade pela animação das comemorações do 10º Aniversário da Angel Lucy Wellness Project, alegrando com a sua música homens e mulheres valentes que hoje celebram merecidamente, uma nova oportunidade de vida. Homens e mulheres que não temeram o cancro, mas que o enfrentaram com coragem e determinação, como tantas outras.

 

 

Participe na 4ª Marcha Contra o Cancro a realizar no dia 11 em Newark

 

Ajudando e apostando na importância de se obterem apoios para a prevenção da saúde, os membros do Angel Lucy Wellness Project, ganham cada vez mais admiradores, pelo trabalho realizado em prol dos que sofrem, doando o seu tempo e conhecimentos, realizando um trabalho gerado pela energia do seu impulso solidário, atendendo às necessidades do próximo.

 

Angel Lucy Wellness Project ajudou mais de três mil pessoas nos seus 10 anos de existência 10

Com o objectivo de angarir mais apoios para esta causa os membros da Angel Lucy Wellness Project convidam toda a população, novos e velhos, a participarem no Domingo, dia 11 de Outubro, na marcha de sensibilização da população de Newark para a necessidade da prevenção na luta contra o cancro, e que tem a concentração marcada para as 10.00 horas da manhã no Peter Francisco Park, junto à Penn Station e com o trajecto a terminar no Independence Park, ou Parque dos Mosquitos.

 

 

Esta iniciativa, organizada pelo 4º ano consecutivo no Bairro Leste da cidade de Newark pelo vereador luso americano Augusto Amador, para além da participação da Angel Lucy Wellness Project, conta também com o apoio da cidade, do Consulado Geral do Equador, em New Jersey e Pennsylvania, bem como com o apoio do East Side High School, e do St. Michael’s Medical Center, em Newark.

 

 

Participe nestas iniciativas, pois, é nos momentos difíceis do mundo real, que as pessoas aprendem e amadurecem. Como escreveu John Ruskin, “a maior recompensa do nosso trabalho não é o que nos pagam por ele, mas aquilo em que ele nos transforma”.

 

 

J.M./The Portugal Times/5/10/2015

 

 

 

 

União Europeia continua dividida sobre o acolhimento de migrantes

Na primeira visita a um albergue de migrantes em dez anos, a chanceler alemã entrou no edifício de Heidenau ao som de assobios e gritos de “traidora”. Fora do cordão de segurança, dezenas de pessoas protestavam junto ao centro de refugiados da cidade de 16 mil habitantes, a poucos quilómetros de Dresden, que desde o passado fim-de-semana é conhecida pelos focos de tensão com a polícia pelo acolhimento de cerca de 600 migrantes.

 

Ao fim de 90 minutos de visita a palavra de ordem da chanceler, perante o mais recente episódio de xenofobia na Alemanha, foi “tolerância zero” a quem “não respeita a dignidade dos outros”. Berlim espera este ano 800 mil pedidos de asilo e, em antecipação, o governo vai enviar 500 milhões de euros para os Estados alemães apoiarem os refugiados.

 

A solidariedade de Merkel, que assume o acolhimento de todos os sírios, é um exercício arriscado para a política conservadora que tem consciência da maioria de alemães com muitas reservas face à entrada recorde de migrantes.

 

A divisão na sociedade alemã é semelhante ao que está a acontecer na União Europeia, onde os Estados-membros não se entendem sobre a resposta a dar ao maior fluxo migratório que o continente enfrenta desde a Segunda Guerra Mundial. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paolo Gentiloni, rejeitou proposta franco-alemã de que Itália crie “este ano” centros de registo de migrantes. O país, nota Gentiloni, já fez “muito mais” do que o seu dever, ao “salvar dezenas de milhares de pessoas e ao acolher os refugiados”.

 

Já o presidente checo Milos Zeman foi muito mais duro, ao defender um exército europeu como “protecção das fronteiras comuns”. Já o ministro das Finanças checo, Andrej Babis, juntou a sua voz às dos que pedem a suspensão do acordo de Schengen, e disse que “a questão é de saber se os exércitos da Macedónia e da Bulgária não necessitam da ajuda da NATO”.

 

A resposta checa teve de imediato resposta do chanceler austríaco Werner Faymann, que censurou não só a República Checa como também a Polónia e os Estados bálticos, por terem recusado as quotas de acolhimento de refugiados propostas por Bruxelas.

 

“Como é que podemos querer que os países periféricos protejam as fronteiras externas se estes pensarem que as centenas de milhares de migrantes vão ficar ali, enquanto os outros países continuam a esperar e a discutir calmamente?”, lamentou Feymann.

 

Para tentar conseguir uma posição comum, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, publicou ontem um artigo em vários media onde apela à unidade, argumentando que a Europa só superará a crise “se trabalhar em conjunto”. E, promete, que em Setembro Bruxelas irá publicar uma lista de “países seguros”, ou seja, dos quais não será possível os cidadãos pedirem asilo – como acontece com os países balcânicos.

 

Em Castelo de Vide, durante a Universidade de Verão do PSD, o antecessor no cargo, Durão Barroso, baixou no entanto as expectativas ao afirmar que os governos europeus “são incapazes” de estar a dar “uma resposta à imigração”, não sendo a crise actual da responsabilidade da União Europeia.

 

 

Pedro Duarte/Económico/4/10/2015

 

 

 

Coelho e Portas propõem-se a formar um governo de minoria, mas várias medidas ficam em risco

Passos Coelho e Paulo Portas venceram as legislativas, mas perderam a maioria absoluta – o que fará do próximo Governo o primeiro que vai governar, simultaneamente, em minoria e em coligação. Ao mesmo tempo, António Costa garantiu que não tenciona aprovar medidas da direita que sejam contra o programa socialista.

 

Se Cavaco Silva aceitar o que ficou expresso na noite eleitoral, e se a coligação conseguir mesmo formar Governo, terá assim muitas dificuldades em fazer aprovar alguns pontos centrais no seu programa. Seguem-se 9 exemplos.

 

  1. Devolução de cortes salariais e de pensões

 

PSD e CDS defenderam que a devolução dos cortes salariais na Administração Pública, assim como das pensões ainda cortadas, deve ser feita ao longo da legislatura – mas o PS queria o dobro do ritmo. O novo Governo terá de colocar a sua proposta no próximo Orçamento do Estado, que Passos quer aprovar até ao fim do ano na Assembleia. Mas precisa de conseguir, neste ponto, acordo socialista e – de caminho – também luz verde do Tribunal Constitucional.

 

  1. Plafonamento da Segurança Social

 

A reforma das pensões defendida pela coligação assenta no plafonamento das pensões, ou seja, que a partir de determinado montante do salário (ainda por fixar) o trabalhador não seja obrigado a descontar obrigatoriamente para a segurança social. Haveria assim um teto máximo de descontos obrigatórios, com os restantes a poderem ser feitos ou para um sistema privado ou para o atual sistema público. A coligação deixou pontos em aberto – e prometeu levar a questão à Concertação Social. Mas o PS recusou liminarmente esta proposta durante a campanha, opondo-se àquilo a que chama de “privatização” da segurança social.

 

  1. Poupar 600 milhões de euros nas pensões

 

Questão muito sensível no próximo Orçamento também: os 600 milhões de euros de poupanças no sistema de pensões com que o Governo PSD/CDS se comprometeu em Bruxelas. O programa da coligação nada concretizou sobre o “como”, e foi alvo de críticas durante toda a campanha socialista, que acusou o Governo de ter uma agenda escondida e instou-o a esclarecer onde irá “cortar os 600 milhões” que “prometeu a Bruxelas”. Passos já prometeu diálogo, mas este não promete ser fácil.

 

  1. Eliminação da sobretaxa, mais descontos para famílias grandes

 

Tal como nos salários e pensões, a coligação só se comprometeu com uma devolução progressiva da sobretaxa, ao longo da legislatura. O PS era mais ousado: queria repor tudo em dois anos, metade do tempo – pelo que também aqui também Passos terá de negociar com Costa o que vai constar no próximo Orçamento.

 

O mesmo acontecerá para outro ponto, menor mas importante no programa da coligação: o aprofundamento do “quociente familiar” – que considera todos os elementos do agregado familiar no apuramento do rendimento coletável em sede de IRS – de 0,3 para 0,4 em 2016, e para 0,5 em 2017. Esta foi das poucas medidas da coligação com um valor de gastos à vista: 60 milhões de euros. E mais uma que o PS criticou veementemente na campanha. Costa queria acabar com o quociente e, em alternativa, ajudar as famílias fazendo aumentar as deduções fiscais por filho.

 

  1. Redução do IRC

 

Outra questão central que afastou os dois lados: se o PS dava prioridade à descida do IRS, considerando que a devolução de rendimentos às famílias iria ajudar mais a economia, PSD e CDS prometeram continuar a descida do IRC (de 21% para 17%), para dar mais poder de fogo às empresas e puxar pelo emprego.

 

O PS de António Costa, aliás, rasgou o acordo celebrado entre direita e PS (de Seguro) sobre esta reforma, alegando que o Governo não cumpriu a promessa de reduzir, entretanto, o IRS. A luta fica agora adiada para o orçamento seguinte.

 

  1. Conclusão do processo relativo à Tabela Única de Suplementos

 

Um dos vários pontos sensíveis que o Governo dizia ter preparado, mas que não concluiu até ao fim da legislatura – alegando a “complexidade” do processo. A Tabela Única de Suplementos é peça importante na legislação da função pública, onde a direita queria unificar boa parte das centenas de suplementos remuneratórios que existem nas muitas carreiras do Estado. A questão é polémica, bastante sensível e nunca mereceu simpatias no PS. Agora, em minoria, sairá do papel?

 

  1. Facilitar o prolongamento da vida laboral, de forma voluntária

 

PSD e CDS propõem, no seu programa, “equiparar o regime do sector privado ao setor público”, onde já é permitido (a quem o pretender) continuar a trabalhar depois dos 70 anos. Não é uma proposta com grande simpatia à esquerda – e será difícil de implementar em minoria. O novo governo irá colocá-la em prática?

 

  1. Incentivo ao desenvolvimento de escolas independentes

 

No programa eleitoral da coligação voltaram a aparecer as “escolas independentes” do guião de Paulo Portas. Embora nas linhas gerais do programa os partidos não detalhassem a ideia, no Guião para a Reforma do Estado explicavam que se tratava de “convidar, também mediante procedimento concursal, a comunidade dos professores do ensino estadual a organizar-se num projeto de escola específico, de gestão dos próprios professores, mediante a contratualização com o Estado do serviço prestado e do uso das instalações”, de forma a oferecer “projetos de escola mais nítidos e diferenciados”.

 

E como é que o PS reagiu? Dizendo que “O programa deste Governo é privatizar a Escola”. “Empenharam-se em privatizar tudo o que era público e agora pretendem atacar os serviços sociais”, acusou o líder socialista. No capítulo da Educação, o PS era contra as escolas entregues a privados e até contra o apoio a pais que escolhessem colocar os filhos em escolas privadas”. Na Educação, haverá várias batalhas a ter em atenção.

 

  1. Liberdade de escolha no SNS

 

Na mesma medida que na Educação, também na Saúde o PS se opõe à principal proposta da coligação de direita: dar progressivamente mais liberdade de escolha aos utentes, para escolherem no SNS onde devem dirigir-se para obterem cuidados de saúde. PSD e CDS defendem que isto aumentará “a qualidade” e melhorará “os tempos de acesso” e a “equidade” no SNS. Mas o PS vê a medida com uma alteração que vai desestruturar o SNS e levar à sua progressiva privatização.

 

 

AFP/TPT/David Dinis/Helena Pereira/OBS/5/10/2015